quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Xico Graziano foi chefe de gabinete de FHC, além de deputado federal.
Criticando o partido, que não soube se diferenciar "nessa tragédia da
democracia brasileira". Tanto quanto este blogueiro, votará em Bolsonaro
porque é o único capaz de vencer a eleição, derrotando o nefasto
lulopetismo:
Fundador do PSDB e um dos tucanos mais próximos do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, o ex-deputado federal Xico Graziano deixou o
partido e decidiu apoiar o candidato do PSL e ex-capitão da reserva,
Jair Bolsonaro , no primeiro turno. Ex-chefe de gabinete de FH, Graziano
escreveu uma carta de desfiliação em que faz críticas às disputas
internas do partido e afirma que o PSDB não soube se diferenciar "nessa
tragédia da democracia brasileira".
Em conversa com o GLOBO, Graziano afirmou que votará contra o PT no
domingo e declarou voto em Jair Bolsonaro. O ex-parlamentar diz que
discorda de muitas das ideias de Bolsonaro mas que votará no capitão da
reserva por considerá-lo o único capaz de vencer o PT na eleição.
— Conheci o Bolsonaro na Câmara quando fomos deputados. Ele é um cara
honesto e coerente. Não concordo com várias das ideias dele, mas é
inegável que ele é o único que está representando a derrubada desse
sistema podre. Prefiro pagar o preço por me manifestar a ficar calado —
diz.
No documento em que anuncia sua desfiliação, o ex-parlamentar não
cita apoio a Bolsonaro. Na carta, publicada no site "Poder360", o
ex-tucano relembra os primeiros passos do partido quando ele e outros
políticos que lutaram "contra o regime militar, defendendo as liberdades
democráticas", mas que discordavam da esquerda radical resolveram
fundar o partido.
Graziano destaca o que chamou de período de ouro da sigla, entre 1994
e 2002, durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso e lamenta a
morte de Mário Covas. Segundo ele, o ex-governador de São Paulo
certamente sucederia Fernando Henrique em 2002.
Na sua carta de desfiliação, Graziano escreve que, quando de sua
fundação, o PSDB acreditava que as mudanças de que o Brasil exigiam
diálogo, não gritaria. Contudo, após a eleição de Lula, o PSDB teria se
perdido em meio à desilusão com o sistema político causado por
escândalos de corrupção como o Mensalão e a Lava-Jato.
"Nos últimos 15 anos, a luta pela hegemonia interna dominou a agenda
tucana. É necessário botar o dedo na ferida: José Serra, Geraldo Alckmin
e Aécio Neves, que se odeiam mutuamente, entraram numa insana e eterna
disputa que, ao envolver os quadros partidários, moeu a inteligência
tucana", escreveu.
Ao GLOBO, Graziano afirmou que discordou do impeachment contra
ex-presidente Dilma Rousseff e que também discordou da entrada do PSDB
no governo Temer. O ex-deputado federal afirma que não se envolve com
questões partidárias desde 2014 e que, de lá para cá, muitas coisas
aconteceram com as quais não concordou.
- Fui vendo a podridão do sistema político acontecendo e o PSDB fazendo parte. Foi uma profunda decepção - disse.
Xico Graziano, que foi secretário de Meio Ambiente de José Serra no
governo paulista e, em 2014, coordenou a estratégia digital da campanha
de Aécio Neves, critico principalmente as movimentações políticas de
Geraldo Alckmin durante a pré-campanha, como o acordo que fez com,
segundo Graziano, "notórios bandidos da política". Para ele, Alckmin
teria ganhado tempo de televisão, mas perdido da bandeira da ética.
"Esse pragmatismo da política, necessário em certo sentido, contém um
terrível germe que, se não controlado, destrói as utopias. Fazer
política significa também sonhar. Infelizmente essas eleições só nos
trazem pesadelos", afirma. (O Globo). DO O.TAMBOSI
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