Inquérito apura suposto desvio envolvendo empréstimos consignados no período de Bernardo no Planejamento. G1 aguarda resposta de Gleisi; defesa do ex-ministro já negou irregularidades.
A Polícia Federal concluiu nesta semana o inquérito que tem a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo entre os investigados.
O relatório foi enviado nesta quarta-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal e será analisado pelo ministro Dias Toffoli.
Os crimes investigados neste inquérito são corrupção e lavagem de dinheiro.
Procurada pelo G1, a
assessoria de Gleisi informou que a defesa da senadora não teve acesso
ao inquérito. "O vazamento ilegal de suposto inquérito, ao qual a defesa
não teve acesso, é mais uma violência contra o PT e seus dirigentes",
informou em nota.
procurou a assessoria de Gleisi e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O G1
não localizou a defesa do ex-ministro nesta quinta, mas os advogados
dele já se pronunciaram anteriormente sobre o caso, afirmando que
Bernardo não teve envolvimento em eventuais irregularidades cometidas no
Planejamento.
A suspeita da PF é que houve desvio de dinheiro na concessão de
empréstimos consignados pelo Ministério do Planejamento no período em
que Paulo Bernardo, marido de Gleisi, comandou a pasta (leia detalhes mais abaixo).
A Polícia Federal suspeita, ainda, que parte do dinheiro desviado teria abastecido campanhas de Gleisi por meio de caixa 2.
Relembre o caso
Segundo as investigações da 18ª fase da Lava Jato, houve um esquema de
corrupção em um contrato firmado entre o Ministério do Planejamento e a
empresa Consist Software para gestão de empréstimos consignados.
A delação do ex-vereador de São Paulo Alexandre Romano embasou as investigações.
A suspeita é que o desvio tenha chegado a R$ 100 milhões.
Segundo a PF, o Planejamento direcionou a contratação da Consist para
operacionalizar o crédito consignado a funcionários públicos da União.
Em 23 de junho de 2016, Paulo Bernardo chegou a ser preso pela PF em razão das suspeitas relacionadas aos empréstimos consignados. Seis dias depois, ele foi solto, negando todas as acusações.
Por Ana Paula Andreolla, TV Globo, Brasília*
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