Presidente da Corte, Cármen Lúcia negou pedido do governo e da PGR para anular prova que desrespeitasse direitos humanos; segundo a pasta, continua valendo avaliação com cinco critérios estabelecidos no edital.
Por G1, Brasília
O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsáveis pela
aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgaram nota neste
sábado (4) informando que vão acatar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu aos órgãos dar nota zero em redações com teor de "desrespeito" aos direitos humanos.
Mais cedo, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, manteve decisão do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) do último dia 25 que
permite somente o desconto de no máximo 200 pontos (de um total de 1.000
da redação), conforme as cinco competências exigidas para o texto.
"O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) comunicam que acatam a
decisão do Supremo Tribunal Federal e que não vão recorrer da decisão. O
MEC e o Inep entendem que os participantes do Enem 2017 precisam fazer a
prova com segurança jurídica e com a tranquilidade necessária ao Exame.
Diante disso, o MEC e o Inep informam aos participantes do Enem 2017
que não haverá anulação automática da redação que violar os Direitos
Humanos, como previa o Edital do Enem. Continuam em vigor os critérios
de correção das cinco competências, conforme estabelecido na Cartilha de
Participante - Redação no Enem 2017", diz a nota.
Na decisão, Cármen Lúcia diz não enxergar "lesão a interesses públicos
relevantes" na decisão do TRF-1, que, para ela, "expande os direitos
fundamentais", ao garantir o exercício da liberdade de expressão e de
opinião dos candidatos.
"Não se desrespeitam direitos humanos pela decisão que permite ao
examinador a correção das provas e a objetivação dos critérios para
qualquer nota conferida à prova. O que os desrespeitaria seria a mordaça
prévia do opinar e do expressar do estudante candidato", afirmou a
ministra.
Cármen Lúcia rejeitou pedidos apresentados pela Advocacia Geral da
União (AGU) e da Procuradoria Geral da República (PGR) que visavam
suspender a decisão do TRF-1.
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