Ex-presidente do Detro havia sido solto após decisão de Gilmar Mendes, mas MPF alegou ameaças a outros presos e pediu nova prisão.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, decretou novamente,
na tarde desta sexta-feira (25), a prisão do ex-presidente do
Departamento de Transportes do Rio (Detro) Rogério Onofre.
Onofre foi preso em julho na Operação Ponto Final, que apurou corrupção no setor de transporte do estado do Rio. Ele recebeu habeas corpus na noite de terça-feira (22), concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O MPF, porém, pediu novamente a prisão. Entre os argumentos estava a acusação de que Onofre vinha ameaçando outros detidos na operação.
Onofre se tornou réu junto com outras 23 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral, em investigação da Lava Jato no Rio.
Entre as provas apresentadas pelos procuradores sobre as ameças está um
áudio feito no momento em que a operação Ponto Final ocorria.
"O negócio aqui tá feio pro meu lado, cara. Eu não tenho dinheiro nem
pra viajar se você quer saber. Vê se você me arruma o meu dinheiro aí,
dá um jeito, vocês não estão dando solução de nada, vocês não estão
conversando, vocês têm imóveis aí não dão nada. Vocês não estão
acreditando, rapaz, na sorte. Vocês ainda não morreram porque eu quero
receber, mermão. Agora eu tô percebendo que vocês não vão pagar mesmo,
aí então..."
Segundo investigações, pelas mãos de Onofre passaram pelo menos R$ 40
milhões em propina. Ele é advogado, ex-prefeito de Paraíba do Sul – com
dois mandatos –, e foi indicado em 2007 pelo então governador Sérgio
Cabral, também preso na Lava Jato, para a presidência do Detro, órgão
que fiscaliza o transporte intermunicipal no Rio. Em um perfil no
Facebook sobre sua gestão, Onofre diz que recebeu autonomia total para
combater o crime.
Por GloboNews
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