sábado, 8 de julho de 2017

Generalato tucano tem de apoiar sua infantaria’

Josias de Souza

Alheio às críticas que soaram na Alemanha, onde se encontra Michel Temer, o senador tucano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do Senado, adotou uma linguagem bélica para traduzir o seu desejo em relação ao governo. “Os generais do PSDB não podem ficar protegidos no quartel enquanto a infantaria do partido leva tiro na Câmara. O generalato tem de apoiar sua infantaria na linha de frente.”
Cássio acrescentou: “Como podemos ficar nos ministérios desse governo se nossos deputados votarão na Câmara a favor da denúncia que pede a abertura de ação penal contra o presidente no Supremo Tribunal Federal? Não dá. Precisamos fazer uma opção. Eu prefiro ficar do lado dos deputados, sem os ministérios.''
Mais cedo, o ministro Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), senador licenciado do PSDB, criticara no Twitter a retórica antigovernista adotada por Cássio e Tasso Jereissati, presidente interino do partido. “Do ponto de vista dos interesses do Brasil, não poderia haver ocasião mais inoportuna para os recentes ataques de dirigentes do PSDB ao presidente da República, quando ele representa nosso país na cúpula do G20″, anotou Aloysio. ''Nem Lula nem Dilma tiveram esse tratamento de nossa parte quando éramos oposição.”
Cássio não se deu por achado. Quer marcar a data do desembarque. Defende que o PSDB deixe o governo depois da votação da reforma trabalhista no Senado, que deve ocorrer na próxima terça-feira. Na véspera, o relator da denúncia contra Temer, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), terá apresentado o seu relatório na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A expectativa é a de que Zveiter, embora seja do partido de Temer, apresente um relatório desfavorável ao presidente.

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