quarta-feira, 21 de junho de 2017

Solidariedade do tucanato a Aécio virou suicídio

Josias de Souza

Existem vários tipos de solidariedade. São todos admiráveis. Mas o amparo do PSDB a Aécio Neves está próximo da patologia. Virou sintoma de sadomasoquismo. O impulso autodestrutivo da legenda só não é maior do que o egoísmo do seu filiado encrencado. Aécio utiliza o partido para transformar a morte prematura do seu projeto político numa morte procrastinada. O senador sabe que sua carreira definha. E faz questão de que o tucanato murche junto.
Nesta terça-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal adiou em uma semana o julgamento sobre o pedido de prisão de Aécio. E o PSDB também transferiu a reunião de sua Executiva, que definiria nesta quarta-feira a coreografia da substituição definitiva de Aécio na presidência da legenda. Tranformando-se a indefinição tucana numa metáfora culinária, pode-se dizer que a insensatez do ninho ultrapassou o ponto de cozimento.
A confusão entre o tempo da Justiça e o tempo da política a fez dessas dar a mistura. O molho queimou. E o que era para ser um gesto de solidariedade converteu-se em mais um vexame do PSDB. Por mal dos pecados, Aécio acabou correspondendo aos que não encontravam motivos para confiar nele. Como ainda não foi inventada uma maneira de desfritar um ovo, o PSDB transformou sua solidariedade em suicídio no instante em que se jogou dentro da frigideira.

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