Depois de onze meses de prisão, doleiro começou a revelar seus segredos
Por
Rodrigo Rangel
15 jun 2017, 22h22 - Publicado em 15 jun 2017, 22h21
AMEAÇA - O doleiro Lúcio Funaro: seu depoimento é uma amostra do estrago que ele pode causar (Alexandre Schneider/VEJA)
Há tempos o doleiro
Lúcio Funaro paira como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de políticos de diferentes partidos. No
mensalão,
ele era um dos responsáveis por gerenciar uma parte do dinheiro que
movia as engrenagens montadas para comprar apoio ao governo
Lula
no Congresso. Pilhado, fechou um acordo de delação com o Ministério
Público e ajudou a pôr na cadeia figurões do PT e de outros partidos.
Mas não se emendou: considerado um exímio especialista em operações de
lavagem de dinheiro, o doleiro apenas atualizou a carteira de clientes,
até ser fisgado de novo em 2016. Os primeiros indícios apontavam para
uma sociedade com o notório ex-deputado
Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Mas ele tinha parceiros muito mais importantes. Na semana
passada, depois de onze meses de prisão, Funaro começou a revelar seus
segredos. Intimado a prestar depoimento no inquérito que investiga
Michel Temer,
o doleiro afirmou que o presidente da República tinha pleno
conhecimento de como funcionavam os esquemas de corrupção que abasteciam
o cofre do PMDB. Em outras palavras, Temer sabia que o partido
financiava suas campanhas com dinheiro oriundo de propinas. Não foi a
única revelação. Funaro contou também que já se encontrou pessoalmente
com Michel Temer, que chegou a tratar com ele de questões referentes ao
financiamento do partido. O presidente garante que nem sequer conhece
Funaro.
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