sábado, maio 06, 2017
Na imagem acima Jeffrey A. Tucker, o autor do texto que segue após este prólogo transcrito em tradução para o português do site Tradutores de Direita e ao lado parte do site da FEE Foundation for Econômic Education com a chamada para o artigo original em inglês que pode ser lido clicando Aqui - Click here to read in English. Recomendo muito a leitura pois Tucker faz uma análise positiva sobre o vendaval de mudanças que ocorreram nos dois últimos anos no Brasil envolvendo o impeachment e a Operação Lava Jato que está eviscerando o ventre a víbora vermelha da corrupção, da roubalheira e do projeto esquerdista de viés cubano-venezuelano. Escritor, articulista e intelectual de destaque internacional, Jeffrey Tucker faz uma leitura positiva dos últimos acontecimentos no Brasil, sobretudo no que diz respeito à eclosão do que denomina de "Movimento da Liberdade" e que recomenda como "um modelo para o mundo". Tanto é que este artigo foi destaque no respeitado site da FEE. Em que pese a negativa corrente daqueles que tentam arrastar o Brasil para o pântano, há em contrapartida uma nova força que se ergue e impõe uma nova agenda política assentada nos pilares da liberdade, soprando a poeira bolorenta que turva o horizonte dos brasileiros. Por tudo que alinhei aqui de forma ligeira vale muito a pena ler este artigo que, evidentemente, jamais será objeto de reflexão e análise pelos andróides esquerdistas que dominam as redações da grande mídia e que tentam, de todas as formas, manter a Nação brasileira chafurdando no lodaçal do esquerdismo estatizante e delirante. |
Jeffrey A. Tucker (*)
Há
dois anos, no Brasil, quando falei pela primeira vez ao Fórum da
Liberdade, em Porto Alegre, a conferência já era enorme (3500 pessoas,
se bem me lembro), mas os ânimos estavam para baixo. O sistema político
parecia irremediavelmente atolado na corrupção. As pessoas com espírito
de liberdade não se viam fazendo progresso. O país parecia para sempre
preso em um socialismo empobrecido, um despotismo entrincheirado até
onde os olhos podiam ver, e as pessoas perguntavam: será que não há nada
que possamos fazer?
Oportunidade está no ar, e a realização se alimenta de si mesma.
Que
diferença dois anos fizeram! A corrupção chegou aos jornais. Tudo se
abriu, e de repente. Os protestos de rua explodiram. Um presidente
sofreu impeachment. Novos líderes políticos surgiram. A imprensa está
prestando atenção ao enorme e diverso movimento pela liberdade naquele
país.
Hoje
todos estão energizados, otimistas e dedicados em todos os níveis. Não
se trata apenas de política. É entre professores, estudantes, blogueiros
e YouTubers, e organizações locais de todos os tipos. Todo mundo está
participando, pronto para contribuir.
Oportunidade está no ar, e a realização se alimenta de si mesma. Você cria o futuro que acredita ser possível.
Que mudança
E
com certeza, o movimento da liberdade parece disposto a fazer uma
diferença gigantesca. A mesma conferência neste ano atraiu 5.500
pessoas, tornando-se de longe o maior evento orientado à liberdade no
mundo. Os palestrantes incluíam empresários, estadistas, figuras de
mídia, intelectuais, editoras e um grande número de pessoas se sentavam
com atenção, enquanto falavam sobre a grande tradição liberal de paz,
empreendimento, liberdade e adaptabilidade da história à luz de novas
idéias.
Cada livro é um presente para as gerações.
Nas
mesas do lado de fora da grande sala de conferências, livros estavam
sendo vendidos como nunca, com autores como Milton Friedman, Ayn Rand,
Ludwig von Mises, F. Hayek e intelectuais brasileiros como Hélio Beltrão
e Fernando Ulrich. Eles cobriam filosofia, política, economia, direito,
ética e tecnologia. Toda a visão liberal de mundo está se espalhando
exatamente da maneira correta: intensa educação em idéias.
Estou
admirado com os editores e tradutores e com o trabalho que fizeram para
tornar isso possível. Cada livro é um presente para as gerações. Cada
obra endereça o ponto de uma maneira diferente: a sociedade prospera
quando ela não é administrada do topo, mas sim difere para a tomada de
decisão criativa de seus membros e suas escolhas e associações pessoais.
É um ponto que tem sido especialmente rejeitado por 100 anos na maior
parte do mundo.
Esta
rejeição não foi nada além de uma tragédia. Quase todos os países do
planeta são oprimidos por um enorme excesso do governo que está
arruinando o potencial de criação ilimitada de riqueza. Os sonhos estão
sendo destruídos diariamente, sugados pela burocracia e por planos
impraticáveis impostos pelo centro. Os partidos políticos estão lutando
para controlar o mecanismo do poder, mas não há nada a ganhar com essa
trajetória. O que é necessário é bastante simples: as elites poderosas
devem abandonar o controle e permitir que a ordem social faça sua mágica
por si só.
O
Brasil já tentou de tudo. Agora parece pronto para tentar a liberdade.
Nada vai em linha reta, mas as chances de vitórias reais – privatização,
reduções de impostos, reforma do comércio, liberalização dos cuidados
de saúde e da educação e das empresas – realmente parecem possíveis. E
se não imediatamente, também está claro que este movimento não está indo
embora. Ele está crescendo, até mesmo exponencialmente.
Porque não tentar Liberdade?
Posso
dizer-lhes uma coisa: é uma coisa bonita de se ver. Todo país do mundo
tem um movimento de liberdade, mas muitas pessoas se preocupam que
talvez estejam desperdiçando seu tempo. Eles lutam, eles blogam, eles
transmitem, eles organizam, mas nada nunca muda. Mas desistir não é o
jeito brasileiro. Em vez de se retirarem, seguiram um caminho diferente,
trabalhando cada vez mais, empurrando os limites e diversificando suas
fileiras, aplicando cada vez mais energia intelectual e moral à causa.
O Brasil elevou muitíssimo o padrão, como um exemplo para o mundo.
A
diferença no Brasil é que os líderes deste movimento se recusaram a
acreditar que a idéia que fez a vida bela em todo o mundo – a idéia da
liberdade humana – seria permanentemente marginalizada. Eles tinham fé
que poderia ser um condutor principal de eventos. Eles trabalharam para
fazer isso acontecer. E, com certeza, eles agora estão acompanhando a
história se adaptando ao sonho.
O
Brasil elevou muitíssimo o padrão, como um exemplo para o mundo. Não há
país na Terra que não poderia reproduzir esse sucesso, com bastante
paixão, trabalho e energia. Eu não tenho certeza se eu percebi
plenamente até este evento o que é possível. Mudou minha própria
perspectiva.
Parte
do problema é que muitos movimentos de liberdade em todo o mundo
tornaram-se aculturados à sua própria marginalização. Eles lideram tanto
tempo com uma sensação de derrota que eles vieram a aceitá-lo como seu
destino. Eles começam a pensar em si mesmos como uma facção com um
interesse especial, ao invés da voz para o bem comum de todos.
Um
sinal revelador de desespero implícito que você encontra no caso dos
EUA é hiper-faccionalismo. Quanto mais um movimento está convencido de
que deve perder, mais ele se volta para dentro, com divisões dentro de
divisões, reivindicações abusivas e rancorosas de heresia, intolerâncias
traiçoeiras para diferentes pontos de vista. É um reflexo do desespero.
Se não pudermos vencer, poderíamos trollar uns aos outros através de
expurgos, denúncias e quebras pessoais.
Esta
tendência é quase inteiramente ausente no Brasil. As pessoas têm
chamados, interesses e pontos de vista diferentes, mas o tipo de
sectarismo amargo que você encontra em outros países está quase
inteiramente ausente. Pelo contrário, o movimento da liberdade no Brasil
abrange tudo e todos que trabalham para o bem.
Civilidade como característica
Uma
característica do movimento que me impressionou nesta visita é a sua
inabalável civilidade. As pessoas neste movimento de liberdade são
felizes, corteses, bondosas, elogiosas umas com as outras e animadas em
fazer parte do lado correto da história. Eu suspeito que isso é devido à
confiança que eles têm na justeza de sua causa, juntamente com uma bela
e incrível cultura de bondade para com os outros.
Apenas
naquele momento percebi o quanto eu tinha sido, por tantos dias, o alvo
de uma inesgotável cortesia, e nem havia percebido.
Mais
do que nos Estados Unidos, a cultura brasileira está profundamente
infundida com uma delicada liturgia social do costume, da sinalização
social e das pistas sutis. Você pode vê-lo nas maneiras, no tom da voz,
nas atitudes de deferência baseadas no respeito mútuo.
Eu
me perguntei por que essas tradições informais são tão ricas e robustas
neste país, e especulei que é devido a uma variedade de fatores. Nenhum
país do mundo é mais racial e etnicamente diverso, tanto que as
próprias palavras raça e etnia mais que tudo perderam seu significado,
misericordiosamente. As pessoas encontram-se, em primeiro lugar e acima
de tudo, como pessoas, e a própria brutalidade da esfera política tem
sublinhado a absoluta necessidade de civilidade a ser criada e
preservada de outras maneiras.
Deixe-me
fornecer apenas um exemplo. Depois de alguns dias, comecei a notar que
em todos esses círculos sociais, em discussões com tantas pessoas, eu
tinha dado como certo que eu falaria inglês. E quando as pessoas estavam
ao meu redor, mesmo falando entre si, eles falavam inglês também,
apenas como uma questão de serem educadas comigo. Só me dei conta disso
na última noite, quando eu estava com um grupo e alguém começou a falar
português com seu vizinho, e um amigo sussurrou baixinho: “por favor,
fale em inglês”.
Apenas
naquele momento percebi o quanto eu tinha sido, por tantos dias, o alvo
de uma inesgotável cortesia, e nem havia percebido. E essa cortesia
estendia-se a todas as áreas da vida: as pessoas me ajudariam com
instruções, a pedir comida, ao falar com os funcionários, com todas as
ferramentas que eu precisava para apreciar e amar este lugar
maravilhoso. Eu rezo para que os americanos possam algum dia aprender a
ser tão corteses.
O movimento da liberdade criou uma espécie de nação dentro de uma nação, como uma inspiração para todo o país.
Construa a liberdade que tanto ama
Uma
coisa que você nota na história da liberdade é que ela nunca é criada
somente pela política. Assim como a sociedade não é criada de cima para
baixo, a mudança social também não surge dessa maneira. A política se
adapta às realidades sociais que já existem. Se você quer a liberdade,
você deve criá-la primeiro como um movimento social, intelectual e
cultural. É aí que entra o trabalho duro, e é precisamente onde as
pessoas tendem a vacilar. Em vez disso, elas querem que o mundo que elas
sonham seja concedido a elas, mas nunca é.
Mas
no Brasil, você encontra uma determinação diferente, e uma paixão moral
e intelectual para viver o sonho que você quer ver realizado no mundo.
Os organizadores do Fórum da Liberdade têm estado ali há trinta anos.
Somente neste grande aniversário se tornou aparente: o movimento da
liberdade criou uma espécie de nação dentro de uma nação, como uma
inspiração para todo o país.
E
agora ele se tornou um presente para o mundo. Como americanos, podemos
olhar para ele e perceber, talvez pela primeira vez: nós rebaixamos
muito o padrão. Se isso pode acontecer no Brasil, pode acontecer também
onde você está. É incrível considerar a dívida que o século 21 deve a
este belo país e suas pessoas bonitas.
(*) Jeffrey A. Tucker
é diretor de conteúdo para a Foundation for Economic Education. Ele
também é Chief Liberty Officer e fundador do site Liberty.me. Distinto
Membro honorário do Instituto Mises Brasil, membro pesquisador no Acton
Institute, conselheiro de políticas to The Heartland Institute, fundador
da CryptoCurrency Conference, membro do conselho editorial da The
Molinari Review, um orientador para o construtor de aplicações de
blockchain Factom, e autor de cinco livros. Ele escreveu 150 introduções
de livros e milhares de artigos que aparecem na imprensa acadêmica e
popular.
* A tradução do artigo é de Tulius Lima e a revisão de Jonatas - do site Tradutores de Direita.
DO A.AMORIM
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