sexta-feira, 12 de maio de 2017

Ex-presidente do BNDES e irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, são alvo da Bullish

Ao menos 21 pessoas estão na mira da investigação

A Justiça Federal em Brasília determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos irmãos Joesley e e Wesley Batista, donos da JBS, que detém as marcas Friboi e Seara. A medida faz parte da Operação Bullish, que apura supostos ilícitos em aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no grupo empresarial. Também é alvo da medida o ex-presidente do banco Luciano Coutinho.

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Ao menos 21 pessoas estão na mira da operação. Além dos mandados de busca e apreensão, também foram determinadas conduções coercitivas de envolvidos. A Justiça negou pedido de prisão contra os fundadores do grupo JBS, sob o argumento de que poderá “abalar ainda mais a já afetada imagem” da empresa e de que, por ora, ela não seria necessária. Mas ordenou, alternativamente, a apreensão dos passaportes de investigados.
O BNDES fez aportes superiores a R$ 8 bilhões na holding dos irmãos Batista, a partir de 2007, para a sua expansão. Parte dos recursos foi injetada pelo BNDESPar, braço do banco para a aquisição de empresas, por meio da subscrição de ações da JBS.
A investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) indica que houve desistência da compra da Nacional Beef, sem a devolução dos recursos empregados. Também aponta a compra de ações do grupo por preços mais altos que os praticados no mercado, o que teria resultado num prejuízo de R$ 30 milhões. Houve ainda, segundo os investigadores, dispensa de garantias necessárias aos negócios e aprovação de investimentos em prazo exíguo para a análise das operações.
A 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, considerou que há indícios de irregularidades graves. “Os fatos indicam ao menos uma atuação temerária e incompatível com a prudência que operações desse porte estão a requerer, havendo, talvez, a a configuração de crime de gestão temerária, cuja pena também é elevada (de dois a oito anos)”, diz trecho da decisão que autorizou as medidas.
O documento destaca que há indícios também de corrupção, citando delação premiada do ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto, que relatou à Lava Jato suposto pagamento de propina, pela JBS, ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. A decisão cita também o fato de o grupo ser grande financiador de partidos políticos, “uma vez que a lógica dessa doação seria a de obter facilidades posteriores”. Levanta ainda a possibilidade de os novos rearranjos na estrutura social do grupo terem como propósito a lavagem de dinheiro.
Os investigados tiveram bens bloqueados. Os irmãos Batista, que já são alvo de outras operações, estão proibidos de fazer mudanças na estrutura de suas empresas e de abrir novas empresas no Brasil e no exterior. DO ESTADÃO

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