Agentes cumprem mandados nas zonas Sul e Oeste do Rio. Estimativa é que fraudes tenham gerado prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Nesse caso a suspeita é que o BNDES tenha favorecido a JBS, da qual a BNDESPar detém 21%.
Há buscas na casa Joesley Batista, presidente do conselho de
administração da JBS, e na casa do Luciano Coutinho, ex-presidente
BNDES. O banco beneficiava o grupo em juros e agilidade nos empréstimos.
Fez isso, por exemplo, para a compra do frigorífico Bertin.
Coutinho e Batista também são alvos de mandados de condução coercitiva,
que é quando alguém é levado a depor. Os dois, entretanto, estavam fora
do país desde antes da deflagração da operação e não há informações
sobre o cumprimento dessas medidas. O Ministério Público Federal e a
Polícia Federal pediram a prisão de Joesley, mas a Justiça negou.
Em nota, a defesa de Luciano Coutinho afirmou que as operações com a
JBS foram feitas dentro da mais absoluta regularidade,e que ele está à
disposição das autoridades.
"A defesa do ex-presidente ainda não teve acesso aos autos, mas tem
convicção de que demostrará, ao longo do processo, a lisura de todas as
ações realizadas durante a gestão do ex-presidente. Coutinho está
absolutamente tranquilo e encontra-se no exterior em compromisso
profissional previamente agendado, regressando ao Brasil no começo da
semana que vem, quando poderá prestar todos os esclarecimentos
pertinentes sobre o caso", informou a nota.
O G1 entrou em contato com a JBS e com o BNDES, mas ainda não obteve retorno.
Prejuízo de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos
Segundo a Polícia Federal, as operações de desembolso tiveram
tramitação recorde após a contratação de uma empresa de consultoria
ligada a um parlamentar. Segundo informações confirmadas pela TV Globo, o
parlamentar é o ex-ministro Antônio Palocci. Ele, entretanto, não é
alvo de nenhum mandado nesta operação.
As transações foram executadas sem a exigência de garantias e com a
dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, gerando um
prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Segundo a PF, em 2007, a empresa tentou comprar um frigorífico no
exterior em uma ação de R$ 8 bilhões e, embora a operação não tenha dado
certo, o dinheiro não foi devolvido prontamente.
Além disso, há suspeita de irregularidades na compra do frigorífico
Bertin, também realizada com empréstimos do BNDES. Há a suspeita de
favorecimento, pois os empréstimos não eram feitos com as devidas
garantias e com juros menores.
Os agentes estão cumprindo 37 mandados de condução coercitiva, sendo 30
no Rio de Janeiro e sete em São Paulo e 20 de mandados de busca e
apreensão, sendo 14 no Rio de Janeiro e 6 em São Paulo, além de bloqueio
de bens de pessoas e empresas que, segundo a PF, "participam direta ou
indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado.
Os controladores do grupo estão proibidos, ainda em razão da decisão
judicial, de promover qualquer alteração societária na empresa
investigada e de se ausentar do país sem autorização judicial prévia. A
Polícia Federal monitora cinco dos investigados que estão em viagem ao
exterior.
Bullish, nome dado à operação, é uma alusão à tendência de valorização
gerada entre os operadores do mercado financeiro em relação aos papéis
da empresa, para a qual os aportes da subsidiária BNDESPar foram
imprescindíveis.
Vários carros deixaram a sede da Polícia Federal no começo da manhã
desta sexta. Os agentes estariam cumprindo mandados em Botafogo, na Zona
Sul do Rio, e na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
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