PM estimou 35 mil pessoas no ápice do protesto. CUT Grupos atearam fogo em ministérios e barricadas; Temer acionou Exército.
Manifestantes protestaram durante toda esta quarta-feira (24) na
Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra o governo Michel Temer e
as reformas em tramitação no Congresso. O ato foi marcado pela
depredação dos prédios ministeriais e de estruturas que compõem a
Esplanada. Houve registro de incêndio na área interna dos ministérios da
Agricultura, do Planejamento e da Cultura, mas o fogo não deixou
feridos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, sete pessoas foram
detidas durante os protestos, suspeitas de dano ao patrimônio público,
desacato e porte ilegal de arma. Até as 19h30, havia registro de 49
pessoas feridas, entre manifestantes e policiais militares.
Os detidos foram encaminhados à 5ª Delegacia de Polícia (área central) e
ao Departamento de Polícia Especializada. De acordo com estimativa da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), os atos reuniram 200 mil
manifestantes durante todo o dia. De acordo com a Segurança Pública, 35
mil ocuparam Esplanada no auge do protesto.
Até as 19h30, o trânsito continuava bloqueado na Esplanada dos
Ministérios, entre a rodoviária do Plano Piloto e a via L4 Sul. Segundo a
Polícia Militar, o acesso dos veículos só será liberado quando as vias
estiverem limpas
.
Fogo nos ministérios
O primeiro prédio a ser atingido pelo fogo foi o do Ministério da
Agricultura, por volta das 15h – as chamas foram extintas cerca de 40
minutos depois. Segundo o Corpo de Bombeiros, o tumulto dificultou o
acesso dos carros para combater as chamas.
Segundo o ministério, o prédio foi evacuado e não houve registro de
feridos. O fogo atingiu o auditório no andar térreo, e fotos de
ex-ministros foram quebradas. A Tropa de Choque entrou no prédio para
evitar o avanço da depredação.
O ministro Blairo Maggi chegou a Brasília nesta terça (23) e estava no
interior do prédio no momento do incêndio. Em nota, ele diz que fazia
uma reunião com secretários e equipe para avaliar a viagem recente ao
Oriente Médio, "quando vândalos invadiram o prédio".
"Eles colocaram fogo na recepção, danificando as instalações. Ainda não
sabemos a soma dos prejuízos, mas é lamentável que as manifestações
acabem em vandalismo. Isso é péssimo para a democracia brasileira", diz o
texto de Maggi.
O térreo do Ministério do Planejamento também foi atingido pelas chamas. Imagens feitas pelo G1 mostram
que uma sala da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que fica no
edifício, também foi destruída. Segundo os bombeiros que atuaram no
local, havia risco de desabamento do forro do teto.
No Ministério da Cultura, manifestantes também atearam fogo em
estruturas da área interna. O prédio também é sede do Ministério do Meio
Ambiente. As chamas foram contidas por brigadistas e, até as 17h, não
havia informações sobre a extensão do dano.
Atos de vandalismo foram registrados em outros pontos da Esplanada,
durante a tarde. No prédio dos ministérios da Cultura e do Meio
Ambiente, documentos e computadores foram depredados. Vidros da fachada e
das portas de acesso foram quebrados, mas também não havia registro de
feridos no local até as 16h15.
Na área externa dos prédios, lixeiras, orelhões e banheiros químicos
foram incendiados e usados pelos manifestantes para montar barricadas
improvisadas. Segundo a Polícia Militar, grupos levavam estilingues para
atirar pedras contra policiais.
Até as 16h30, também havia registro de danos aos ministérios do
Turismo, da Fazenda, do Planejamento e de Minas e Energia. Monumentos
como a Catedral Metropolitana e o Museu da República, que também ficam
na Esplanada, foram alvos de pichações.
DO G1
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