Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
“Somos um País à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que
quer ser e o que deve ser”. A constatação feita pelo Comandante do Exército,
General Eduardo Dias da Costa Villas-Bôas, deveria servir para que os segmentos
organizados da sociedade brasileira aprendam a agir de modo estratégico – e não
apenas ideológico ou meramente “reclamativo”. Já passou da hora de definir o
Projeto para o Brasil. Como os criminosos não farão isto, as pessoas de bem e
do bem têm de agir com mais eficiência, eficácia e efetividade. Ou será que não
temos Elite – e sim “zelite”?
Os problemas brasileiros todos conhecem. Continuamos pecando
pela omissão ou lentidão estratégica na hora de formular soluções de verdade.
Somos craques em copiar remédios errados e amargos que não se aplicam a nossa
realidade. Também somos excelentes em formular paliativos que só fazem o
problema aumentar de magnitude. Outra mania tupiniquim é postergar a tomada de
decisão para fazer a coisa certa. É por isso que a cúpula militar – que estuda
o Brasil estrategicamente – rejeita a velha idéia autoritária, romântica e
“tenentista” de reeditar um 1964, intervindo na condução do processo político.
O Brasil está mudando, mesmo que de forma mais lenta que o
ideal. O desejo de mudança é forçado pela gravíssima crise institucional (sim,
as instituições estão rompidas pela ação do Crime). A bronca é total no Poder
Militar: os generais façam discursos moderados para o público, e ferozes para a
tropa. No Poder Judiciário, já se constata um movimento orgânico de muitos
magistrados que não aceitam mais o status quo da corrupção sistêmica sendo
legitimado pela toga. Já vale como “mantra” um pensamento do jurista Rogério
Medeiros Garcia de Lima, Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:
”O Poder Judiciário não pode servir de trampolim para o exercício arbitrário e
ilegítimo do poder político por quem não foi eleito”.
Militares e juízes, de um jeito ou de outro, enfrentam
diretamente as facções criminosas. Na contramão do combate à corrupção, as
maiorias esmagadoras dos membros dos Poderes Executivo e Legislativo –
ressalvando raríssimas exceções – seguem praticando e legitimando ações
criminosas. Os políticos brasileiros parecem ter o crime como um “modus
vivendi” (ou “sobrevivendi”). Agem de forma amoral. Já os poderes fardados e
togados dependem da moralidade para existir. Quando se deixam contaminar,
pecando por ação criminosa ou por omissão, acabam forçados a se submeterem a
“chacoalhadas críticas imediatas”, por pressão interna e externa.
O sentimento pós-Lava Jato vivido pela sociedade brasileira
exige que os cidadãos aumentam a pressão crítica sobre os dois poderes com
maior capacidade de neutralizar a ação institucionalizada do Crime: o
Judiciário e o Militar. Se as instituições militares e jurídicas se aprimorarem
com mais velocidade, as instituições políticas terão de seguir a tendência, ou
seus personagens ficarão sujeitos a uma substituição mais rápida. Novamente,
quem tem a missão de aumentar a pressão legítima por mudanças é a Elite. Sempre
foi assim na História de todos os povos que optaram pelos valores civilizados,
pautados pela legalidade democrática (Segurança do Direito).
A “Zelite” dirigente do Brasil precisa ser substituída por uma
Elite de verdade que formule um projeto estratégico e lidere o processo de
mudanças estruturais, promovendo o aprimoramento das instituições. Este é o
processo que podemos chamar de “Intervenção Institucional” ou de “Intervenção
Cívica Constitucional”. O Brasil só tem jeito com uma urgente repactuação
legal, a partir de uma Constituição que seja obedecida sem necessidade de
interpretações por membros de uma Suprema Corte influenciada por
“politicagens”.
Refletindo o pensamento do Poder Militar, o General Villas-Bôas
tem razão: O Brasil precisa definir o que quer ser e o que deve ser. Se as
Elites de verdade não fizerem isto, o Crime Institucionalizado seguirá
hegemônico para manter o Brasil o que ele sempre foi desde 1500 – uma rica
colônia de exploração mantida artificialmente na miséria, na ignorância, na
violência e na injustiça do subdesenvolvimento.
Basta de perder tempo! Vamos formular e debater, exaustivamente,
o Projeto Estratégico para o Brasil. Antes, vamos ajudar a passar o rodo na Nomenklatura Kriminosa do País... De
repente, o trabalho começa depois do carnaval...
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