segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Hora de definir o que o Brasil quer ser

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
“Somos um País à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser”. A constatação feita pelo Comandante do Exército, General Eduardo Dias da Costa Villas-Bôas, deveria servir para que os segmentos organizados da sociedade brasileira aprendam a agir de modo estratégico – e não apenas ideológico ou meramente “reclamativo”. Já passou da hora de definir o Projeto para o Brasil. Como os criminosos não farão isto, as pessoas de bem e do bem têm de agir com mais eficiência, eficácia e efetividade. Ou será que não temos Elite – e sim “zelite”?
Os problemas brasileiros todos conhecem. Continuamos pecando pela omissão ou lentidão estratégica na hora de formular soluções de verdade. Somos craques em copiar remédios errados e amargos que não se aplicam a nossa realidade. Também somos excelentes em formular paliativos que só fazem o problema aumentar de magnitude. Outra mania tupiniquim é postergar a tomada de decisão para fazer a coisa certa. É por isso que a cúpula militar – que estuda o Brasil estrategicamente – rejeita a velha idéia autoritária, romântica e “tenentista” de reeditar um 1964, intervindo na condução do processo político.
O Brasil está mudando, mesmo que de forma mais lenta que o ideal. O desejo de mudança é forçado pela gravíssima crise institucional (sim, as instituições estão rompidas pela ação do Crime). A bronca é total no Poder Militar: os generais façam discursos moderados para o público, e ferozes para a tropa. No Poder Judiciário, já se constata um movimento orgânico de muitos magistrados que não aceitam mais o status quo da corrupção sistêmica sendo legitimado pela toga. Já vale como “mantra” um pensamento do jurista Rogério Medeiros Garcia de Lima, Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: ”O Poder Judiciário não pode servir de trampolim para o exercício arbitrário e ilegítimo do poder político por quem não foi eleito”.
Militares e juízes, de um jeito ou de outro, enfrentam diretamente as facções criminosas. Na contramão do combate à corrupção, as maiorias esmagadoras dos membros dos Poderes Executivo e Legislativo – ressalvando raríssimas exceções – seguem praticando e legitimando ações criminosas. Os políticos brasileiros parecem ter o crime como um “modus vivendi” (ou “sobrevivendi”). Agem de forma amoral. Já os poderes fardados e togados dependem da moralidade para existir. Quando se deixam contaminar, pecando por ação criminosa ou por omissão, acabam forçados a se submeterem a “chacoalhadas críticas imediatas”, por pressão interna e externa.
O sentimento pós-Lava Jato vivido pela sociedade brasileira exige que os cidadãos aumentam a pressão crítica sobre os dois poderes com maior capacidade de neutralizar a ação institucionalizada do Crime: o Judiciário e o Militar. Se as instituições militares e jurídicas se aprimorarem com mais velocidade, as instituições políticas terão de seguir a tendência, ou seus personagens ficarão sujeitos a uma substituição mais rápida. Novamente, quem tem a missão de aumentar a pressão legítima por mudanças é a Elite. Sempre foi assim na História de todos os povos que optaram pelos valores civilizados, pautados pela legalidade democrática (Segurança do Direito).
A “Zelite” dirigente do Brasil precisa ser substituída por uma Elite de verdade que formule um projeto estratégico e lidere o processo de mudanças estruturais, promovendo o aprimoramento das instituições. Este é o processo que podemos chamar de “Intervenção Institucional” ou de “Intervenção Cívica Constitucional”. O Brasil só tem jeito com uma urgente repactuação legal, a partir de uma Constituição que seja obedecida sem necessidade de interpretações por membros de uma Suprema Corte influenciada por “politicagens”.
Refletindo o pensamento do Poder Militar, o General Villas-Bôas tem razão: O Brasil precisa definir o que quer ser e o que deve ser. Se as Elites de verdade não fizerem isto, o Crime Institucionalizado seguirá hegemônico para manter o Brasil o que ele sempre foi desde 1500 – uma rica colônia de exploração mantida artificialmente na miséria, na ignorância, na violência e na injustiça do subdesenvolvimento.
Basta de perder tempo! Vamos formular e debater, exaustivamente, o Projeto Estratégico para o Brasil. Antes, vamos ajudar a passar o rodo na Nomenklatura Kriminosa do País... De repente, o trabalho começa depois do carnaval...

Rleia o artigo de domingo: Em busca do próximo “Salvador da Pátria”?

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