Ricardo Bordin, do blog Por um Brasil sem Populismo,
mostra que Donald Trump, fustigado pela "mídia", acaba pautando a
imprensa, obrigada a correr atrás do que ele divulga em seu movimentado
Perfil no Twitter. Divirtam-se com o texto:
Esta semana ficou marcada na política americana como aquela na qual a
mídia mainstream deixou de rodeios e partiu para o ataque abaixo da
linha da cintura contra Donald Trump, tal qual animal acuado contra a
parede. Alexandre Borges proferiu uma verdadeira aula sobre
o tema em seu canal no Youtube, mas eu gostaria de chamar a atenção
para um fator pouco aludido nesta peleja sem precedentes, e que, a meu
ver, funciona como um potencializador da cólera da imprensa contra o
presidente da América: o seu deveras movimentado perfil no Twitter.
Tão logo Trump venceu a eleição e continuou a tuitar, jornalistas já
exclamaram que seria inapropriado o chefe da Casa Branca seguir
utilizando a ferramenta virtual após ser empossado no cargo. Mas as
verdadeiras motivações por trás de tal objeção residem, efetivamente, no
despreparo dos veículos de comunicação tradicionais para enfrentar um
político armado de um meio de difusão de informação sobre o qual eles
não têm (ainda, e não por falta de vontade) nenhum controle ou
capacidade de manipulação. Vejamos, pois, as duas principais ameaças que
o Twitter de Trump representa aos repórteres da Clinton News Network e
demais apaniguadas:
1) Trump costuma “furar” a mídia por meio de seu perfil: A
Carrier desistiu de transferir uma de suas instalações para o México e
manteve 1000 empregos nos Estados Unidos? Você soube primeiro pelo
@realDonaldTrump. A Fiat Chrysler anunciou o investimento de US$1 bilhão
em Michigan e Ohio? Notícia exclusiva da rede social do presidente.
Trump resolveu passar um pito nos chineses por roubarem um drone
americano? Seu Twitter existe para isso mesmo, oras. E por aí vai.
A mídia estava habituada, desde sempre, a ser informada a respeito de
toda e qualquer ação governamental, e ela, então, divulgar tudo em
primeira mão. Não mais, aparentemente. Trump tira da imprensa uma
parcela significativa de sua audiência com este expediente. O
procedimento padrão, de transmitir aos jornais e redes de televisão
qualquer nova intenção da maior autoridade estatal, bem como suas
opiniões e posicionamentos a respeito de eventos ocorridos mundo afora,
através de seu assessor de imprensa, para que, somente então, o grande
público viesse a tomar conhecimento, parece ter ficado no passado. E
perder esta reserva do mercado de mídia é algo extremamente grave para
os cofres destas empresas.
Se os programas de governo forem anunciados todos por meio de seu
perfil, vai ter muito diretor de redação arrancando os cabelos pela
perda do público cativo. Também pudera: os tweets de Trump chegam a
contabilizar centenas de milhares de RTs. Pense no alcance disso: é
suficiente pra rodar o país inteiro e ainda sobra troco.
Aliás, ele poderia, com base na significativa disseminação de seus
posts, extrapolar sua produção na grande rede e não mais pagar pela
propaganda oficial do governo. Se sua equipe produzir um belo website,
com vídeos e artigos, e usar o twitter para fazê-lo chegar ao povo
americano, estará sendo dada publicidade às medidas adotadas pelo
presidente sem gastar um centavo. Para que convocar coletivas, se ele
pode gravar um pronunciamento e reproduzir online? Ou ainda fazê-lo ao
vivo, caso prefira? Para que convocar rede nacional de televisão e
rádio, se ele pode convocar seus quase vinte milhões de seguidores a
passarem adiante sua mensagem?
Mais eficiência no manejo com o dinheiro do pagador de impostos do
que isso é difícil imaginar – mas não surpreende, uma vez que Trump
conseguiu a vitória no pleito eleitoral gastando em torno de ¼ do que
dispendeu o partido Democrata. Mas essa economia de recursos públicos
seria um baque (merecido) na liquidez de muitos grupos poderosos de
comunicação daquele país.
2) Trump, como se um bom boxeador fosse, não deixa golpe sem resposta imediata: Não
importa se foi Maryl Streep “lacrando” na cerimônia do Globo de Ouro,
ou se foi o “bombástico” dossiê divulgado pela Buzznews, ou se números
falaciosos a respeito do Obamacare vem à tona, ou se fatos distorcidos
são noticiados, a reação de Trump é a mesma: em poucos minutos, o
contragolpe vem a galope pelas raias da fibra ótica.
Nada de notinhas comportadas (e do lar) como Michel Temer gosta de
emitir, ou proferir respostas insosas ao estilo jogador de futebol, ou
fazer cara de paisagem e ignorar a ofensa. Nada disso. Trump vai na
jugular, e usando seu poderoso canhão de bytes. Deixar a mídia fazer
lavagem cerebral em seus eleitores? De jeito nenhum. Trump sempre faz
questão de mostrar o outro lado (não enviesado à esquerda) das repetidas
difamações contra sua imagem. E para Donald, a melhor defesa é o
ataque. Vento que venta lá, venta cá.
A mídia ainda não se deu conta de que o sinal dos tempos já raiou no
horizonte, e o seu cartel do broadcast político foi para o brejo junto
com o advento da Internet. O “Uber” da imprensa chegou, e não vai ter
Paulo Haddad para salvá-la – muito embora, com este papo de fakenews e a
tentativa de censura de material produzido por comunicadores
independentes, fique claro que eles bem que gostariam de calar estes
profissionais. Eles foram a causa de sua derrota em oito de novembro, e
eles mesmos continuarão ajudando Trump a desmascarar charlatões até
2020. Avante com 140 caracteres, mister president! Que João Dória e
Marchezan Jr copiem sua ideia descaradamente…
DO O.TAMBOSI
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