Funcionários fazem multirão para limpeza da sede da Odebrecht
(Rivaldo Gomes/Folhapress)
O
Ministério Público do Equador realizou nesta sexta-feira uma operação
de busca e apreensão nos escritórios da Odebrecht em Guaiaquil, onde
apreendeu documentos que podem estar relacionados com informações sobre
propinas de mais de 33,5 milhões de dólares a funcionários do governo.
Na
operação, realizada durante a madrugada, foram apreendidas 23 pastas
com papéis, três livros e 23 cadernos, além de dois CDs e quatro
computadores portáteis, informou o Ministério Público. Os agentes
confiscaram, além disso, uma CPU (unidade central de processamento) e
dois HDs externos, ainda segundo a Procuradoria, que solicitou
assistência penal sobre este caso a Estados Unidos, Brasil e Suécia.
A
operação aconteceu em dois escritórios que ficam em um centro comercial
da cidade portuária e, de acordo com o Ministério Público em sua conta
no Twitter, buscava “evidências documentais, materiais e digitais que
poderiam ser relacionados” com o caso.
O
procurador-geral Galo Chiriboga considerou nesta quinta-feira que os
relatórios solicitados aos EUA e ao Brasil sobre as possíveis
ramificações do assunto no Equador darão a “base suficiente” para
investigar os supostos subornos a funcionários do governo equatoriano.
“Com
as informações que o Brasil tem e a enviada ao Departamento de Justiça
dos EUA, teremos uma base suficiente para trabalhar”, disse Chiriboga.
O
Departamento de Justiça dos EUA, segundo documentos publicados nesta
semana, afirmou que a Odebrecht pagou aproximadamente 788 milhões de
dólares em propinas em 12 países de América Latina e África, incluindo o
Brasil.
O
relatório do Departamento de Justiça indica que no Equador, entre 2007 e
2016, a construtora fez pagamentos de mais de 33,5 milhões de dólares a
“funcionários do governo”, o que gerou lucros de mais de 116 milhões de
dólares.
O
governo equatoriano, por sua vez, disse nesta quinta-feira que não
descarta que tenha havido “pagamentos ou atos de corrupção” da empresa
brasileira que envolvam funcionários, mas afirmou que sua atuação em
relação com essa companhia foi correta e lembrou que foi expulsa do país
em 2008, embora depois voltou a prestar serviços terceirizados para o
Estado.
Além
disso, o governo exigiu que sejam revelados os nomes das pessoas
envolvidas em supostos atos corruptos. O secretário jurídico da
presidência, Alexis Mera, disse que quando o presidente Rafael Correa
chegou ao poder, encontrou “sérias irregularidades” em relação ao
projeto da central hidrelétrica de San Francisco, mas não há provas de
“depósitos e nem cheques”.
Após
a retirada da Odebrecht, em 2008, a companhia voltou a prestar serviços
terceirizados ao Estado equatoriano em julho de 2010 e participou de
cinco obras que foram “auditadas pela Controladoria Geral do Estado”,
segundo a Secretaria Nacional de Comunicação (Secom). (Com agência EFE) 23 dez 2016 - DO R.DEMOCRATICA
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