Alexandre Borges, um dos maiores especialistas em política americana no Brasil, foi certeiro nesse comentário, agora atualizado para os novos acontecimentos:
“Inesperada vitória do Brexit”
“Inesperada goleada do Trump nas primárias republicanas”
“Inesperado surgimento de Bernie Sanders”
“Inesperados ataques terroristas islâmicos no Ocidente”
“Inesperada derrota de Obama na lei de imigração”
“Inesperado prolongamento da recessão no Brasil”
“Inesperada rejeição de acordo de ‘paz’ com as Farcs”
“Inesperada tensão com a Rússia no Oriente Médio”
E, agora,
“Inesperada vitória de Donald Trump para a Presidência dos EUA”. Boa sorte para você que ainda tenta se informar com a velha imprensa.
Acrescentaria a “inesperada vitória de João Dória no primeiro turno em São Paulo” nessa lista. Já posso prever a próxima manchete da grande imprensa: “Inesperado raiar do sol hoje”.
Brincamos, mas a coisa é muito séria. A imprensa está aprisionada em sua própria bolha, criada por “jornalistas progressistas” que vivem numa redoma. Seu dia a dia não tem mais contato com o povo, com o indivíduo de carne e osso, só com abstrações e gente do mesmíssimo tipo.
Pense no cotidiano de um típico jornalista que mora em Nova York. Ele acorda e lê o NYT, escrito por gente como ele. Depois assiste o noticiário pela CNN, com gente como ele. Aí vai para o escritório, onde só tem gente como ele. Frequenta o Whole Foods para comprar por preços exorbitantes sua comida orgânica, e só cruza com gente como ele. Vai às “instalações” ver “arte moderna” e come seu tofu com amigos igualmente “descolados”, enquanto comentam sobre a nova moda do ecosexualismo.
Esse sujeito não sente mais cheiro de povo. Nunca mais teve contato com um americano da classe média que faz compras na Wal-Mart, frequenta a missa aos domingos, assiste Fox News e, cruzes!, faz churrasco com os amigos no fim de semana e fuma cigarro (não aquele de vapor, mas o tradicional). Essa figura não existe mais no encantado mundo de fantasias da elite encastelada.
Guess what? Esse “middle America” ainda é maioria. E não está gostando dessa elite de “ungidos” querendo lhe impor o que pensar, o que vestir, o que comer, em quem votar. Esses fenômenos todos são correlatos e apontam para o mesmo sintoma: a sensação de cansaço com o poder, o establishment, a hipocrisia do politicamente correto.
Enquanto essa turma continuar em sua bolha, os resultados serão todos “inesperados”. E para quem só segue esses “jornalistas” como fonte de informação, idem. Talvez seja a hora de você buscar fontes alternativas e independentes por aí… 09 de novembro de 2016
PF deflagra 36ª fase da Lava Jato
Polícia Federal deflagra Operação Boca Livre, em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal
(Vagner Rosário/VEJA)
(Vagner Rosário/VEJA)
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a 36ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Dragão. Agentes cumprem dezesseis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão em São Paulo, Ceará e Paraná. Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, operadores financeiros especializados na lavagem de capitais de grandes empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, são alvos da ação.
De acordo com a PF, eles são responsáveis pela movimentação de dinheiro sujo, oriundo principalmente de relações criminosas entre empreiteiras e empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras. Contas bancárias em nome de offshores no exterior, empresas de fachada e a celebração de contratos falsos eram os recursos usados para lavar o dinheiro ilícito.
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que as empreiteiras UTC Engenharia e a Mendes Júnior usaram empresas do operador Rodrigo Tacla Duran para realizar os pagamentos de propina. Elas repassaram, respectivamente, 9,1 milhões de reais e 25, 5 milhões de reais a Duran entre 2011 e 2013. No mesmo período, outras empresas contratadas pela administração pública também realizaram depósitos de mais de 18 milhões de reais com o mesmo destino.
No caso da Mendes Junior, os repasses ao operador são explicados na proposta de delação premiada que está em negociação com a Procuradoria-geral da República. Os valores teriam como destino agentes públicos envolvidos em obras da Petrobras e no governo do Rio de Janeiro.
Além da Odebrecht, Mendes Júnior e UTC, outras três empreiteiras tinham relação com Duran. A Treviso, do lobista Julio Camargo, repassou 350.000 reais para o escritório do advogado, enquanto a EIT pagou 2 milhões de reais.
Preso em outras fases da Lava Jato, Adir Assad, por sua vez, repassou 24.310.320,37 de reais para Rodrigo Tacla Duran, conforme apontou o MPF. Empresas ligadas a outro operador, Ivan Orefice Carratu, ligado a Duran, receberam de Adir Assad a quantia de 2.905.760,10 reais.
O nome da operação é uma referência aos registros na contabilidade de um dos investigados, que chamava de “operação dragão” os negócios fechados com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior. 10 nov 2016 DO R.DEMOCRATICA
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