Em dois anos e sete meses de Lava Jato, Sérgio
Moro já proferiu 118 condenações. Juntas, somam 1.256 anos, 6 meses e 1
dia de prisão. No Supremo Tribunal Federal, não há vestígio de sentença
condenatória. A comparação é constrangedora. Mesmo descontando o fato de
que Moro julga sozinho e o Supremo é um colegiado sem vocação para a
instrução penal.
Na primeira instância, os suspeitos sem mandato
são sentenciados em escala industrial. No Supremo, os encrencados que
dispõem do escudo do privilégio de foro, embora jurados de morte,
continuam cheios de vida. Alguns aproveitam a sobrevida para tramar no Congresso a aprovação de projetos que ajudem a “estancar a sangria”.
Inaugurada
em março de 2014, a Lava Jato já levou para os escaninhos do Supremo 81
inquéritos, envolvendo 364 investigados, entre pessoas e empresas. Mais
lenta do que a força-tarefa do Ministério Público em Curitiba, a
Procuradoria-Geral da República formalizou apenas 15 denúncias, com um
total de 48 acusados. Alguns processos já foram arquivados ou remetidos
pela Suprema Corte para instâncias inferiores. E nada de condenacão.
O
quadro abaixo expõe o resultado da linha de desmontagem paranaense. Os
números ajudam a explicar por que a turma do petrolão tem tanto medo de
cair nas mãos da força-tarefa de Curitiba. Ali, Procuradoria, Polícia
Federal e Receita Federal passam os investigados no triturador. E Moro
os engole.
DO J.DESOUZA
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