Perdidas as eleições, as
ruas e as mídias sociais, e com seus líderes atrás das grades, o
lulopetismo se concentra agora no molestamento ideológico dos
adolescentes, conforme a cartilha chavista. A ocupação de escolas, que
tantos prejuízos causa ao país, é uma das facetas dessa nefasta
ideologia que já destruiu as mentes jovens via MST. É o retorno à
barbárie: do nada para lugar nenhum. Augusto de Franco
tem razão em afirmar que "a sociedade tem que dar um basta nesse
processo", ou teremos, em pouco tempo, uma "nova geração de jihadistas
florescendo no Brasil":
Depois de perder seu
suposto monopólio sobre as manifestações de rua, deixar de ter o
predomínio que tinha nas mídias sociais, ter quase todos os seus
principais dirigentes presos ou processados, sofrer o impeachment de
Dilma e ser fragorosamente derrotado nas eleições de 2016, exilado para o
passado (de volta para os anos 1980) pelos eleitores, o PT entrou em
desespero. Não é que o partido esteja apelando para o tudo ou nada. Não!
Ele está avançando neste momento para o nada ou nada.
Não é uma tática de
sobrevivência. Os militantes do PT enlouqueceram mesmo. Incapazes de
lidar com a realidade, eles estão construindo uma outra realidade, na
qual o Brasil já seria uma ditadura, os presos pela operação Lava Jato
estariam sendo torturados pelo tucano e pré-candidato Sergio Moro para
incriminar Lula e impedir sua vitória eleitoral em 2018, tudo que de
ruim lhes acontece não passaria de um golpe do imperialismo ianque para
se apoderar do pré-sal, haveria uma aliança do mal entre interesses
inconfessáveis do capitalismo internacional com as elites conservadoras e
proto-fascistas que tomaram o controle do poder judiciário,
estabeleceram a dominação dos verdadeiros corruptos sobre o Congresso e
empossaram um presidente ilegítimo a partir de um golpe de Estado
parlamentar.
De onde saem essas
construções mirabolantes? Elas não surgem do nada. É quase certo que
elas saiam de alguns centros dirigentes, com a participação de
intelectuais (professores universitários), que se formaram paralelamente
e foram financiados com dinheiro público e com dinheiro do crime
durante a década em que o PT controlou o governo. Por exemplo, a chamada
rede suja de sites e blogs a serviço do partido, formada por veículos
como Brasil 247, Opera Mundi, Correio do Brasil, Revista Fórum, Carta
Capital, Pragmatismo Político, O Cafezinho, Plantão Brasil, Conversa
Afiada, GGN, Rede Brasil Atual, Diário do Centro do Mundo, Viomundo,
Brasil de Fato, Caros Amigos, Carta Maior, Tijolaço, Outras Palavras,
Mídia Ninja e tantos outros. Elas saem, por incrível que pareça, de
grandes escritórios de advocacia que defendem os dirigentes petistas que
estão sendo levados às barras dos tribunais e trabalham na linha Thomaz
Bastos. Mas elas saem também da direção de corporações e movimentos
sociais, como CUT, MST, MTST, UNE. Há ainda muita gente – com
experiência política anterior – fabricando narrativas nesses lugares,
assim como as há em numerosas organizações não-governamentais que
perderam seu financiamento estatal, a começar da falsa ONG chamada
Instituto Lula.
O problema, porém,
não é só de onde saem as narrativas piradas que todo esse pessoal
replica. O problema é que, uma vez inventadas, os petistas passam a
acreditar nelas. Aqui estamos diante de uma questão que não é só
política. Trata-se de um caso psiquiátrico, de possessão coletiva. A
maioria das pessoas, que repete essas falsas versões, nem desconfia que
elas são construídas para alimentar uma resistência antidemocrática ao
governo constitucional vigente com vistas à volta do PT ao poder em
2018. E isso é o mais espantoso: essas versões, objetivamente, servem
como uma resposta à desesperança dos militantes e simpatizantes do PT e
da esquerda em geral. O mecanismo psico-social é semelhante ao que
gerou, por volta do último século antes da Era Comum, a hipótese de
recompensa em outro mundo, post-mortem, como uma resposta à desesperança
dos judeus diante da evidência incontestável de que os maus viviam bem e
os justos viviam mal. Não havia como resolver de outro modo esse
excruciante dilema moral que assolava os fiéis. Se quem respeita a lei
divina vive miseravelmente e, ainda por cima, sob o jugo de quem viola
essa lei e não tem o menor respeito pelos mandamentos divinos, levando a
vida numa boa, por que continuar fiel?
No fundo esse é o
mesmo mecanismo que gera todas as saídas apocalípticas, inclusive as do
Estado Islâmico. A possessão apocalíptica nasce sempre de uma aposta no
tudo ou nada. Como o futuro previsto não se realizará a não ser no
imaginário de seus militantes, isso equivale a uma aposta no nada ou
nada.
É o nada ou nada que
permite que a senadora-ré Gleisi Hoffmann acuse o governo de prejudicar
os aposentados no Facebook, enquanto seu marido e comparsa, Paulo
Bernardo, roubava esses mesmos aposentados. Mas aqui temos um agravante.
O que leva alguém como Gleisi a ter esse tipo de comportamento não é
apenas uma alienação cognitiva e sim uma degeneração moral. Ela sabe o
que fez, o que seu companheiro fez e o que seu partido fez no verão
passado. Mas como é uma pessoa que assassinou sua consciência moral, não
está nem aí. Como ela temos dezenas, centenas, milhares de militantes
que se desconstruíram como pessoas.
O transtorno
cognitivo que permite que uma pessoa acredite que vivemos numa ditadura
implantada pela CIA para saquear nossa empresa-modelo, verdadeiro
orgulho nacional, a Petrobrás, logo depois de ela ter sido saqueada
pelos seus correligionários, leva inexoravelmente a uma afecção moral.
Tudo junto pode levar ao enlouquecimento. Mas não aquele do maluco
beleza do Raul e sim à psicopatia perigosíssima do jihadista.
Há motivos para
preocupação. Reduzidos a poucos milhares, homiziados em alguns guetos,
os jihadistas culturais do PT podem se transformar em jihadistas físicos
mesmo, capazes de ousar dar um passo da guerra civil fria que hoje
travam para uma guerra de confronto violento. Sim, é possível, pois eles
enlouqueceram. Perderam tudo, mas não a razão. E é por isso que
enquanto não acumulam forças para tanto, revelam-se ainda mais
perigosos. Estão agora, na falta de amplas massas que os ouçam e sigam, a
colonizar a consciência de adolescentes e até de crianças (como já faz
há décadas o MST em suas escolas de guerrilha, imitando o que fez o
chavismo com suas milícias e colectivos). Os exemplos estão aí para quem
quiser ver: essas ocupações de escolas pelo PT e seus aliados,
configuram uma prática de molestamento ideológico.
Ou a sociedade dá um
basta nesse processo, pressionando democraticamente as instituições para
que tomem providências, ou vamos ter uma nova geração de jihadistas
florescendo em pouco tempo no Brasil. E seu filho pode ser um deles. - DO O.TAMBOSI
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