Ex-ministro é acusado de gerenciar pelo menos R$
128 milhões em propina
do PT
Por Cleide Carvalho / Katna Baran
/ Dimitrius Dantas
O Globo
Antonio Palocci é acusado de gerenciar a conta de propina paga pela Odebrecht para o PT
Rodolfo Buhrer / Reuters
SÃO
PAULO - O ex-ministro Antonio Palocci e mais 14 pessoas foram
denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro pela força-tarefa do
Ministério Pùblico Federal. Preso em setembro passado na 35ª Fase da
Lava-Jato, Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e
ministro da Fazenda no governo Lula e está preso na sede da Polícia
Federal em Curitiba.
A
denúncia, porém, refere-se à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de
afretamento de sondas com a Petrobras. Palocci, segundo os procuradores,
teria interferido para que o edital de licitação para contratação de 21
sondas fosse formulado de forma a atender os interesses da empreiteira:
não apenas ganhar a licitação, mas também a margem de lucro pretendida.
Palocci teria consultado Marcelo Odebrecht antes da publicação do
edital para verificar se ele estava adequado.
Também
foram denunciados o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; os ex-funcionários da Sete
Brasil, João Ferraz e Eduardo Musa; e o executivo da Odebrecht Rogério
Araújo.
Todos
teriam participado do esquema que permitiu que a Odebrecht fechasse
contrato para fornecer seis sondas para a Petrobras, por meio do
Estaleiro Enseada do Paraguaçu, do qual era sócia. A Sete Brasil era a
empresa responsável pela contratação dos navios e sondas destinados à
Petrobras.
O
esquema teria sido o mesmo usado pela Petrobras, na diretoria de
Serviços, que era controlada pelo PT. Ferraz e Musa são delatores da
Lava-Jato e afirmaram, em depoimento de delação, que foi pactuado com os
estaleiros o pagamento de propina no valor de 0,9% dos contratos. Do
valor da propina, dois terços iam para o PT e um terço era dividido
entre Renato Duque e os executivos da Sete Brasil.
Em
nota, a defesa de Palocci afirmou que esperava a medida tomada pelo
MPF. “Ela veicula mais uma deplorável injustiça e se mostra inepta
porque não tem o menor apoio nos fatos. Palocci não é, nunca foi e
jamais será o "Italiano" referido no apócrifo papelucho em que se apoia a
irreal acusação, e fora essa monstruosa presunção, nenhum indício
aponta em sua direção. Aliás, o codinome "Italiano" já foi anteriormente
atribuído a outras três pessoas. Trata-se de um apelido em busca de um
personagem”, comunicou a defesa do ex-ministro.
28/10/2016
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