quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Temer toma posse: chega a hora das reformas


Agora sem a sombra da interinidade, peemedebista tem de driblar crise na base para emplacar medidas que tirem o Brasil do atoleiro econômico
Por Patrick Cruz e Carolina Farina
Veja.com

Michel Temer é empossado como presidente da República, em cerimônia realizada no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 31/08/2016
(Dida Sampaio/Estadão Conteúdo) 

Terminou nesta quarta-feira, após quase nove meses que paralisaram o país, o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. O agora presidente Michel Temer tomou posse às 16h50. Ele chegou ao plenário do Senado Federal ao lado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Temer viaja ainda hoje para a China, mas deixou gravado um pronunciamento que vai ao ar em rede nacional de rádio e televisão às 20 horas. Antes da viagem, contudo, fará a primeira reunião ministerial com sua equipe, efetivada no cargo como ele. Na volta, já sem a bengala da interinidade, terá pela frente um duro desafio. 

A votação que garantiu a posse do peemedebista provocou uma crise na base de Temer. Isso porque um ‘acordão’ entre PT e PMDB resultou no fatiamento do julgamento de Dilma, que livrou a petista da inabilitação política por oito anos – irritando DEM e PSDB. Nos bastidores, a articulação de aliados da petista para conseguir dividir o julgamento em duas etapas foi atribuída a um acordo com presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan sempre se disse desconfortável com o impeachment, mas declarou na sessão desta quarta, sentado à Mesa Diretora, ser contra a suspensão dos direitos políticos da petista. 

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) culpou o PMDB pelo desfecho do julgamento e se disse surpreendido em cima da hora. Ele colocou em dúvida o compromisso real de lideranças peemedebistas com o governo Temer e as reformas propostas econômicas e acordadas com o partido. Parcela do PSDB passou a defender ao fim da votação um rompimento com Temer. Eles reclamaram de não terem sido avisados da posição dividida do PMDB. “O PMDB começou a tratar o PSDB da maneira que era tratado pelo PT”, reclamou o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB). 

Não se trata da primeira crise com tucanos. A legenda já pressionou publicamente Temer para que deixe de fazer concessões no controle dos gastos públicos após a votação final do impeachment. E o partido desconfia também das reais intenções do peemedebista em 2018. 

Divergências na base são um especial motivo de preocupação para Temer. Isso porque o impeachment de Dilma Rousseff já era fato consumado há meses – ao menos para os agentes do mercado financeiro. Não por acaso, desde 12 de maio, quando a então presidente foi afastada do cargo, a Bovespa acumula alta de quase 10%; no ano, o avanço chega a 33,5%. Assim, a mudança no governo já está, como dizem operadores e investidores, “precificada” – ou, em outras palavras, o que tinha de influenciar o mercado, ela já influenciou. 

Agora, as atenções do mercado financeiro voltam-se para as ações do governo – não mais interino – de Michel Temer. E o escrutínio será particularmente meticuloso sobre seus sucessos e insucessos nas negociações das reformas com o Congresso. Até aqui, o governo Temer estava sob a sombra da interinidade, o que, por mais improvável que fosse o retorno de Dilma ao poder, ainda travava as negociações, raciocina o economista Otto Nogami, professor do MBA do Insper. “Agora essa desculpa não existe mais”, diz. 

A reforma da Previdência é crucial para o futuro das finanças do país, mas seu impacto deve ser mais forte no longo prazo, afirma o professor. Para o curto prazo, diz, é essencial que o governo tenha sucesso em duas frentes: a Proposta de Emenda Constitucional que impõe teto aos gastos públicos e o adiamento dos reajustes ao funcionalismo público. São temas-chave para começar a tirar as contas públicas – e a economia do país – do atoleiro. 
31 ago 2016

DILMA ROUSSEFF É CASSADA






TCHAU, QUERIDA!!
31 de agosto de 2016

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Janaína Paschoal faz discurso histórico e humilha a defesa de Dilma; veja

Vice de Janot participa de ato ‘contra o golpe’ e anti-Temer

VEJA.com traz reportagem de Rodrigo Rangel que contém um vídeo em que a vice-procuradora-geral da República no Brasil, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, número dois de Rodrigo Janot, aparece em manifestação contra o impeachment. Na gravação feita em 28 de junho, Ela Wiecko aparece segurando uma faixa onde se lê “Fora Temer. Contra o golpe!” –  de óculos escuros, aparentemente envergonhada, sem a empolgação dos demais, mas participando do ato.
Ela Wiecko assumiu a vice-procuradoria-geral da República em 2013. Foi escolhida para o posto pelo próprio Rodrigo Janot. Por mais de uma vez, ela integrou a lista tríplice de candidatos ao posto máximo do Ministério Público. Atualmente, Ela Wiecko conduz, na Procuradoria-Geral, a “Operação Acrônimo”, que tem entre os alvos o governador mineiro Fernando Pimentel, do PT.
A VEJA, Ela Wiecko disse não ver problemas em participar da manifestação. “Eu estava de férias, em um curso como estudante. Não posso pensar nada? Não posso ter liberdade de manifestação? Isso é um pouco exagerado. Fui discreta, estava junto, e não tive protagonismo maior”, afirmou. “(Isso) é um patrulhamento que impede a pessoa de ser o que ela é.” Perguntada sobre o que pensa acerca do processo de impeachment, agora em sua fase derradeira no Senado, ela respondeu: “Eu acho que, do ponto de vista político, é um golpe, é um golpe bem feito, dentro daquelas regras. Isso a gente vê todo dia, é parte da política”.
A vice-procuradora-geral disse ver com reservas a figura do presidente em exercício, Michel Temer. “Tem muita gente que pensa como eu dentro da instituição (Ministério Público Federal). Eu estou incomodada com essas coisas que estão acontecendo no Brasil. Não me agrada ter o Temer como presidente. Ele não está sendo delatado? Eu sei que está”, afirmou, antes de encerrar a conversa, por telefone. DO R.AZEVEDO

domingo, 28 de agosto de 2016

Às vésperas do impeachment, Lula a Dona Marisa são indiciados

Ex-presidente Lula e o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, no apartamento triplex no Guarujá - Reprodução TV Globo
SÃO PAULO E BRASÍLIA - Às vésperas da votação que pode tirar definitivamente o PT do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, foram indiciados pela primeira vez pela Operação Lava-Jato, em Curitiba, suspeitos de terem recebido R$ 2,4 milhões em benesses da OAS, empreiteira envolvida no escândalo da Petrobras, no caso do tríplex do Guarujá. Lula deve ir ao Congresso, na segunda-feira, para ficar ao lado da presidente afastada, Dilma Rousseff, na sessão em que ela fará seu último apelo aos senadores antes da votação do impeachment. 
Lula foi indiciado por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no inquérito que investiga as benfeitorias feitas pela OAS no tríplex, que somam R$ 1,1 milhão, e o pagamento de R$ 1,3 milhão feito pela OAS à transportadora Granero para armazenar o acervo da Presidência. Além de Lula e Marisa, foram indiciados Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, diretor da empreiteira; e Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula. 
Para a defesa de Lula, o indiciamento é uma “peça de ficção” e tem caráter político. De acordo com o advogado Cristino Zanin Martins, o apartamento está em nome da OAS e não há prova de que foi entregue ao casal. No relatório, a PF não diz se o apartamento é do casal ou não. 
— Mais uma vez os atos da Lava-Jato têm uma coincidência com o calendário político do país. É um ato que, numa estranha coincidência, ocorre num momento político. Isso me leva a crer que essa peça, além de ficcional, é um ato político contra Lula — reclamou Martins. 
Na prática, o indiciamento significa que a PF concluiu haver elementos suficientes de autoria e materialidade dos crimes imputados a Lula, Marisa e os outros acusados. Agora, o relatório segue para o Ministério Público Federal, que pediu 90 dias para decidir se oferece denúncia. Se isso ocorrer, a denúncia deverá ser aceita pelo juiz Sérgio Moro, e Lula passará à condição de réu. 
Lula já é réu numa ação que investiga obstrução à Justiça, na 10ª Vara Federal de Brasília, e investigado na Operação Zelotes e em, pelo menos, mais dois inquéritos da Lava-Jato, que apuram obras feitas por empreiteiras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e pagamentos à sua empresa de palestras, a LILS. 

AUTORIA E MATERIALIDADE
Em Brasília, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, que defende Dilma no processo de impeachment, minimizou o indiciamento de Lula: 
— Indiciamento não pode ser visto como prejulgamento de nada. É feito sem defesa. Acredito que o presidente Lula provará sua inocência. 
Questionado sobre que impacto teria a presença de Lula no julgamento, Cardozo afirmou que o apoio do ex-presidente “sempre ajuda”. 
— A presença do Lula em qualquer lugar ajuda quem ele apoia — afirmou o advogado. 
Lula nega ser dono do tríplex e do sítio de Atibaia. No cartório de registro de imóveis, o tríplex 164-A do Edifício Solaris está em nome da OAS. O imóvel foi avaliado pela PF entre R$ 1,035 milhão e R$ 1,372 milhão. Os investigadores descobriram que Fernando Bittar, sócio de um dos filhos de Lula e que aparece como um dos donos do sítio, atuou como intermediário de Marisa Letícia na aprovação dos projetos de instalação de cozinha e móveis planejados adquiridos da empresa Kitchens tanto no sítio quanto do tríplex.

Outros indiciados

Segundo a PF, Marisa Letícia era tratada como “dama” nas mensagens trocadas por Paulo Gordilho, diretor da OAS que coordenou as reformas. Lula era chamado de “chefe”. No notebook de Bittar, apreendido pela Lava-Jato, foi descoberto um e-mail no qual Gordilho encaminha a ele plantas do tríplex, com a colocação de um elevador. 
Segundo os investigadores, a OAS chegou a abrir em sua contabilidade um centro de custos para controlar as despesas das obras, apelidado de “zeca pagodinho”, com gastos com “sítio” e “praia”. “(...) No contexto das mensagens, indicam claramente referência ao sítio em Atibaia e ao tríplex no Guarujá”, diz o documento. 
A defesa de Lula diz que a conclusão da PF “não passa de uma ilação sem provas”. Os advogados do petista voltaram a dizer que Marisa tinha adquirido apenas uma cota da cooperativa Bancoop e que nunca assinou o recebimento do imóvel. 
Para a PF, houve pagamento de vantagem indevida, proveniente dos desvios na Petrobras, também no armazenamento do acervo presidencial. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, teria pedido ajuda a Léo Pinheiro, e a OAS assumiu a despesa, que chegou a R$ 1,3 milhão. Em nota, Fernando Fernandes, advogado de Okamoto, afirmou que não existiu vantagem ilícita. Os advogados da OAS não se manifestaram. (Colaborou Eduardo Bresciani) 
Por Cleide Carvalho e Renato Onofre
O Globo - DO R.DEMOCRATICA

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Nem a faixa presidencial escapou da ladroagem

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Depois de reiterar que o Brasil decente espera que a posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal acelere o resgate da seriedade sequestrada por 13 anos e meio de governo lulopetista, meu parceiro Tunico reproduz no comentário enviado à coluna as observações feitas por sua amiga Eliana França Leme sobre outro espanto produzido pela Era da Canalhice: o furto da faixa presidencial. Segue-se o texto:
Não me conformo, estou profundamente indignada. Santo Deus! O sumiço da faixa presidencial não pode ser encarado como um fato marginal entre as irregularidades já perpetradas por Lula e Dilma, de modo algum! Tal faixa tem um valor simbólico inestimável. Não se trata apenas de uma fita de gorgorão com o emblema de nossa República, uma jóia belíssima elaborada pelas mãos habilidosas de um ourives, em ouro e pedras preciosas. É muito mais do que isso: quem a recebe no dia da posse é alguém eleito pelo povo para carregar nos ombros a função sagrada de conduzir os destinos da nação.
Para Lula e Dilma, nada disso tem relevância. Em 2007, Lula encomendou outra faixa sem revelar o que foi feito da que recebeu de FHC. Dilma, por sua vez, importou-se tão pouco com a que Lula lhe transmitiu que não pareceu sequer constrangida com o sumiço. O gorgorão foi encontrado, mas sem as jóias que são um símbolo da Pátria. É fundamental que sejam encontradas as peças que faltam, para que sejam urgentemente devolvidas ao verdadeiro dono: o povo brasileiro. Não é justo que se faça outra faixa porque as anteriores foram surrupiadas.
Nós as queremos de volta, além dos quase 5.000 itens que também deveriam estar sob a guarda do Estado brasileiro. Nada do que esses dois presidentes receberam lhes pertence. Ambos devem ser processados por mais uma rapinagem que, como outros atos revoltantes, envergonham e constrangem brasileiros honestos. Já se sabe que Lula guardou parte desse patrimônio público num cofre particular do Banco do Brasil administrado por uma das empreiteiras envolvidas na Lava-jato. É mais um roubo que nos enoja e revolta. Que almas pequenas!
Haja ganância, acrescento. De acordo com um relatório do Tribunal de Contas da União, Lula recebeu 568 presentes durante os oito anos de governo e Dilma, 163. Segundo o TCU, ele entregou ao acervo do Planalto apenas nove peças. Ela não passou de meia dúzia. Tanto o poste quanto seu fabricante fingem ignorar que patrimônio da União é uma coisa, patrimônio pessoal é outra muito diferente. Devem ser incorporados aos bens da União presentes trocados entre chefes de governo. Lula e Dilma fazem de conta que os presentes que ganharam podem decorar um sítio em Atibaia ou um apartamento em Porto Alegre.
Como informou no começo da tarde a coluna Radar, o broche que continuava sumido reapareceu nesta quarta-feira. “Foi encontrado debaixo de um armário numa das salas do Palácio do Planalto”, diz a nota no site de VEJA. “A Polícia Federal foi acionada e fará uma perícia no local para tentar descobrir se a peça estava esse tempo todo perdida em baixo do móvel ou se alguém a colocou no local após a divulgação do desaparecimento”.
As investigações da Lava Jato provaram que, com a bênção da dupla de presidentes, bandidos de estimação bateram o recorde mundial de corrupção. Os ladrões já engaiolados estão fora da lista de suspeitos: além de impossibilitados de exercer o direito de direito e ir e vir, esses só pensam em safadezas bilionárias. Os larápios ainda em liberdade parecem contentar-se com menos. Para o que gatuno que agiu no Palácio do Planalto, por exemplo, a faixa presidencial está de bom tamanho. - DO A.NUNES

sábado, 13 de agosto de 2016

Especialistas esclarecem maior fraude científica da História


H. piltdown: uma montagem grosseira
Piltdown é um pequeno povoado na Inglaterra, 200 quilômetros ao sul de Londres, onde foi montada o que para muitos é a pior fraude científica da História. Nesse lugar, em 1912, o advogado e arqueólogo amador Charles Dawson disse ter achado o elo perdido, o fóssil que provaria a evolução humana a partir dos símios e demonstraria que Charles Darwin estava certo. O crânio deu fama a Dawson, e a nova espécie foi batizada Eoanthropus dawsonii em honra a ele, e o promoveu, deixando de ser um amador; mas também gerou muitas dúvidas na comunidade científica. Seu relato não condizia com as evidências achadas até então, já que apontava a origem do homem na África e não no sul das ilhas britânicas.
Mas Dawson se esquivou do ceticismo até sua morte, em 1916. Sua biografia enfatizou ser ele o homem que encontrou o elo perdido. No entanto, nos últimos anos, sua história e sua reputação desmoronaram. Em 1953, foi determinado que o crânio e o achado são uma fraude. O crânio provou ser de um Homo sapiens medieval (e não de um milhão de anos, como Dawson brandiu), e a mandíbula e outras peças dentárias pertenciam a um orangotango.
Revelado o engano, nunca esteve claro quem havia orquestrado a fraude, se Dawson ou qualquer um dos parceiros com os quais ele trabalhou. Isto é, até ontem, pois um grupo de 11 instituições científicas internacionais, depois de oito anos de investigação, confirmou que os ossos de dois ou três fósseis humanos e orangotangos e os fósseis falsificados foram feitos por um homem: Charles Dawson. “Mostramos neste trabalho que há apenas um orangotango, e um falsário”, disse Isabelle de Groote, um especialista da Universidade John Moores, de Liverpool, que liderou o estudo.
Segundo a pesquisa, que envolveu uma equipe multidisciplinar de paleontobiólogos, historiadores e especialistas dentários em DNA antigo, Dawson sempre usou o mesmo orangotango. Após a primeira descoberta, em 1912, o advogado continuou a escavar a área, onde ele disse que, dois anos após sua primeira descoberta, foram encontrados novos dentes da espécie.
Mas a pesquisa, utilizando técnicas de DNA, confirma que os dentes encontrados mais tarde foram do mesmo orangotango. Além disso, concluiu-se na investigação que o jeito de trabalhar com argila usada para colar o maxilar do crânio e, em seguida, os dentes, foi manipulado por uma só pessoa, usando a mesma técnica. DO CRIANCIONISMO
(La Tercera; tradução de Nelson Ivan Wasiuk)

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Defesa é informada que julgamento de Dilma iniciará dia 25 de agosto

A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff foi informada nesta sexta-feira (12), por meio de uma intimação do Senado, que o julgamento final da petista no processo de impeachment iniciará, às 9h, do dia 25 de agosto

Gustavo Garcia
Do G1, em Brasília

Responsável pela defesa de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo entregou nesta sexta, a três minutos do encerramento do prazo, os documentos finais da defesa da petista no processo de impeachment.
O documento de 670 páginas, chamado no jargão jurídico de resposta ao libelo acusatório, além de rebater os argumentos da acusação, apresenta uma lista com seis testemunhas que a defesa quer ouvir durante o julgamento final de Dilma, que está previsto para acontecer no fim deste mês.
Na próxima semana, líderes partidários vão se reunir para ajustar detalhes do julgamento, como os tempos para cada senador formular perguntas às testemunhas e para discutir o processo pela última vez. - DO R.DEMOCRATICA



12/08/2016

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Brasil vence Bancada da Chupeta por 59 a 21 e avança rumo ao impeachment de Dilma


O Senado Federal aprovou por 59 votos a 21 o parecer de Antônio Anastasia favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, que agora vai a julgamento definitivo por crimes de responsabilidade.
Segue a cobertura da noite em tuitadas.
– Repito o PS do post anterior: Incurável, Bancada da Chupeta tentou adiar votação do relatório para quarta-feira, mas senadores que evitaram discursar para dar celeridade ao processo alegaram que não havia razão para isso nem consenso entre os líderes dos partidos sobre a necessidade de adiamento, de modo que Lewandowski decidiu pela continuidade da sessão pela madrugada adentro. Chora, PT.
– Aí Lewandowski decide parar por 30 minutos a sessão para o jantar dos senadores e… OOOOOOOURO de Michael Phelps. O vigésimo.
– Michael Phelps agora ganha a 21ª medalha de ouro olímpica com a vitória dos EUA no revezamento. “Vai precisar alugar um container para levar tanto ouro para casa”, diz Milton Leite.
– Em mais um teatro, José Eduardo Cardozo faz suas analogias deturpadas aos gritos na tribuna do Senado. Só falta falar das frutinhas da xepa.
– Anastasia pode repetir sua frase de maio:
print anastasia x cardozo
– Serenidade técnica de Anastasia contrasta de tal modo com piti cênico de Cardozo que só mente corrompida por PT não admite razão do relator.
– Fim de jogo em Manaus: Brasil 0 x 0 África do Sul no futebol feminino. Time já havia entrado em campo classificado. Marta só entrou no 2º tempo.
– Meia-noite e meia: Vanessa Grazziotin ainda está fazendo questionamento. Melhor ver Brasil vencendo Canadá no vôlei masculino: quase 3 a 1.
– Brasil vence Canadá por 3 a 1 no vôlei masculino. No Senado, PT segue na catimba, mas vitória do Brasil é prevista para a madrugada.
– 0h40: A denunciada Gleisi Hoffmann (PT-PR), esposa do indiciado por organização criminosa Paulo Bernardo, pede suspensão do relator. Risos.
– Aloysio Nunes ironiza pedido de suspeição de Anastasia: “Para estar no Senado, tem de ser filiado a partido. Ninguém chega da pia batismal.”
– Estranho que ainda seja agosto. Além do clima olímpico, Bancada da Chupeta já cansou tanto Brasil neste ano que parece véspera de Réveillon.
– Lindbergh Farias (PT-RJ) termina seu enésimo esperneio na tribuna do Senado e Magno Malta (PR-ES) ironiza: “Vou chorar, posso chorar?”
– 1h: Senadores tentam entender o que significa SIM e NÃO no voto do destaque. Quando Gleisi e Lindbergh se dizem NÃO, todos entendem: é SIM.
– SIM: 59. NÃO: 21. Placar da votação do destaque (ou preliminar, quem se importa?) é amostra de como deverá ser placar final de aprovação do relatório pró-impeachment.
– Cássio Cunha Lima: “Já estamos debatendo há 4 meses. Não vamos mudar opiniões em 5 minutos. Maioria conclui pelo crime de responsabilidade.”
– Cássio Cunha Lima: “Em poucos minutos, o Senado escreverá uma página importante da nossa história. Fará justiça e votará SIM ao relatório.”
– Simone Tebet (PMDB-MS) exalta o parecer “irretocável” de Anastasia no aspecto jurídico e “demolidor” no político. Tem de ser aprovado. Dilma é culpada.
– Simone Tebet: “O governo (Dilma) agiu como se não houvesse Congresso Nacional, como se não estivesse em uma democracia.” #ForaPT.
– Aberta a votação… Lembrando que nesta etapa basta maioria simples e, no julgamento final, será necessário o mínimo de 54 votos.
– 59 a 21, como previsto! Brasil vence Bancada da Chupeta e Dilma vai a julgamento definitivo! País tem 5 senadores de vantagem e está a um passo da medalha de ouro! Boa noite, querida! - DO FMBRASIL

The Wall Street Journal reconhece que caiu no golpe do Brasil Maravilha: ‘Como Lula enganou o mundo’

Em 2009, quando o Comitê Olímpico Internacional anunciou que o Rio seria a sede dos Jogos de 2016, Lula imaginou que durante a festa de abertura seria alvo dos aplausos da multidão e dos olhares de admiração de todos os governantes estrangeiros presentes à cerimônia. Errou feio. Passados sete anos, o alvo da Lava Jato nem deu as caras no Maracanã.
“Como Lula enganou o mundo”, resumiu o título de uma análise do Brasil olímpico publicada há dois dias pelo Wall Street Journal, escrita pela editora Mary Anastasia O’Grady. Depois de exumar algumas das incontáveis tapeações forjadas por Lula e Dilma Rousseff, a autora destaca a chegada do padrinho ao banco dos réus e a iminente consumação do impeachment da afilhada.
“Se a fraude política que leva uma nação à ruína fosse crime, ambos já estariam na cadeia”, conclui o texto. Demorou, mas a imprensa internacional acordou. E descobriu que, no faroeste à brasileira, o bandido se disfarça de mocinho. Depois de ter caído no golpe do Brasil Maravilha, ficou suficientemente esperta para não cair no golpe do golpe. - DO A.NUNES

domingo, 7 de agosto de 2016

João Santana agora é o desconstrutor de Dilma

Quando o asfalto roncou, em 2013, João Santana, mago do marketing do PT, disse numa entrevista que “os protestos não podiam ser em relação a Dilma.” Autoproclamando-se porta-voz das ruas, Santana afirmou que madame estava a salvo da revolta popular porque seria “honesta”, teria “comando” e estaria “gerindo bem” o governo.
O tripé de Santana —“é honesta”, “tem comando” e “está gerindo bem”— revelou-se uma rematada ficção. A capacidade gerencial de Dilma cabe numa caixa de fósforo. E sobra espaço. Seu comando derreteu em 12 de maio, quando foi exilada pelo Senado no Palácio da Alvorada. Quanto à honestidade, o próprio marqueteiro se equipa para transformar em pó.
O repórter Thiago Bronzatto revela nas páginas de Veja: João Santana e Mônica Moura, sua mulher e sócia, se dispuseram a demonstrar à força-tarefa da Lava Jato que Dilma autorizou, ela própria, as operações de caixa dois que enfiaram dinheiro de má origem na contabilidade de suas campanhas.
Repetindo: o primeiro-casal do marketing não dirá apenas que Dilma sabia da verba que transitava por baixo da mesa. Segundo a dupla, ela comandava o espetáculo. Conforme já noticiado aqui, confirmando-se o impeachment, Dilma descerá à primeira instância do Judiciário como matéria-prima da Lava Jato. Será empurrada para a nova realidade pelo mesmo Santana que ajudou a colocá-la no pedestal.DO JOSIASDESOUZA

sábado, 6 de agosto de 2016

João Santana destrói Dilma na delação premiada que faz no Paraná


As chamadas de capa da revista Veja deste final de semana não se limitam ao encontro entre Temer e Marcelo Odebrecht, já que uma delas refere-se a revelações da pré-delação de João Santana e Mônica Moura sobre os crimes eleitorais da ex-presidente Dilma Roussef.

O título da reportagem é o seguinte: "Santana destrói Dilma em negociação de delação premiada". O
marqueteiro prometeu ao MP revelar um arsenal de informações que, como o próprio marqueteiro admitiu, vai “destruir” a biografia da presidente afastada
Leia a reportagem de Thiago Bronzatto.
DE CONFIANÇA - Em 2014, antes da campanha presidencial, Dilma garantiu que não haveria atraso nos pagamentos. Um assessor de sua confiança ficaria encarregado de “arrecadar” dinheiro junto aos empresários
O marqueteiro João Santana guar­da­va segredos tão sulfurosos sobre as campanhas do PT que, por meses a fio, anos a fio, se recusou a revelá-los. Preso em Curitiba e questionado pelo juiz Sergio Moro sobre seu mutismo implacável a respeito das duas campanhas de Dilma Rousseff, Santana desmontou e confessou: “Eu, que ajudei a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente”. Na semana passada, VEJA levantou o véu sobre o cardápio de revelações que o marqueteiro entregou ao Ministério Público na negociação de sua delação premiada — e, considerando-se o que promete dizer, pode-se finalmente entender por que ele usou a expressão “destruir a presidente”.
A principal revelação que Santana e a sua mulher, Mônica Moura, se dispuseram a comprovar é que a presidente afastada autorizou ela mesma as operações de caixa dois de sua campanha.
CLIQUE AQUI para ler mais. - DO P.BRAGA

REPORTAGEM BOMBA DE 'ISTOÉ' DEVASSA ESQUEMA BANCOOP E REVELA QUE ROSEMARY DE LULA GANHOU UM APARTAMENTO.


Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do tríplex do Guarujá. Agora, se descobre que o esquema do imóvel ocultado pela família Lula da Silva tem mais capilaridade do que se imagina e não se limitou a beneficiar o petista. Privilegiou também outros personagens ligados a Lula, à cúpula do PT e à Central Única dos Trabalhadores. É o que demonstra o Ministério Público de São Paulo em nova fase da investigação, batizada de Operação Alcateia. Mais de sete volumes de documentos colhidos pelos promotores até agora dão segurança para eles afirmarem que a amiga de Lula, Rosemary Noronha, recebeu um apartamento da falida Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) sem tirar um centavo do bolso.
Rose, como era conhecida no governo quando, a pedido de Lula, ocupou a chefia de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, teria sido favorecida com um duplex de cerca de 150 metros quadrados no Condomínio Residencial Ilhas D’ Itália, numa área nobre do bairro paulistano da Mooca. “Rosemary Noronha não conseguiu provar que pagou o imóvel”, afirmou à ISTOÉ o promotor Cássio Conserino. “Ela, assim como outros personagens ligados a Lula, não apresentou um mísero comprovante bancário de pagamento de uma parcela”, complementa. Os outros personagens íntimos de Lula a que Conserino se refere são o presidente da CUT, Vagner Freitas, e a própria Central Única dos Trabalhadores. O lado mais sórdido disso tudo é a consequência desta e de outras fraudes da Bancoop. Com a falência da cooperativa, mais de sete mil famílias perderam as economias de uma vida e o sonho da casa própria ao investirem na entidade ligada ao sindicato dos bancários. Enquanto cooperados de boa-fé foram lesados em suas poupanças, Lula e amigos, de acordo com a investigação, acabaram contemplados com imóveis sem precisar mexer no bolso.
A PROTEGIDA: DOIS APARTAMENTOS
De acordo com o MP, Rose possui dois apartamentos da Bancoop. Ambos localizados no bairro paulistano da Mooca. Em relação ao mais valioso deles, um duplex de 150 metros quadrados no Condomínio Residencial Ilhas D’ Itália, a amiga de Lula não apresentou um documento sequer que atestasse o pagamento. “Rosemary não apresentou um comprovante e ainda omitiu que era dona deste imóvel em sua resposta”, afirmou o promotor Cássio Conserino.
Algumas das respostas chamaram a atenção do Ministério Público. Em documento enviado em junho, Rose passou com louvor na prestação de contas de um outro imóvel construído pela Bancoop também na Mooca. Juntou uma série de comprovantes que mostram o pagamento do apartamento no Condomínio Torres da Mooca. Não falou, no entanto, uma palavra sobre um imóvel mais valioso localizado na mesma rua: o duplex de 150 metros quadrados, que está em nome de sua filha Mirelle. Às autoridades, a própria Mirelle confirmou que quem comprou o duplex da Bancoop, avaliado em R$ 1,5 milhão, foi sua mãe. Em janeiro de 2014, o apartamento teria sido repassado para a filha. “A partir deste momento, passei a arcar com os pagamentos do imóvel”, disse Mirelle em documento enviado para as autoridades paulistas.
Lula e Rosemary como um afresco das ruínas de Pompeia, a célebre cidade romana destruída pela lava de um vulcão.
No meio político, Rosemary Noronha ganhou notoriedade pela proximidade com o ex-presidente. A relação dos dois remonta a 1988, quando ela trabalhava como caixa da agência bancária onde o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC detinha conta corrente em São Bernardo do Campo. A amizade levou Rose a administrar as contas pessoais de Lula, que depois a convidou para ser secretária da sede do PT em São Paulo. Lá, ela trabalhou por 12 anos. Quando ascendeu à Presidência, Lula nomeou Rosemary como assessora do gabinete em São Paulo. Depois, como chefe de gabinete do escritório da presidência da República, também na capital paulista. Em diversas viagens de Lula ao exterior, ela esteve presente na comitiva. Nos bastidores, o poder alcançado por Rose incomodava a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Em dezembro de 2012, Rosemary deixou o governo após ser um dos alvos da Operação Porto Seguro. A protegida de Lula foi acusada de envolvimento com uma organização criminosa que fazia tráfico de influência em órgãos públicos.
As informações colhidas até agora pelo Ministério Público complicam outro aliado do ex-presidente. O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, não conseguiu demonstrar ter pago à Bancoop por um apartamento registrado em seu nome no condomínio Altos do Butantã. Apresentou apenas uma explicação fajuta de que teria comprado a unidade na capital paulista a partir da soma de valores de cotas que teria adquirido de dois apartamentos. “É estranho que ele tenha investido em duas unidades e não tenha mostrado comprovantes de nenhuma”, diz Conserino. Segundo o Ministério Público, a matrícula registrada em cartório não comprova que Vagner Freitas quitou o imóvel. “A questão é se ele pagou. Isso ele não conseguiu mostrar”, afirma o promotor.
OS AMIGOS DE LULA
As provas reunidas até agora pelo Ministério Público demonstram também que a Central Única dos Trabalhadores, fundada por Lula e braço sindical do PT, também teria sido aquinhoada com imóveis da Bancoop de maneira irregular. Questionado pelos promotores, Vagner Freitas se limitou a dizer que as unidades, sem mencionar quais, foram negociadas diretamente com a Bancoop e que não ocorreram repasses para a OAS. Não demonstrou um comprovante bancário, transferência ou boleto atestando que a CUT realmente pagou alguma parcela das duas unidades que possui em um empreendimento construído pela Bancoop no bairro paulistano do Tatuapé. Com três quartos, cada apartamento está avaliando em cerca de R$ 400 mil. “Há uma simbiose grande entre a CUT e Bancoop, cooperativa do sindicato dos bancários. Inclusive, há, atualmente, integrantes da CUT que participam do alto escalão da cooperativa”, complementa o promotor Cássio Conserino.
Houve, entre os investigados pela Operação Alcateia, quem conseguisse comprovar que desembolsou pelos imóveis. Carlos Gabas, ex-ministro de Dilma Rousseff, forneceu comprovantes suficientes para lotar uma pasta. Freud Godoy, ex-segurança de Lula, e a esposa dele também enviaram uma série de registros de pagamentos dos apartamentos que compraram da Bancoop. No entanto, nessa nova fase da investigação, os promotores ainda vão periciar os documentos. Em pelo menos um caso, mantido em sigilo, constam recibos pela metade ou boletos sem autenticação bancária. O Ministério Público ainda pretende cruzar as informações de pagamento dos investigados com os dados fiscais da Bancoop, obtidos em outra denúncia sobre fraudes na cooperativa.
COOPERATIVA DE SACANAGENS
Na lista de suspeitos do Ministério Público aparecem ainda conhecidos da Operação Lava Jato. São os casos do ex-tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, e da cunhada dele, Marice Corrêa de Lima. Ambos foram presos por envolvimento no Petrolão. Ao responder aos promotores, Marice disse que as escrituras dos apartamentos que teria adquirido da Bancoop já estavam com a força-tarefa do Petrolão. Enviou apenas uma planilha da Bancoop. Nela, estão as somas das parcelas pagas. Para os promotores, o documento por si só não serve para afastar as suspeitas que recaem sobre eles. “Não há como levar a sério uma planilha referendada pela cooperativa se os acusados são dirigentes ou pessoas próximas a ela”, afirma o promotor do MP-SP. Em um despacho sobre Marice, o próprio juiz Sergio Moro disse que “enquanto vários foram prejudicados pela gestão da BANCOOP”, “a investigada aparenta ter lucrado em decorrência de aparente generosidade da OAS”. A cunhada de Vaccari recebeu da empreiteira envolvida no Petrolão mais de duas vezes o valor que pagou ao devolver um apartamento no prédio em que está o tríplex atribuído à família Lula. O mesmo imóvel foi vendido, em seguida, pela construtora por um valor abaixo do pago a Marice.
A situação de Vaccari é ainda mais grave. O ex-tesoureiro do PT se tornou um personagem onipresente nas investigações da Bancoop. Sua passagem pela presidência da cooperativa, entre 2004 e 2008, foi marcante. Cooperados reclamam de assembleias fraudadas e cobranças de taxas irregulares. Foi pelas mãos dele que a Bancoop foi à bancarrota e iniciou as controversas transferências de empreendimentos inacabados. Desde 2010, ele é réu de uma ação por lavagem de dinheiro, estelionato e formação de organização criminosa. Recentemente, teve a sua prisão pedida no caso do tríplex do Guarujá, apesar de já estar detido, desde abril de 2015, por envolvimento na Operação Lava Jato. Clique AQUI para ler a reportagem completa e  ver infográficos - DO A.AMORIM

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Comissão aprova relatório pró-impeachment e Magno Malta canta “Vá com Deus” para Dilma

Por 14 votos a 5, a comissão especial do impeachment aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia favorável ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff.
Os titulares da Bancada da Chupeta (Gleisi Hoffmann, Kátia Abreu, Lindbergh Farias, Telmário Mota e Vanessa Grazziotin) votaram contra o avanço do processo para o plenário do Senado, obviamente depois de horas de esperneio na sessão de despedida.
Comentei alguns momentos em tuitadas:
– Vanessa Grazziotin posa de vítima: reclama do modo como dilmistas são tratados na comissão, onde fazem o diabo. Ingratidão e procrastinação.
– Fátima Bezerra: “Estou aqui expressando opinião do ponto de vista político.” Traduzo: repito chavões e rótulos pois relatório é irrefutável.
– Lindbergh: “Eu vou repetir 10 vezes meu discurso: ‘Fraude, fraude, fraude!'” Repetiu só 3. Mas é mesmo comovente a capacidade argumentativa.
– Lindbergh faz docinho pedindo que retirem logo discurso inteiro dele dos autos e Magno Malta ironiza: “Seu discurso, não, que é muito bom”.
– Gleisi Hoffmann: “Hoje é um dia muito triste pra mim. Sabemos que vamos perder aqui.” Hoje é um dia muito feliz para o Brasil. Vamos ganhar.
– Como Gleisi nega tanto o crime penal de Dilma, como se estivesse em jogo, poderia exemplificar: crime penal é o de que meu marido é acusado.
– Gleisi Hoffmann cita José Saramago e Janio de Freitas. Tudo normal. Estranho seria se citasse Roger Scruton e Olavo de Carvalho.
– Vanessa Grazziotin fala em nome da maioria do povo brasileiro sobre “golpe”. A maioria é a favor do impeachment. A maioria ignora Vanessa.
– Magno Malta: “Chega, Vanessa, chega! Pelo amor de Deus.” Ninguém aguenta mais tanto esperneio.
[* Até Cristovam Buarque se rendeu: “Não tem como não votar pelo impeachment”, disse o senador de esquerda ao Estadão.]
– Anastasia lembra que prometeu serenidade e cumpriu. De fato, não caiu no jogo sujo da Bancada da Chupeta e se ateve à técnica com rigor.
Registro aqui o grande momento em que Magno Malta cantou para Dilma o refrão de “Vá com Deus”, sucesso na voz de Roberta Miranda: DO F.MOURA BRASIL

Editorial do estadão: O samba do partido doido

Há carradas de razões para que se consume o impeachment da presidente Dilma Rousseff, desde as arroladas no processo ora em curso no Senado até as que fizeram do quase finado governo da petista o mais irresponsável e corrupto da história nacional. Mas o voto em separado elaborado pelo PT para se contrapor, na Comissão Especial do Impeachment no Senado, ao parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) é prova cabal de outro grave delito cometido recorrentemente pelos petistas: o de lesa-inteligência. Em poucas oportunidades, os borra-papéis do partido conseguiram juntar num mesmo texto tão estapafúrdias referências – que vão de Dante Alighieri a Hitler – para reafirmar a tese de que Dilma é vítima de golpe.
Enquanto Anastasia procurou embasar seu parecer em fatos, dizendo que a gestão de Dilma instaurou “um vale-tudo orçamentário e fiscal que trouxe sérias consequências negativas para o País”, os petistas denunciaram que a presidente é vítima de uma conspiração das forças do mal. Para isso, apelaram à mais medíocre literatice, a começar pelo título: Crônica de um golpe anunciado.
Logo nos primeiros parágrafos, denuncia-se que, “na calada da noite, em meio aos odores desagradáveis emanados do fisiologismo político e da hipocrisia moral”, se urdiu, em seguida à reeleição de Dilma, “o golpe que ameaça submergir o Brasil numa longa noite de autoritarismo, conservadorismo, retrocesso social e desconstrução de direitos”.
O texto segue nessa toada embaraçosa, dizendo que, “enquanto os justos dormiam o sono do dever cívico cumprido, os derrotados, com ânimo inconformado e insone, iniciavam sua trama cínica e antidemocrática, apoiados em mentiras, distorções e, sobretudo, num secular desprezo pelo voto popular”. Os “justos”, claro, são Dilma e os petistas – aqueles cuja campanha eleitoral foi irrigada com dinheiro de origem mais do que duvidosa e que mentiram descaradamente nos palanques.
A trama, diz o texto, foi “de tal forma sinistra que poderia ter sido contada por Virgílio a Dante Alighieri e ter como introito a lúgubre frase Deixai toda esperança, vós que entrais! Com efeito, começava ali a nova descida da democracia brasileira aos históricos infernos do golpismo”. Era o caso de mencionar que o oitavo círculo do inferno de Dante é aquele onde os corruptos, hipócritas e falsários são punidos com banho em piche fervente, mas o texto omite essa passagem.
O festival de asneiras prossegue no trecho em que os petistas acusam a oposição de disseminar o ódio contra o partido. Eles não se limitam a citar Mandela: “O ódio é algo que se ensina”. Para a tigrada, a estratégia para incitar a violência contra o PT se assemelha à dos nazistas contra os judeus, “como ensinava Goebbels”. E a luta contra a corrupção é vista como “forma de legitimação de forças ou regimes autoritários”: “Hitler, por exemplo, legitimou em grande parte a sua ascensão no cenário político alemão com o recurso demagogo da ‘limpeza das ruas’ alemãs de judeus, ciganos, comunistas e corruptos”.
Na ladainha, assinada pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Kátia Abreu (PMDB-TO), não faltaram nem mesmo acusações de que Dilma sofreu o tal “golpe” por ser mulher – e essa alegada misoginia desrespeitou até “o corpo da presidenta do Brasil”. Homessa!
Para coroar, esse verdadeiro samba do partido doido, que faz referências também a Hannah Arendt, Sófocles, Getúlio Vargas e Carlos Lacerda, termina com uma manjada citação de Marx, evocado para dizer que “é a história que se repete, desta vez como farsa”. A turma aposta que “o julgamento definitivo desse hediondo crime de irresponsabilidade caberá, em instância irrecorrível, à História”. Os “historiadores do futuro”, conclui o voto, vão se debruçar sobre esses episódios e concluir que o impeachment, se ocorrer, terá sido um golpe.
Quando se depararem com esse texto exótico, no entanto, os historiadores do futuro só poderão concluir que jamais um grupo político tão medíocre, arrogante e pretensioso esteve no poder no Brasil. DO A.NUNES

A lição do Brasil à Venezuela bolivariana reiterou que não há lugar no Mercosul para assassinos da democracia

Na sexta-feira passada, Nicolás Maduro anunciou que havia assumido a presidência temporária do Mercosul. Dois dias depois, em carta enviada aos integrantes do bloco, o chanceler José Serra comunicou que o governo brasileiro não aceita a Venezuela bolivariana no comando. A decisão, avalizada pela Argentina e pelo Paraguai, confirma que o Itamaraty redescobriu a altivez perdida há mais de 13 anos. E consuma o sepultamento da política externa da cafajestagem, que entre a chegada de Lula ao Planalto e o afastamento de Dilma Rousseff submeteu o país aos caprichos e vontades do vizinho arrogante.
Com Lula no poder, Chávez rebaixou o Brasil a uma espécie de província bolivariana que miava améns às ordens emanadas de Caracas. Foi assim, por exemplo, quando o Congresso de Honduras ─ amparado na Constituição e com o endosso da Corte Suprema ─ destituiu da presidência da República um comparsa de Chávez chamado Manuel Zelaya. Colérico, o reinventor do socialismo escalou o cúmplice brasileiro para juntar-se à trama que pretendia devolver ao palácio um chapéu sem cabeça. O canastrão hondurenho achou mais sensato refugiar-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa e transformá-la na Pensão do Zelaya. Foi-se embora semanas depois sem pagar a conta.
O fiasco internacional animou a dupla a agir em sociedade no ramo do petróleo, e construir em Pernambuco a refinaria Abreu e Lima. Dois anos depois, Chávez desistiu da ideia de jerico e aplicou no parceiro um calote colossal. O que seria uma refinaria virou uma usina de negociatas e propinas devassadas pela Operação Lava Jato. Deveria custar 2,5 bilhões de reais. Já consumiu mais de 20 e não tem prazo para terminar. Nada disso afetou o servilismo do Planalto ao farsante prepotente. Antes de tornar-se um passarinho que aconselha o sucessor, Chávez fez a comadre Dilma unir-se à conspiração que infiltrou a Venezuela no Mercosul.
Já nas primeiras horas do governo Temer, ao intrometer-se em assuntos internos do Brasil, Nicolás Maduro colidiu com a reação de Serra ─ e descobriu que fora revogada a vassalagem vergonhosa imposta por Chávez. Nesta semana, começou a aprender que não há lugar no Mercosul para países chefiados por inimigos da democracia e assassinos da liberdade. DO A,NUNES