( Lula Marques/ Agência PT)
Já as chances do presidente interino Michel Temer não terminar o mandato caíram de 25% para 20%, caso o impeachment se confirme em agosto. A equipe da consultoria ressalta que as nomeações feitas por Temer para cargos de administração e sinais de possível recuperação econômica reforçam a possibilidade de impeachment.
Contudo, avalia, as investigações da Lava Jato continuarão representando risco
para Temer se seu governo se tornar permanente, mas estão perdendo a força.
A consultoria reforça que a equipe de Temer tem feito incursões no Senado no último mês. Em maio, 55 senadores votaram por afastar a presidente Dilma Rousseff, enquanto são necessários 54 votos para a saída definitiva da petista. Porém, três ou quatro senadores se abstiveram e não votaram e que já apontariam para 58 votos pró-impeachment, na realidade. Hoje, o Palácio do Planalto avalia que há 61 votos a favor da saída de Dilma - o que a Eurasia avalia como crível dadas as suas próprias consultas no Senado. O governo converteu dois votos de senadores do PMDB contra o impeachment, de Eduardo Braga e João Alberto Souza. Já o senador Walter Pinheiro, que saiu do PT e votou contra o impeachment, licenciou-se do Senado e foi substituído por Roberto Muniz, do PP, partidário da saída de Dilma.
"Enquanto Muniz está dando sinais confusos sobre como votará, os líderes partidários sugerem que pode haver outras deserções de quem votou contra o impeachment. Enquanto isso, os três senadores fizeram declarações de que seus votos podem mudar (Romário, Cristovam Buarque e Acir Gurgacz), parecem estar mais alinhados com o impeachment", avalia a Eurasia.
Algumas coisas estão ajudando Temer a aumentar o voto pró-impeachment. O primeiro decorre da possibilidade de Temer oferecer nomeações na sua gestão aos senadores hesitantes. Além disso, crescentes sinais de que a economia está em um processo de recuperação, o que leva a um custo crescente de uma possível volta de Dilma.
"Politicamente, enquanto a Operação Lava Jato atingiu a liderança do Senado do PMDB, ela continuou afetando o PT, em meio às alegações de que a campanha de Dilma recebeu dinheiro ilítico de empreiteiras. Com os custos econômicos de um retorno de Dilma Rousseff se acumulando e as condições políticas para que ela governe diminuindo, nem mesmo os líderes do PT acreditam que a votação do impeachment pode ser revertida", avalia a Eurasia.
Especificamente sobre a Lava Jato, o risco para Temer permanece e é provavelmente o único fator que poderia levar a uma virada de jogo, mas que diminui por uma simples razão de tempo.
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