Líder da sigla na Câmara fica livre para orientar deputados a aceitar processo contra a presidente. Expectativa é de que 31 dos 38 parlamentares votem pelo impeachment
Por Felipe Frazão, na VEJA.com:
O presidente do PSD, Gilberto Kassab,
liberou nesta quarta-feira a bancada do partido para votar como quiser
neste domingo, quando a Câmara dos Deputados decide se aceita o processo
de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Interlocutores do
ministro das Cidades afirmam que ele optou por liberar os parlamentares
dada a maioria contra Dilma no partido. Dos 38 votos da bancada, 31
devem ser contrários à presidente. O líder da bancada está, portanto,
livre para encaminhar voto pró-impeachment. É o que deve ocorrer: o
comando do PSD na Câmara é de Rogério Rosso (DF), que presidiu a
Comissão Especial do Impeachment e votou pela admissibilidade da
denúncia.
Aos parlamentares da sigla, de acordo
com políticos presentes à reunião, Kassab pediu que “pensem bem porque a
decisão é importante para o país”. Como não foi fechada questão em
torno do tema, não haverá punição a nenhum dos dois grupos. Os votos em
apoio a Dilma virão da Bahia (a sigla no Estado foi fundada com ajuda do
ministro petista Jaques Wagner e ocupa cargos no governo local) e dos
deputados Domingos Neto (CE) e Fabio Mitidieri (SE).
Kassab ainda não definiu se permanece no
governo. Ele deu sinais de que poderá ceder à pressão da bancada para
deixar o cargo, majoritariamente contra o governo, mas não decidiu
quando. Ele pondera à cúpula do partido que teria de fazer o movimento
com respeito à presidente – o PSD foi o primeiro partido a declarar
apoio à reeleição de Dilma e hoje ocupa a pasta que sempre desejou. O
ministro quer aguardar a votação do impeachment no domingo.
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