Lula, Dilma e os companheiros sabem que nada mais pode ser feito. Ações desesperadas já miram a próxima disputa
Dilma,
Lula, o PT e a turma toda sabem que nada mais pode ser feito para
salvar o mandato. Em meados do mês que vem, a presidente será afastada
do cargo para não voltar. Ela sai, um novo governo se instala, e a
política passa a ter um novo centro gravitacional. Dilma será, como ela
mesma diz, carta fora do baralho.
Os
companheiros, agora, cuidam de reunir os escombros do PT para “continuar
na luta”. Para tanto, vale tudo, inclusive voltar à clandestinidade,
mas desta vez no palácio presidencial. Foi o que fez Dilma na segunda à
noite: fora da agenda oficial, recebeu no Planalto, além de Lula, os
chefões da CUT, MST e MTST — respectivamente, Vagner Freitas, João Pedro
Stedile e Guilherme Boulos —, entre outros.
E o que os
capas-pretas — ou capas-vermelhas — foram fazer, de modo sorrateiro, na
sede do governo federal? Várias coisas. Pediram, por exemplo, que Dilma
preencha os cargos vagos no ministério, dada a fuga da base aliada, com
quadros dos ditos “movimentos sociais”. A mulher vai ficar lá só mais
uns 15 dias, mas eles não resistem a uma boquinha, nem que seja de duas
semanas. Também cobraram que ela retire projetos que consideram
contrários aos tais interesses populares. Então tá.
De tal
sorte a batalha está perdida que Dilma está pensando em comparecer, no
dia 1º de Maio, a um ato promovido por esses grupos contra o golpe —
aquele que não existe. Vocês entenderam direito: aquela que ainda
responde pela Presidência cogita ir a uma manifestação que tem como
alvos, na prática, o Congresso, o STF e o vice-presidente da República.
Se não comparecer, a presidente prometeu fazer um gesto que demonstre a
sua adesão ao protesto. É um despropósito.
Em outras
frentes, José Eduardo Cardozo, o advogado-geral da União, na sua luta
incansável para se mostrar a cada dia mais patético, protocolou uma
petição na Câmara pedindo a anulação da sessão da que autorizou o Senado
a abrir processo contra Dilma. Ele sabe que não vai acontecer. Também
foi ao encontro de senadores para ver se consegue evitar que, por
maioria simples, o processo tenha continuidade, o que obrigará Dilma a
se afastar.
Nesta
terça, o MST, o mesmo que Dilma paparicou na segunda, organizou
protestos em sete Estados contra o impeachment e invadiu uma fazenda no
Rio Grande do Sul. Lula, não se sabe com que autoridade, reuniu-se com
Renan Calheiros, o presidente do Senado, para discutir a possibilidade
de antecipar eleições, o que é inconstitucional.
Aí você
tem o direito de perguntar: “Por que tanto esforço, meu Deus? Isso vai
dar em alguma coisa?” A resposta: em nada. Dilma vai ser afastada por
pelo menos 180 dias e será julgada pelo Senado. Então qual a razão de
tanta gritaria, inclusive da própria presidente, que disse na Bahia,
nesta terça, que estão tentando sentar na sua cadeira?
É simples!
O PT se prepara para dar início à campanha presidencial de 2018. Vai se
manter em mobilização permanente até lá. Todo mundo sabe que não é
preciso reunir muita gente para gerar transtornos.
Com Dilma
fora do Palácio, o PT se sentirá à vontade para pôr a sua tropa na rua,
inclusive contra a herança maldita deixada pela petista: desemprego,
recessão e serviços públicos em colapso, como é o caso da Saúde.
É claro
que há sempre a possibilidade de uma nova revelação da Lava Jato
transformar supostos líderes da resistência em presidiários. Mas,
enquanto isso não acontece, o PT já começa a juntar os cacos para
construir uma nova pauta de reivindicação e de suposta libertação dos…
oprimidos.
Ainda não está claro que papel desempenharão nessa fase os companheiros empreiteiros.
As ações
do petismo e das esquerdas evidenciam que já dão a derrota como certa.
Agora se trata de reunir os fiéis para dar início a uma nova saga. Acho
que, desta feita, no entanto, vão quebrar a cara.
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