Lilian, esposa de Leopoldo López. |
O
secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis
Almagro, denunciou nesta terça-feira o assédio à mulher do líder
opositor venezuelano Leopoldo López, revistada de forma que "atenta
contra a dignidade humana" ao visitar o marido na prisão. "Condenamos o
atentado à dignidade humana que revela a falta de ética política" na
Venezuela, escreveu Almagro no Twitter. A esposa de López, Lilian
Tintori, denunciou nesta terça, em entrevista coletiva, o assédio moral
sofrido por ela e a sogra durante suas visitas ao marido na prisão
militar de Ramo Verde, em Caracas.
"No
fim de semana, na prisão de Ramo Verde, vivemos um tratamento de
tortura, cruel e desumano", declarou Tintori à imprensa após apresentar
uma denúncia à Promotoria venezuelana. "Completamente nua, me pediram
para abrir as pernas várias vezes e me revistaram. Até o absorvente me
foi tirado", revelou Tintori. "Com a mãe de Leopoldo fizeram o mesmo, e
no quarto com ela estavam meus filhos, Manuela e Leopoldo Santiago, que
viram tudo", completou.
Antonieta
Mendoza, mãe de López, confirmou que foi despida diante de seus netos,
de seis e três anos de idade. "Por que motivo minha neta teve que ver a
avó nua em um quarto diante de duas sargentas?" - questionou Mendoza.
Tintori, que com frequência tem denunciado o assédio moral e ameaças
praticados pelos militares encarregados da prisão, responsabilizou o
presidente Nicolás Maduro por "algo que possa ocorrer" a López após as
denúncias.
A
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão autônomo da OEA, e o
Relator Especial das Nações Unidas sobre a situação dos defensores dos
direitos humanos, Michel Forst, manifestaram em novembro passado sua
preocupação pela persistência do assédio moral contra Tintori. Acusado
de incitar à violência em protestos contra Maduro, o opositor López foi
condenado - sem provas - a 13 anos e nove meses de prisão em 10 de
setembro passado. Do site de Veja
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