Nascida
em 22 de abril de 2009, a coluna convida os leitores a incluir na
celebração do 6° aniversário a leitura dos cinco versos finais de “A
Morte do Leiteiro”, do grande Carlos Drummond de Andrade:
DUAS CORES SE PROCURAM,
SUAVEMENTE SE TOCAM,
AMOROSAMENTE SE ENLAÇAM,
FORMANDO UM TERCEIRO TOM
A QUE CHAMAMOS AURORA.
O epílogo do poema é um resumo do Brasil deste singularíssimo 2015. Justificadamente indignados, aflitos ou perplexos com os estragos decorrentes das crises econômica, política, moral e institucional, numerosos leitores e comentaristas ainda não vislumbram a luz que há por trás das sombras: além de torná-la irreversível, a derrocada da economia apressou a agonia da seita lulopetista.
Desemprego e inflação tiram o sono e o sossego, mas fazem à vista. Acossados pela volta dos dois fantasmas, milhões de brasileiros enfim enxergaram a devastação produzida por 12 anos de inépcia, embuste e corrupção, fora o resto. Não será fácil pagar a conta da farra. Nâo deixa de ser um consolo testemunhar o encerramento da festa bilionária no grande clube dos cafajestes no poder.
Há seis anos, quando esta ilha se incorporou no Dia do Descobrimento ao diminuto arquipélago ocupado pelo jornalismo independente, os brasileiros decentes eram menos de 10% no universo das pesquisas de opinião. Mas não nos rendemos. Os liberticidas patológicos fizeram o diabo para exterminar a oposição real. Mas não capitulamos. “Vamos ganhar porque temos razão”, aqui se repetiu incontáveis vezes, sobretudo em momentos de compreensível pessimismo. E então se deu a brusca mudança da paisagem.
Semanas depois da reeleição de Dilma Rousseff, o imenso viveiro de abúlicos começou a despertar, milhões de conformados entenderam que o espetáculo do cinismo fora longe demais. Hoje, os que sonhavam com o poder absoluto e eterno só tapeiam 13% de fanáticos e desinformados que acham “bom” ou “ótimo” o pior governo da história. Nas ruas, as manifestações promovidas pela companheirada reúnem menos gente que quermesse de lugarejo.
Nas pesquisas de opinião, Dilma coleciona recordes de impopularidade. É difícil acreditar que completará o mandato. Lula já aparece abaixo de Aécio Neves na disputa pela presidência. O bando para o qual os fins justificam os meios é uma espécie em extinção. O país que presta agora é muito maior que o outro. A noite que começou em 2003 vai chegando ao fim.
Brindemos ao aniversário da coluna e também à tenacidade da resistência democrática, amigos. Falta pouco para a consumação da derrota definitiva da tribo fora da lei. Como nos versos de Drummond, o horizonte claro/escuro anuncia a aproximação da aurora. DO A.NUNES
DUAS CORES SE PROCURAM,
SUAVEMENTE SE TOCAM,
AMOROSAMENTE SE ENLAÇAM,
FORMANDO UM TERCEIRO TOM
A QUE CHAMAMOS AURORA.
O epílogo do poema é um resumo do Brasil deste singularíssimo 2015. Justificadamente indignados, aflitos ou perplexos com os estragos decorrentes das crises econômica, política, moral e institucional, numerosos leitores e comentaristas ainda não vislumbram a luz que há por trás das sombras: além de torná-la irreversível, a derrocada da economia apressou a agonia da seita lulopetista.
Desemprego e inflação tiram o sono e o sossego, mas fazem à vista. Acossados pela volta dos dois fantasmas, milhões de brasileiros enfim enxergaram a devastação produzida por 12 anos de inépcia, embuste e corrupção, fora o resto. Não será fácil pagar a conta da farra. Nâo deixa de ser um consolo testemunhar o encerramento da festa bilionária no grande clube dos cafajestes no poder.
Há seis anos, quando esta ilha se incorporou no Dia do Descobrimento ao diminuto arquipélago ocupado pelo jornalismo independente, os brasileiros decentes eram menos de 10% no universo das pesquisas de opinião. Mas não nos rendemos. Os liberticidas patológicos fizeram o diabo para exterminar a oposição real. Mas não capitulamos. “Vamos ganhar porque temos razão”, aqui se repetiu incontáveis vezes, sobretudo em momentos de compreensível pessimismo. E então se deu a brusca mudança da paisagem.
Semanas depois da reeleição de Dilma Rousseff, o imenso viveiro de abúlicos começou a despertar, milhões de conformados entenderam que o espetáculo do cinismo fora longe demais. Hoje, os que sonhavam com o poder absoluto e eterno só tapeiam 13% de fanáticos e desinformados que acham “bom” ou “ótimo” o pior governo da história. Nas ruas, as manifestações promovidas pela companheirada reúnem menos gente que quermesse de lugarejo.
Nas pesquisas de opinião, Dilma coleciona recordes de impopularidade. É difícil acreditar que completará o mandato. Lula já aparece abaixo de Aécio Neves na disputa pela presidência. O bando para o qual os fins justificam os meios é uma espécie em extinção. O país que presta agora é muito maior que o outro. A noite que começou em 2003 vai chegando ao fim.
Brindemos ao aniversário da coluna e também à tenacidade da resistência democrática, amigos. Falta pouco para a consumação da derrota definitiva da tribo fora da lei. Como nos versos de Drummond, o horizonte claro/escuro anuncia a aproximação da aurora. DO A.NUNES
Nenhum comentário:
Postar um comentário