Por Reinaldo Azevedo
E lá se lia:
“Muito bem, leitores! Desde que esse escândalo veio à luz, tenho insistido neste aspecto: se uma quadrilha de criminosos se apoderou da Petrobras, por que seria diferente nas outras estatais e nos organismos diretamente vinculados a ministérios? Não há razão para ser. Afinal, os critérios para nomear diretores de outras estatais ou de autarquias do governo são os mesmos: loteamento entre partidos. Volto à minha pergunta de sempre: por que uma legenda faz tanta questão de ter a diretoria de uma empresa pública? Por ideologia, convenham, não é. Se a safadeza na Petrobras assume proporção multibilionária, imaginem o que se passa no conjunto do país.”
Retomo
Segundo informa O Globo, no âmbito da delação premiada, o diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, “vai informar que a empresa pagou pouco mais de R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo Monte”. E segue a reportagem: “Segundo Avancini, o valor foi dividido entre PT e PMDB, com cada um dos partidos abocanhando 1% do valor dos contratos”.
A Camargo Correa responde por apenas 16% dos contratos do consórcio, formado ainda por Andrade Gutierrez, Odebrechet, OAS Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J. Malucelli.
E, leitor, por razões óbvias, você pode fazer a mesma pergunta que fiz antes, agora incluindo Belo Monte entre os elementos dados: se houve corrupção na Petrobras e em Belo Monte, por que seria diferente nas demais obras, de outros estatais e de outros ministérios?
Mensalão e petrolão são expressões de um método, de um modo de fazer política. As operações dos dois escândalos não se esgotam no pagamento de propina — que sai do bolso dos brasileiros —, beneficiando alguns com o lucro das obras e outros, com o lucro da corretagem. Isso seria banditismo comum, que também existe.
Ocorre que mensalão e petrolão são, acima de tudo, banditismo político e forma de exercício do poder. Aliás, em seus respectivos depoimentos, Alberto Youssef deixou claro que trabalhava para um projeto de poder. 06/03/2015 - DO R.DEMOCRATICA
Nenhum comentário:
Postar um comentário