João Vaccari Neto foi alvo de mandado de condução coercitiva.
Ele foi citado em depoimentos como participantes de esquema de corrupção.
Camila Bomfimda - TV Globo
João Vaccari Neto e Lula
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi alvo de um mandado de
condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e
depois é liberada) na manhã desta quinta-feira (5). O mandado para ouvir
Vaccari é um dos que foram cumpridos como parte da nona etapa da
Operação Lava Jato, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal. A PF
também realizou busca e apreensão na casa do petista, em São Paulo.
A nona etapa da Lava Jato foi batizada de "My Way", numa referência ao
modo como o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, chamava o ex-diretor
da estatal Renato Duque. Ambos são investigados por suspeita de
participação em esquema de corrupção na estatal.
Vaccari Neto foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
e pelo doleiro Alberto Youssef, delatores do esquema, como o operador
de propina cobrada pelo PT nos contratos da estatal com outras empresas.
Ao todo, são 62 mandados na nona fase da operação: um de prisão
preventiva, três de prisões temporárias, 18 de conduções coercitivas e
40 de busca e apreensão nos estados de SP, RJ, BA e SC.
Vaccari tem negado qualquer envolvimento com o esquema do doleiro
Alberto Youssef e com as irregularidades na Petrobras. O G1 tenta
contato com a defesa do doleiro nesta quinta-feira para obter uma
resposta sobre a condução coercitiva, mas até a última atualização desta
reportagem ainda não conseguiu conversar com os advogados de Vaccari.
Denúncia
Em dezembro, o Hora 1 da Notícia revelou com exclusividade documentos
que citam a cunhada de Vaccari Neto como suposta destinatária de
dinheiro do esquema de corrupção na estatal. O material faz parte das
investigações da Operação Lava Jato.
O Hora 1 teve acesso a documentos que mostram uma negociação entre o
doleiro Alberto Youssef e um funcionário da empresa OAS, em que o
endereço da cunhada de Vaccari aparece como destino de uma entrega.
Um organograma feito pela Polícia Federal explica a suposta movimentação
do dinheiro de Youssef para a empreiteira OAS. Segundo a PF, o
funcionário da empresa José Ricardo Breghirolli, preso na operação,
orienta Youssef a levar os valores para um endereço específico, o da
cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima. O relatório dá detalhes da
negociação.
Segundo os investigadores, o documento mostra entregas de dinheiro feitas por Youssef em várias cidades do país. - DO WELBI
Nenhum comentário:
Postar um comentário