quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Sergio Moro contraria ordem de Dilma

Sergio Moro fala nos autos. Leiam e divulguem
Brasil 28.01.2015 Um juiz só deve falar nos autos: o bordão deveria ser seguido à risca, mas no Brasil só se seguem as linhas tortas. Sergio Moro, contudo, é exceção. Imperturbável, técnico, avesso ao histrionismo, ele é o exato contrário de Joaquim Barbosa, que perdeu a admiração de boa parte dos brasileiros com a mesma velocidade com que a ganhou.
À frente de um bravo pelotão da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro vem desenrolando o maior escândalo da história do Brasil, inclusive a futura, arriscaríamos dizer, com alguma esperança. Por isso mesmo, vem sendo bombardeado por advogados, no interior do Judiciário venal (O Antagonista sabe e um dia dará os nomes) e pela imprensa petista, tanto a comprada com o dinheiro público como a vendida à ideologia.
Um juiz só deve falar nos autos, e Sergio Moro o fez hoje, naquela que foi a declaração mais importante do dia. Depois de Dilma Rousseff, a ex-guerrilheira de esquerda, dizer de maneira atabalhoada e oblíqua que as empreiteiras envolvidas no escândalo precisam ser preservadas, o comandante da Operação Lava Jato lavou a nossa alma ao responder ao Supremo Tribunal de Justiça sobre a necessidade de manter presos os executivos da OAS. Extraímos dois momentos da fala de Sergio Moro, sempre nos autos:
a) "A falta de reação institucional diante de indícios da prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça. 
Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada vez mais maiores."
b)  "A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da Administração Pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado o risco de repetição dos crimes. Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento."
Sereno, irônico, direto, sem prosopopeias -- assim é Sergio Moro.
DA REV.CALIBRE

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