(*) Ipojuca Pontes –
Com
luvas de pelica, como quem pede desculpas ao algoz, o PSDB, da esquerda
light, pediu (atrasado) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma
auditoria no sistema eleitoral que sagrou a vitória escandalosa do PT
nas eleições presidenciais de 2014. A apelação foi protocolada pelo
deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador jurídico da campanha de
Aécio Neves. O deputado, muito maneiroso, disse ter “confiança na
Justiça Eleitoral”, mas alegou que nas redes sociais parte significativa
da sociedade brasileira questiona, com propriedade, o processo, a
mecânica das apurações e, por consequência, a contagem dos votos – razão
para uma auditoria que restitua “a confiança dos eleitores na apuração e
na propalada infalibilidade da urna eletrônica”.
De fato, nas redes sociais, e também em centenas de sites e blogs,
não só se denuncia o vazamento do resultado do 2º turno, mas,
principalmente, casos cabeludos de urnas já listadas com 400 votos em
favor de Dilma Rousseff (quando a urna eletrônica recebe, em média, 261
votos), eleitores que não puderam votar por que outros votaram em seu
lugar, máquinas que funcionavam sozinhas, contagem de votos feita por 23
funcionários do TSE, em recinto fechado, sem o acesso de fiscais ou a
presença da imprensa para testemunhar a lisura e o desenrolar das
apurações. Em suma, coisas que evidenciaram a completa vulnerabilidade
do sistema e a provável irregularidade do processo da apuração. (O
próprio Datafolha, que presta serviços profissionais ao governo,
noticiou que no meio da contagem Aécio Neves aparecia com 8% de votos
acima de Dilma, mas, logo depois do somatório semi-secreto, a candidata
do PT já vencia com a vantagem de 5%).
Como se sabe, a urna eletrônica usada no Brasil não permite a
recontagem dos votos, prática essencial para a confiabilidade do
processo eleitoral. No vulnerável sistema adotado na taba, se o
candidato for roubado na contagem dos votos, roubado continuará, e sem
possibilidade de recontá-los, uma vez que no “nosso” sistema as atas são
apagadas depois do anúncio final da apuração. Só para ilustrar: a
advogada e analista Maria Aparecida Cortiz, que acompanha o
desenvolvimento dos sistemas eleitorais junto ao TSE desde 2002,
tornou-se especialista em apontar as inúmeras falhas de segurança do
processo de votação e apuração da urna eletrônica tupiniquim.
Não é por outro motivo, aliás, que países como Estados Unidos, Japão,
França e Alemanha, dominando a informática à perfeição, recusam a
“nossa” urna eletrônica e consagram o sistema artesanal de apuração de
votos. Ele é lento, pode falhar, mas possibilita a recontagem dos votos.
Em resposta ao pedido do deputado Carlos Sampaio, o doutor João
Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral nomeado por Dilma
Rousseff, como era de se esperar, descaracterizou a denúncia tucana e
disse que “faltou seriedade” ao deputado que pediu uma auditoria sobre o
resultado das eleições. “Não há erros nem vícios na apuração”,
garantiu. Para Noronha, as denúncias de fraude são fofocas das redes
sociais, sem autoridade para embasar o questionamento jurídico da
apuração. O pedido, segundo o corregedor, apenas “prejudica a imagem
eleitoral e democrática do país” – o que, de fato, soa como um chiste de
mau gosto, pois, no mundo civilizado, a começar pela Itália, a imagem
do Brasil é mais negra do que asa de graúna.
Ninguém duvida mais que Lula, o Aloprado, e o seu partido corrupto
aparelharam o Estado e a Justiça brasileira. Como se sabe, Dias Toffoli,
nomeado por Dilma e que hoje preside o TSE, foi advogado do PT e
assessor de José Dirceu, o chefe do mensalão condenado a 7 anos e 11
meses, mas que cumpriu menos de um ano de cadeia.
É pouco ou quer mais?
(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da
Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional,
jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros
de todos os tempos. DO UCHO.INFO
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