A
candidata Dilma Rousseff iria divulgar por esses dias seu programa de
governo, mas mandou suspender, informam Andreia Sadi e Natuza Nery na Folha.
Por quê? Divergência com seus companheiros do PT. O partido quer que a
candidata se comprometa com o fim do fator previdenciário, com a redução
da jornada de trabalho, com a regulamentação da terceirização — criando
dificuldades novas — e com a revisão da Lei da Anistia. Mas Dilma não
quer nada disso porque sabe que:
a) o fim do fator previdenciário abre um rombo na previdência;
b) a redução da jornada só vai onerar ainda mais as empresas, elevando o custo Brasil;
c) criar embaraços novos à terceirização está na contramão da dinâmica do mercado de trabalho;
d) a revisão da Lei da Anistia, além de polêmica — voltará ao Supremo — abre uma crise desnecessária coma as Forças Armadas. Se o absurdo vier, raciocina com razão a presidente, que seja via Judiciário.
a) o fim do fator previdenciário abre um rombo na previdência;
b) a redução da jornada só vai onerar ainda mais as empresas, elevando o custo Brasil;
c) criar embaraços novos à terceirização está na contramão da dinâmica do mercado de trabalho;
d) a revisão da Lei da Anistia, além de polêmica — voltará ao Supremo — abre uma crise desnecessária coma as Forças Armadas. Se o absurdo vier, raciocina com razão a presidente, que seja via Judiciário.
Assim, a
presidente tem preferido programa nenhum a ter o que exibir, expondo-se a
arrumar adversários novos. Vejam ali a pauta: a petista tem feito um
esforço danado para mostrar que é fiscalmente responsável — e o fim do
fator previdenciário demonstraria o contrário — e que pretende
incentivar o espírito empreendedor no país: ora, a redução da jornada e o
combate à terceirização apontariam na direção oposta. Finalmente, a
presidente prega a união de todos os brasileiros para um futuro radioso,
e a revisão da Lei da Anistia só provocaria turbulências sobre o
passado.
O pior
para Dilma (não necessariamente para o Brasil) é que, ao não sair nada —
nem o que quer o PT nem o contrário —, é como se ela já tivesse feito
as piores escolhas para os setores aos quais não quer desagradar. E por
que é assim? Porque resta a desconfiança, não é? Afinal, se ela não fala
e manda segurar o programa, é sinal também de que não descarta essa
pauta.
Períodos
eleitorais já são normalmente caracterizados por incertezas até em
países com uma economia mais estável do que a nossa, com muito menos
demandas à flor da pele. Dado o quadro brasileiro, esse vai-e-vem é
especialmente negativo. Até porque Dilma não é uma novata, que está se
apresentando agora para a batalha. Ela já é a presidente da República.
Chega a ser impressionante que amplos setores da sociedade considerem
que Marina Silva é uma opção mais segura do que ela. E olhem que a
candidata do PSB não chega a ser o exemplo acabado de coerência e de
fidelidade a um pensamento.
Não fossem
muitas outras coisas, isso bastaria para evidenciar as fragilidades do
governo Dilma e a barafunda em que está metido o PT. Acompanho o partido
desde o seu nascimento — fui um dos filiados, em priscas eras… Nunca o
vi tão desarvorado e sem eixo. O risco de perder o poder está deixando a
companheirada em desespero. Essa gente se tornou de tal sorte
dependente do Estado que o risco de alternância de poder a impede de
enxerga a realidade.
Convenham: tem seu lado divertido.
a) o fim do fator previdenciário: é corrigir um erro, o maior erro da história do PT cujo custo foi o mensalão, o de penalizar quem começou a trabalhar mais cêdo e também acabar sumariamente com a aposentadoria. Com o fator previdenciário o cidadão contribui a vida toda para gozar cerca de dez anos ou menos de aposentadoria.
ResponderExcluirb) a redução da jornada: Tal mecanismo já foi adotado com sucesso em vários países europeus e contribuiu com a abertura de novas frentes de trabalho e diminuição do desemprego.
c) criar embaraços novos à terceirização na contramão da dinâmica do mercado de trabalho, está na contramão dos interesses de grupos economicos. O desempenho das OSs na área de saúde , limpeza e segurança tem sido pífio, oneroso e mesmo catastrofico, contribuindo com o fim dos direitos trabalhistas, pois o empregado passa a ser um nômade numa empresa que presta temporariamente serviços ao estado.
d) a revisão da Lei da Anistia: é o único aspecto polêmico ao qual não valeria a pena assumir.