Ítalo Nogueira - Folha.com
O candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves disse nesta
segunda-feira (18) que a pesquisa Datafolha indica a "certeza" de
realização de um segundo turno nas eleições.
Apesar de evitar a polarização com Marina Silva (PSB), com quem está em
empate técnico, o tucano citou "experiência política e de gestão" como
trunfo de sua campanha. O debate sobre experiência administrativa será
uma das armas contra a ex-senadora.
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"Ficou claro que vai ter segundo turno. Era uma perspectiva cada vez
mais provável. Hoje é uma certeza. A nossa experiência política,
inclusive de gestão, será muito importante para que o Brasil encontre um
novo caminho de crescimento econômico, maior oportunidade de emprego e
qualidade de vida", disse Aécio, em visita à UPP (Unidade de Polícia
Pacificadora) na favela Dona Marta, na zona sul do Rio.
A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a pesquisa
com 36% das intenções de voto. Marina tem 21% e Aécio, 20%. É uma
situação de empate técnico nos limites máximos da margem de erro, que é
de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Aécio atribuiu o empate à mudança no quadro eleitoral. Ele afirmou que
não focará críticas a Marina, mas sim ao governo federal. "É claro que
há uma mudança no quadro eleitoral. Ela se reflete nas pesquisas. O que
não muda é nossa determinação e convicção de que temos o melhor projeto
para o Brasil. Nossa proposta é de oposição ao governo que está aí",
disse ele.
O tucano defendeu que o governo federal ajude o Estado a dar o "segundo
passo" no projeto de pacificação, com programas sociais voltados às
mulheres chefes de família e aos jovens.
O senador caminhou por becos ciceroneado por líderes comunitários. Mesmo
apresentado por cabos eleitorais, por vezes não foi reconhecido. Ao ser
apresentada ao "futuro presidente", como foi chamado, a vendedora Sonia
Vidal, 55, questionou: "Presidente da favela?". "Não, da República",
esclareceu o cabo eleitoral.
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