A primeira parcela foi resgatada por Dilma na semana passada, ao desalojar do comando da pasta dos Transportes o ministro Cesar Borges, substituído por Paulo Sérgio Passos. Sobreveio, então, a entrega da mercadoria.
Reunida na segunda-feira (30), a Executiva nacional do PR abandonou a ameaça de apoio ao tucano de Aécio Neves e aprovou o ingresso do partido na coligação de Dilma. Foram 23 votos a favor e apenas um contra.
A mercadoria do PR foi às mãos de Dilma em sistema de delivery. Dirigiram-se ao Planalto os três dirigentes formais da agremiação: Alfredo Nascimento, Tadeu Candelária e Antonio Carlos Rodrigues, respectivamente presidente, vice e secretário-geral do partido.
A troica posou para foto ao lado de uma Dilma sorridente. Ela fez sinal de positivo. À sua esquerda, imitando-lhe o gesto, estava Alfredo Nascimento, ‘varrido’ da poltrona de ministro dos Transportes em 2011, sob denúncias de desvios.
Agora, dando sequência à transação, o PR cobra a segunda parcela de que se julga credor. Exige reocupar o Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, órgão que cuida da manutenção e construção de estradas federais.
Epicentro das denúncias que levaram à pseudofaxina de 2011, o Dnit administra contratos milionários com construtoras. As mesmas que borrifam nas arcas dos comitês eleitorais generosas contribuições.
Há três anos, antes de aposentar a vassoura, Dilma expurgara do Dnit o então diretor-geral Luiz Antonio Pagot, do PR do Mato Grosso. Nomeara para o lugar dele um general do Exército, Jorge Ernesto Pinto Fraxe.
Seguindo ordens expressas de Dilma, o general Jorge Fraxe varejou contratos suspeitos, chacoalhou obras tisnadas pelo superfaturamento e trocou o comando de superintendências do Dnit nos Estados, apinhadas de prepostos do PR.
Pois bem. Jorge Fraxe já foi informado de que seus serviços não serão mais necessários. Nos próximos dias, deve descer ao Diário Oficial o ato de demissão do general. No teatro montado pelo Planalto, a saída se dará 'a pedido', por razões de saúde.
O PR trama acomodar na direção-geral do Dnit Handerson Cabral. Ele conhece os meandros da repartição. Já comandou a superintendência de Goiás. Se nomeá-lo, Dilma terá protagonizado uma rendição integral.
O nome de Handerson foi avalizado pelo ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto. Da penitenciária da Papuda, onde se encontra, Valdemar puxa os cordões do PR. É ele quem detém o poder real na legenda.
Dilma submete-se aos caprichos do PR aconselhada por Lula. O patrono da candidata acha que o benefício publicitário compensa o custo estético. De resto, concluiu-se que o prejuízo seria maior se Valdemar mandasse entregar o tempo de propaganda eletrônica do partido para Aécio Neves.
DO JOSIASDESOUZA
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