MCM Consultores e Nomura Securities acreditam que o candidato tucano tem mais chances de ser o próximo presidente da República
Fabio Alves - Estadão
Aécio Neves, do PSDB, ganha terreno nos prognósticos de consultores
A MCM Consultores passou a atribuir uma probabilidade de 60% de derrota
de Dilma Rousseff na eleição presidencial em outubro. Desde abril, a
consultoria trabalhava com um cenário de probabilidade equivalente à
reeleição e à vitória da oposição. Em relatório distribuído na
quarta-feira, 23, os analistas da MCM rebaixaram as chances da
presidente e agora trabalham com uma probabilidade de 60%-40% contra a
reeleição.
A consultoria é a segunda instituição financeira a divulgar relatório a
clientes apostando publicamente na derrota da presidente Dilma nas
eleições presidenciais. A primeira instituição foi a corretora japonesa
Nomura Securities, que na quarta-feira, após a pesuisa Ibope/Estadão,
aumentou a probabilidade de vitória do candidato tucano Aécio Neves para
70%. No dia 11 de junho, a Nomura Securities já havia atribuído uma
probabilidade de 60% de vitória do tucano num segundo turno da eleição
presidencial.
“Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer, que a
presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A campanha
ainda nem começou efetivamente”, escreveram os analistas da MCM na nota
enviada a clientes ontem. “Contudo, a nosso juízo, já existem elementos
suficientes para atribuir mais probabilidade de vitória à oposição do
que à candidatura governista.”
Segundo a MCM, as últimas pesquisas Datafolha e Ibope representaram um
ponto de virada (“turning point”) para o novo cenário, agora
desfavorável à reeleição. “Ambas mostraram continuidade na tendência de
encurtamento da vantagem de Dilma frente a Aécio Neves e
Eduardo Campos no segundo turno e aumento da diferença entre a rejeição à
presidente e aos candidatos de oposição”, afirmaram os analistas.
Além das pesquisas, destacou a MCM, a mudança de cenário também levou em
conta a piora do quadro econômico, “sintetizado pelo resultado
decepcionante do último Caged (abertura de apenas 25 mil vagas de
trabalho em junho), os sinais de forte rejeição ao PT no Sudeste – de
maneira mais acentuada em São Paulo -, e a baixa competitividade das
candidaturas petistas nos estados mais importantes do país,
excetuando-se Minas Gerais, onde Fernando Pimentel lidera as pesquisas”.
Segundo a MCM, os fatores que beneficiam a candidatura Dilma não
desapareceram, entre os quais mais tempo de propaganda no rádio e na
televisão, forte apoio entre os eleitores mais pobres, possibilidade de
explorar no horário eleitoral gratuito os programas federais voltados
principalmente aos eleitores de baixa renda e o apoio do ex-presidente
Lula.
“Considerando a evolução do quadro econômico e político e suas
perspectivas futuras, avaliamos que, neste momento, os elementos
favoráveis à presidente Dilma são insuficientes para atribuirmos à
reeleição maior probabilidade de sucesso do que de fracasso”, escreveram
os analistas da consultoria.
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