Deslumbrado
com a vitória do PT na eleição de 2010, o marqueteiro João Santana
resolveu transformar o gabinete presidencial em sala do trono e promover
Dilma Rousseff a rainha. “Ela tem tudo para ocupar esse espaço que só
foi parcialmente ocupado pela princesa Isabel”, caprichou no chute o
vidente baiano. A bola de cristal bateu na trave.
Não há semelhanças entre a afilhada de Lula (que se nomeou Dom Pedro III ao decretar a transposição das águas do São Francisco) e a princesa que aboliu a escravidão. Cartas escritas ao pai e outros documentos históricos mostram que Isabel sempre teve a cabeça no lugar. Mas o falatório de Santana faria algum sentido se, em vez da filha de Dom Pedro II, tivesse evocado a mãe de Dom João VI. Como notou nosso Reynaldo-BH, quem tem muito a ver com Dilma é dona Maria I de Portugal, a primeira rainha do Brasil.
Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança já se tornara conhecida como Maria, a Louca quando chegou ao Brasil em 1808. Até morrer oito anos depois, justificou diariamente o cruel cognome. Ela acordava no meio da madrugada, por exemplo, para ordenar que todos ficassem longe do Pão de Açúcar: era ali a morada do diabo, advertia aos berros.
Dilma Rousseff, faça-se justiça, ainda não enxerga demônios a serviço da oposição pendurados nas encostas do Corcovado. Mas a safra de sandices em dilmês colhida nos últimos dias deixaria assustada a mais antiga mucama de Maria I. Dois exemplos:
“Nesses dez anos nós lutamos para quê? Nós lutamos para que a saúde bucal, os nossos dentes, todo o tratamento bucal, que, como disse o Chioro, é a porta de entrada daquilo que nos alimenta e faz com que nós continuamos vivendo, daquela água que nós bebemos e faz com que nós sobrevivamos, que faz também que nós sejamos humanos, porque uma coisa que nos diferencia de qualquer outra espécie, nós nos comunicamos pela fala, e ainda mais humano do que tudo, nós somos aquela espécie que sorri e também chora, mas sorri, que acha graça, que ri”.
“A gente ia de helicóptero e eu olhei para as propriedades, era em plena região do semiárido. E o que a gente via? A gente via uma porção de pontos brancos, alguns cinzas, via cinza também, porque cinza é mais difícil de ver de lá cima, mas você via isso. E o que me parecia? Eu falei, olha é a quantidade de estrelas no céu é a quantidade de cisternas no chão. As cisternas era uma espécie das estrelas no chão. Isso porque, de fato, ela permite que as pessoas tenham acesso à água”
Neste sábado, a presidente que enxerga um cachorro oculto por trás de cada criança baixou no Rio para festejar a incorporação ao “legado da Copa” de uma das raríssimas “obras de mobilidade urbana” visíveis a olho nu. Segundo o Portal do Planalto, ficou tão emocionada que disse o seguinte:
“E aí eu chego aqui no Transcarioca. O quê que é, eu vou dizer para vocês o quê que é, de fato, absolutamente fantástico nesse BRT Transcarioca. Quê que é?”
Alucinações verbais de calibre semelhante precipitaram a interdição de Maria I, obrigada a repassar ao filho regente o efetivo comando do reino. Embora viva dizendo coisas sem pé nem cabeça há muito tempo, Dilma Rousseff quer continuar no trono pelo menos até 2018.
DO AUGUSTO NUNES
Não há semelhanças entre a afilhada de Lula (que se nomeou Dom Pedro III ao decretar a transposição das águas do São Francisco) e a princesa que aboliu a escravidão. Cartas escritas ao pai e outros documentos históricos mostram que Isabel sempre teve a cabeça no lugar. Mas o falatório de Santana faria algum sentido se, em vez da filha de Dom Pedro II, tivesse evocado a mãe de Dom João VI. Como notou nosso Reynaldo-BH, quem tem muito a ver com Dilma é dona Maria I de Portugal, a primeira rainha do Brasil.
Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança já se tornara conhecida como Maria, a Louca quando chegou ao Brasil em 1808. Até morrer oito anos depois, justificou diariamente o cruel cognome. Ela acordava no meio da madrugada, por exemplo, para ordenar que todos ficassem longe do Pão de Açúcar: era ali a morada do diabo, advertia aos berros.
Dilma Rousseff, faça-se justiça, ainda não enxerga demônios a serviço da oposição pendurados nas encostas do Corcovado. Mas a safra de sandices em dilmês colhida nos últimos dias deixaria assustada a mais antiga mucama de Maria I. Dois exemplos:
“Nesses dez anos nós lutamos para quê? Nós lutamos para que a saúde bucal, os nossos dentes, todo o tratamento bucal, que, como disse o Chioro, é a porta de entrada daquilo que nos alimenta e faz com que nós continuamos vivendo, daquela água que nós bebemos e faz com que nós sobrevivamos, que faz também que nós sejamos humanos, porque uma coisa que nos diferencia de qualquer outra espécie, nós nos comunicamos pela fala, e ainda mais humano do que tudo, nós somos aquela espécie que sorri e também chora, mas sorri, que acha graça, que ri”.
“A gente ia de helicóptero e eu olhei para as propriedades, era em plena região do semiárido. E o que a gente via? A gente via uma porção de pontos brancos, alguns cinzas, via cinza também, porque cinza é mais difícil de ver de lá cima, mas você via isso. E o que me parecia? Eu falei, olha é a quantidade de estrelas no céu é a quantidade de cisternas no chão. As cisternas era uma espécie das estrelas no chão. Isso porque, de fato, ela permite que as pessoas tenham acesso à água”
Neste sábado, a presidente que enxerga um cachorro oculto por trás de cada criança baixou no Rio para festejar a incorporação ao “legado da Copa” de uma das raríssimas “obras de mobilidade urbana” visíveis a olho nu. Segundo o Portal do Planalto, ficou tão emocionada que disse o seguinte:
“E aí eu chego aqui no Transcarioca. O quê que é, eu vou dizer para vocês o quê que é, de fato, absolutamente fantástico nesse BRT Transcarioca. Quê que é?”
Alucinações verbais de calibre semelhante precipitaram a interdição de Maria I, obrigada a repassar ao filho regente o efetivo comando do reino. Embora viva dizendo coisas sem pé nem cabeça há muito tempo, Dilma Rousseff quer continuar no trono pelo menos até 2018.
DO AUGUSTO NUNES
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