Daniela Lima - Folha.com
Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress | |
O candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, discursa ao lado de Paulinho na zona norte de SP |
No evento de comemoração do Dia do Trabalhador promovido pela Força
Sindical, a presidente Dilma Rousseff foi duramente criticada e dois
ministros que representaram o governo foram vaiados. A comemoração
acontece na praça Campo de Bagatelle, em Santana, na zona norte da
capital paulista.
Os dois principais candidatos de oposição à Dilma na eleição ao Planalto
foram convidados para protagonizar os discursos: o senador Aécio Neves
(PSDB-SP) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE).
Mas os ataques mais duros à presidente vieram do anfitrião do evento e
presidente licenciado da Força, o deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP), o Paulinho da Força. Ele culpou Dilma pela desvalorização da
Petrobras, disse que o governo da petista era corrupto e chegou a
insinuar que a petista poderia ser presa junto aos condenados do
mensalão na Papuda, em Brasília, pelas acusações de má gestão na
estatal.
"O governo que deveria dar o exemplo está atolado na corrupção. Se fizer
o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela",
disse. A presidente Dilma anunciou ontem, em pronunciamento
na TV pelo Dia do Trabalho, aumento de 10% no Bolsa Família, correção
de 4,5% na tabela do Imposto de Renda na fonte no ano que vem e promessa
de manter a política de valorização do salário mínimo –a atual acaba no
fim de 2015.
O deputado Paulinho da Força comanda o Solidariedade, partido que apoia
Aécio na disputa eleitoral pela Presidência no ano que vem. Quando fez o
ataque, Paulinho estava ao lado de Aécio Neves. Eduardo Campos ainda
não havia chegado.
O senador mineiro discursou logo em seguida. Ele disse iria retirar a
Petrobras das "garras" do atual governo. Destacou a pressão
inflacionária e disse que Dilma não participou de eventos no primeiro de
maio. "Ela não veio aqui para olhar para vocês", atacou. Aécio fechou
seu discurso dizendo que voltaria no próximo ano como presidente eleito.
Antes de falar ao público, o senador voltou a criticar o pronunciamento
de Dilma na TV ontem. Ele afirmou que a petista tenta se apropriar do
discurso da mudança, "mas se dará conta que a mudança inclui sua saída
do poder".
VAIA
O ministro Gilberto Carvalho (Secretário-Geral da Presidência da
Republica) falou instantes depois e foi vaiado. Ele destacou a
valorização de 70% do salário mínimo e disse que a candidatura de Aécio é
uma tentativa de trazer o governo FHC de volta.
Ele disse que os tucanos tentam desvalorizar a Petrobras para tentar
privatizar a empresa. Ao falar das conquistas foi vaiado e respondeu:
"pode vaiar. A vaia é parte da democracia".
Antes de sair ele disse que preferia não comentar a fala de Paulinho da
Força. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, criticou Paulinho no
palanque e também foi vaiado. "Ele não precisava ter ofendido a
presidente", disse.
DOWELBI
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