O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, reagiu à crítica bucéfala que Lula fez ao julgamento do mensalão em entrevista à
TV portuguesa RTP. Segundo o ex-presidente, o processo teve “80% de
política e 20% de decisão jurídica”. Com a ironia costumeira, considerou
o ministro, segundo informa a Folha Online: “Não sei como ele tarifou, como fez essa medição. Qual aparelho permite isso? É um troço de doido”.
Marco
Aurélio foi um dos ministros que acabaram achando, na fase dos embargos
infringentes, que houve penas excessivas. De forma indireta, lembrou
isso em sua fala, mas considerou: “Só espero que esse distanciamento da
realidade não se torne admissível pela sociedade. Na dosimetria, pode
até se discutir alguma coisa; agora a culpabilidade não. A culpa foi
demonstrada pelo estado acusador”.
Para Marco
Aurélio, Lula está apenas recorrendo a seu “sagrado direito de
espernear”. E lembrou algo que já observei aqui: “No final do
julgamento, eram só três ministros não indicados por ele. A nomeação é
técnico-política e se demonstrou institucional. Como eu sempre digo:
‘Não se agradece com a toga’”.
Na mosca!
Lula apostava que os ministros nomeados por ele fariam as suas vontades.
Na sua cabeça perturbada pelas trocas políticas mais indignas, esperava
que seus amigos fossem absolvidos em sinal de agradecimento dos que
foram por ele indicados. Lula entende de relações de compadrio e de
suserania e vassalagem, não de democracia.
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