BRASÍLIA
– Mais uma entidade representativa dos juízes defendeu o Supremo
Tribunal Federal (STF) contra as críticas feitas pelo PT na semana
passada. A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages)
divulgou nota, nesta quarta-feira, rebatendo a afirmação do partido de
que houve politização do julgamento do mensalão. A entidade defende que o
STF está “apenas cumprindo seu dever” com isenção e independência e que
a tese de que o julgamento é político está afastada, já que a maioria
dos ministros da Corte foram indicados pelo PT.
“A lei se destina
a todos os membros da sociedade e não excetua nenhum dirigente
partidário ou governante. Quem dela se desvia bem sabe os riscos
assumidos, sujeitando-se à punição prevista no ordenamento jurídico”,
afirmou. “O PT, ou melhor, sua parcela incomodada pelo julgamento, e
algumas centrais sindicais precisam aprender que a sociedade brasileira
amadureceu e repudia condutas contrárias à lei”, afirma a Anamages.
Na semana passada, a Executiva Nacional do PT divulgou uma nota pública de repúdio ao resultado do julgamento do mensalão.
O texto, de cinco páginas, critica STF e afirma que a instituição está partidarizada. Também na última semana, o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, divulgou vídeo no qual diz ter recebido as sentenças com “extrema indignação” e “muita tristeza”.
Para o deputado, a decisão foi “injusta”.
A
entidade afirma que divergências entre os ministros da Corte são
normais, o que demonstra a seriedade do trabalho. Contra a afirmação do
PT de politização do julgamento, a Anamages ainda reforça que isso teria
acontecido caso a Corte tivesse se abstido de atuar.
“Julgamento político seria deixar passar em branco o bilionário assalto aos cofres públicos”, afirmou.
A
Anamages ainda defende o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, por
“ataques dirigidos contra si ao longo de todo o julgamento”.
A entidade destaca que Barbosa
representa o sentimento do povo brasileiro em “dar a César o que é de
César”, e desmistifica “a imagem de que o juiz brasileiro é um riquinho,
apadrinhado e que ocupa um cargo por favor político”.
Na
semana passada, outras duas entidades que representam os juízes se
manifestaram em favor do Supremo, após o PT divulgar nota em que
afirmava, em documento com cinco páginas, que o STF "não garantiu o amplo direito de defesa, deu valor de prova a indícios e fez um julgamento político".
A
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) afirmou que o
julgamento se pautou “pelo respeito aos princípios constitucionais
garantidores de um processo penal justo, especialmente o contraditório e
a ampla defesa”.
Para a Ajufe, o julgamento está dentro da
normalidade e não há espaço para a “politização da matéria”, rebatendo a
conclusão do PT.
Já a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) classificou a nota do PT de "descabida".
Segundo
a Anamatra, é legítimo o PT expressar sua opinião sobre os fatos, mas a
nota petista "não faz justiça" ao STF, destacando que quase todos os
atuais integrantes da Corte foram indicados pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff e estão "apenas
cumprindo missão atribuída pela Constituição" de julgar com
independência.
DO R.DEMOCRATICA-19/11/12
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