Às
9h51 do primeiro dia de trabalho na Prefeitura, José Serra puxou no
computador o extrato da conta corrente do município e verificou que só
havia R$ 16.986,46 para todas as despesas de administração da maior
cidade da América Latina.
Sabíamos que a situação era ruim. Estávamos errados, era péssima. Confira o extrato: http://bit.ly/Q0SZuT.
Veja também no extrato: há 55.264.519,18
bloqueados. Sabe por quê? A gestão Marta Suplicy, irresponsavelmente,
deixou de pagar a parcela da divida com a União vencida em dezembro de
2004.
A equipe de Serra chegou à Prefeitura no
escuro. O Secretário de Finanças da Marta tomou chá de sumiço e
recusou-se a conversar com o grupo de transição do novo governo.
No penúltimo dia da gestão Marta, a
Prefeitura emitiu ordens de pagamento de mais de R$ 10 milhões a
diversos credores. Detalhe: não havia recursos suficientes para honrar
esses pagamentos. É o conhecido cheque sem fundo.
Contrariamente ao que afirma a senadora,
Serra não inventou credores da Prefeitura. A administração petista
deixou dividas de cerca de R$ 8 bilhões, dos quais R$ 2, 1 bilhões são
relativos à divida com cerca de 13 mil fornecedores da Prefeitura.
Esse pessoal ficou na mão e foi fazer fila no Edifício Matarazzo para receber o que lhes era devido.
Chama-se empenho a parte do orçamento
reservada para honrar compromissos financeiros da administração. Sem
conseguir fechar as contas de 2004, a prefeita Marta determinou o
cancelamento dos empenhos para pagamento de serviços já realizados por
uma multidão de pequenos fornecedores, tungados pela administração
petista: mais gente fazendo fila na porta da prefeitura.
Os cerca de R$ 300 milhões citados por Marta
referiam-se a recursos transferidos pelo Governo Federal destinados
apenas a áreas de objeto dos convênios: Saúde Educação e Transporte,
entre outros. Eram recursos “carimbados”.
Exemplo: os R$ 40 milhões referentes ao convênio para obras na Jacu-Pêssego. Esses recursos não poderiam ter sido usados para pagamento de despesas em outras áreas.
Tem razão a ex-prefeita quando afirma que
havia saldo financeiro no final do primeiro semestre. Qualquer prefeito
sabe que o grosso da arrecadação municipal ocorre no primeiro semestre
por conta de tributos como IPTU e IPVA. Depois, diminui.
Marta desconheceu essa regrinha básica e
gastou em 2004 mais do que deveria, afinal a eleição aconteceu no
segundo semestre. Nos últimos meses, a fonte secou, contas não fecharam e
ela perdeu a eleição.
A análise dos técnicos do Tribunal de
Contas do Município de São Paulo não deixa dúvidas quanto às
irregularidades da gestão financeira da administração petista. Veja as
conclusões do relatório anual das contas de 2004 assinado não por um
tucano, mas por dez técnicos daquele tribunal: http://bit.ly/TjnX3z
DO B. DO ALOYSIO NUNES
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