terça-feira, 24 de julho de 2012

STJ decide manter prisão de Carlinhos Cachoeira

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler, negou nesta segunda-feira pedido da defesa de Carlinhos Cachoeira para que o bicheiro fosse solto. Os advogados tentaram suspender liminar do ministro Gilson Dipp que o mantém preso. O argumento é que o julgamento de recurso já apresentado pela defesa do contraventor, iniciado pela Terceira Seção, foi interrompido por pedido de vista e, na melhor das hipóteses, só será retomado em 8 de agosto, após o recesso do Judiciário. Sendo assim, diz o pedido, os “graves efeitos” da liminar perdurariam por prazo excessivo. 
Ao negar o pedido, Pargendler argumentou que o juiz de plantão não pode revisar decisão do juiz natural, que relatou e decidiu durante o período normal de atividades do tribunal.
Cachoeira, chegou nesta segunda-feira a Goiânia e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal. A segurança no local foi reforçada com policiais federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A Justiça Federal de Goiás marcou para esta terça as audiências de instrução para o julgamento de Cachoeira e de outros sete membros da organização criminosa comandada pelo bicheiro.
O processo é resultado da operação Monte Carlo, em que 81 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Em 31 de maio, uma liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu os depoimentos. Nesta terça, dez testemunhas de defesa e outras quatro de acusação serão ouvidas. Na quarta-feira será a vez dos réus. Um deles – Geovani Pereira da Silva – está foragido.
A namorada de Cachoeira, Andressa Mendonça, esteve na sede da PF e entregou um bilhete “de amor” ao bicheiro. Ela voltou a dizer que ele está deprimido. Durante a tarde, Cachoeira passou por exames psicológicos a pedido do juiz da 11ª Vara Federal, Alderico Santos. A consulta foi realizada por um perito da PF e acompanhada por Antônio Frota, psiquiatra do contraventor. O magistrado também autorizou que Carlinhos Cachoeira conversasse com seus advogados, reservadamente, por quatro horas.
Na última semana, a defesa de Cachoeira tentou suspender as audiências, alegando que nem todas as diligências, especialmente aquelas direcionadas às empresas de telefonia, foram cumpridas. No entanto, o Alderico Santos indeferiu o pedido e manteve as audiências. Advogado de Cachoeira, Augusto Botelho, afirmou que a defesa não irá recorrer da decisão e que as audiências devem ocorrer.
Convocado pela CPI que investiga suas relações com políticos, Cachoeira afirmou que estava disposto a contar o que sabia após o depoimento em juízo marcado para a quarta-feira. Alderico Santos é o juiz que vai conduzir as audiências. Ele foi designado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região depois que Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela abertura do processo de investigação, abandonou a causa diante de ameaças de morte.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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