O presidente do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Ari Pargendler, negou nesta segunda-feira pedido da
defesa de Carlinhos Cachoeira para que o bicheiro fosse solto. Os
advogados tentaram suspender liminar do ministro Gilson Dipp que o
mantém preso. O argumento é que o julgamento de recurso já apresentado
pela defesa do contraventor, iniciado pela Terceira Seção, foi
interrompido por pedido de vista e, na melhor das hipóteses, só será
retomado em 8 de agosto, após o recesso do Judiciário. Sendo assim, diz o
pedido, os “graves efeitos” da liminar perdurariam por prazo
excessivo.
Ao negar o
pedido, Pargendler argumentou que o juiz de plantão não pode revisar
decisão do juiz natural, que relatou e decidiu durante o período normal
de atividades do tribunal.
Cachoeira,
chegou nesta segunda-feira a Goiânia e foi levado para a
Superintendência da Polícia Federal. A segurança no local foi reforçada
com policiais federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional
(Depen). A Justiça Federal de Goiás marcou para esta terça as audiências
de instrução para o julgamento de Cachoeira e de outros sete membros da
organização criminosa comandada pelo bicheiro.
O processo
é resultado da operação Monte Carlo, em que 81 pessoas foram
denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Em 31 de maio, uma
liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu
os depoimentos. Nesta terça, dez testemunhas de defesa e outras quatro
de acusação serão ouvidas. Na quarta-feira será a vez dos réus. Um deles
– Geovani Pereira da Silva – está foragido.
A namorada
de Cachoeira, Andressa Mendonça, esteve na sede da PF e entregou um
bilhete “de amor” ao bicheiro. Ela voltou a dizer que ele está
deprimido. Durante a tarde, Cachoeira passou por exames psicológicos a
pedido do juiz da 11ª Vara Federal, Alderico Santos. A consulta foi
realizada por um perito da PF e acompanhada por Antônio Frota,
psiquiatra do contraventor. O magistrado também autorizou que Carlinhos
Cachoeira conversasse com seus advogados, reservadamente, por quatro
horas.
Na última
semana, a defesa de Cachoeira tentou suspender as audiências, alegando
que nem todas as diligências, especialmente aquelas direcionadas às
empresas de telefonia, foram cumpridas. No entanto, o Alderico Santos
indeferiu o pedido e manteve as audiências. Advogado de Cachoeira,
Augusto Botelho, afirmou que a defesa não irá recorrer da decisão e que
as audiências devem ocorrer.
Convocado
pela CPI que investiga suas relações com políticos, Cachoeira afirmou
que estava disposto a contar o que sabia após o depoimento em juízo
marcado para a quarta-feira. Alderico Santos é o juiz que vai conduzir
as audiências. Ele foi designado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª
Região depois que Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela abertura
do processo de investigação, abandonou a causa diante de ameaças de
morte.
REV VEJA
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