Coluna do Augusto Nunes
A
demissão de Denise Rocha, assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI),
deixa claro que até no clube dirigido por Madre Superiora tolerância tem
limite.
A Casa do Espanto, como o país está cansado de saber, não vê
nada de mais em cenas de roubalheira explícita, assaltos a cofres
públicos, desvios de verbas do Orçamento, ladroagem hedionda, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, corrupção ativa ou
passaiva, atentados ao decoro parlamentar e aos bons costumes, compra e
venda de votos, cabides de empregos onde se penduram parentes, amigos,
vizinhos, agregados ou desconhecidos de confiança, pagamento das
despesas da amante com donativos de empreiteiras, aluguel de partidos,
arrendamento de bancadas, funcionários fantasmas, atos secretos,
corporativismo endêmico, alianças obscenas, acertos cafajestes e outros
atropelamentos do Código Penal.
Tão compassiva quanto a Casa do Espanto, a Câmara aceita tudo isso e
mais um pouco ─ mensalões, mensalinhos, sequestro, homicídio e tráfico
de drogas, por exemplo. Os deputados federais não conseguiram enxergar
nada de errado sequer no pornopolicial de verdade em que a colega
Jaqueline Roriz desempenha com brilho e aplicação o papel de corrupta.
Veja o vídeo abaixo. Isso pode. O que não pode no Congresso é uma
funcionária protagonizar um vídeo de sexo ao lado de um colega de
trabalho.
Veja as fotos abaixo. Isso não pode de jeito nenhum. Prejudica
a imagem do Legislativo. Compromete a credibilidade de Suas
Excelências. É coisa gravíssima. Dispensa o devido processo legal, É
caso para demissão por justa causa, sem direito a recurso nem direito a
defesa, como acaba de saber a jovem que se atreveu a violar o primeiro e
único artigo do código moral do Congresso.
Denise Rocha saiu, Jaqueline Roriz ficou. Coerentemente, a Casa do Espanto eliminou a parte boa da chanchada.
DO FERRA MULA
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