quinta-feira, 3 de maio de 2012

O CASO PAGOT - Mais uma farsa inventada pelo JEG e pela BESTA contra a VEJA vai por água abaixo

Aos poucos, depois de muita espuma feita pela canalha que pretendia usar o caso Cachoeira para se vingar da imprensa independente, as coisas vão se tornando mais transparentes. Uma das mentiras estúpidas contadas pelo subjornalismo a serviço dos mensaleiros — o JEG e a BESTA — é a de que VEJA ajudou a derrubar a pobre Luiz Antônio Pagot do Dnit, naquela enxurrada de demissões que o governo fez no Ministério dos Transportes. Como já escrevi aqui, fica até parecendo que o Planalto pôs todo mundo na rua porque constatou que nada havia contra a turma… Só isso, um simples exercício de lógica, bastaria para desmoralizar a cretinice. Mas há muito mais, como veremos.
Pagot saiu por aí acusando que foi demitido graças a um complô da construtora, que teria tido seus interesses contrariados — embora os números do Dnit, sob a sua gestão, desautorizem isso. As penas alugadas pelo chefe dos mensaleiros, proclamavam que VEJA — que publicou, em maio do ano passado, a primeira grande reportagem sobre a Delta — havia atuado para ajudar o esquema que liga Cachoeira à construtora.
Pois bem. Reportagem de Julio Mosquera, que foi ao ontem no Jornal da Globo, põe os fatos no seu devido lugar. Leiam. Volto depois.
Áudio flagra bicheiro tentando evitar que Pagot revelasse esquema
Gravações feitas pela Polícia Federal flagraram o bicheiro Carlinhos Cachoeira tentando evitar que o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, que perdeu o cargo acusado de irregularidades, revelasse parte do esquema do grupo. O bicheiro Carlinhos Cachoeira temia que Pagot revelasse em depoimento a senadores o esquema montado para favorecer a Construtora Delta e que incluiria o senador Demóstenes Torres.
Segundo a polícia, Pagot havia participado de um jantar com Fernando Cavendish, então presidente da Delta, Demóstenes Torres e o próprio Cachoeira e poderia expor todo o esquema. Cachoeira teria pedido ao senador Blairo Maggi, do PR do Mato Grosso, para acalmar os ânimos de Pagot.
DEMÓSTENES - Você teve notícia?
CARLINHOS - Não, Blairo mandou falar que não tem nada, não. Blairo que manda nele, uai
DEMÓSTENES - Mas o Blairo falou que tá tudo ok?
CARLINHOS - Falou… Mandou falar.
DEMÓSTENES - Ah, então tá bom. Então beleza. Então falou. Até mais.
Em outra conversa, agora com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, Carlinhos Cachoeira se mostra tranquilo.
CARLINHOS - Ele não vai falar nada, não. Senão o cara fala que jantou lá, tal, com…com Fernando, com ele. Não vai falar isso, não, porque tá dando tiro no pé também, né?
CLÁUDIO - É, positivo. Tem nada a ver.
Segundo a Polícia Federal, “Fernando” é Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta. Um dia depois, Cachoeira e Demóstenes comemoram o silêncio de Pagot.
CARLINHOS - Doutor, deu certo aí?
DEMÓSTENES - Uai! Deu. O homem não me falou nada, não. Tudo tranquilo.
A oposição pressiona para a CPI do Cachoeira convocar Pagot para depor. Os governistas argumentam que ele não é prioridade do momento. Em nota, o senador Blairo Maggi diz que não recebeu ligação de nenhum dos citados na reportagem e que está à disposição para qualquer novo esclarecimento.
Voltei
Eis aí. As reportagens de VEJA sobre o Ministério dos Transportes ajudaram, isto sim, a demonstrar que havia uma quadrilha atuando dentro da pasta, que desviava milhões — bilhões? — de recursos públicos e não entregava as obras, o que chegou a ser motivo de um quase ataque de fúria da própria presidente da República. Foi inteiramente desmontada? Ainda atua naquele ministério e em outros? Bem, os métodos da Delta começaram a ser revelados por VEJA em maio do ano passado, naquela reportagem (
aqui e aqui) em que Fernando Cavendish aparece dizendo que, com alguns milhões, dá para comprar um senador… Como é a empresa privada que mais recebe recursos do PAC, creio que só uma investigação rigorosa sobre a sua atuação pode responder.
O que se vê acima é que Cachoeira, Demóstenes e o próprio Cavendish se mobilizaram para assegurar o silêncio de Pagot. Ora, só pode silenciar quem tem o que dizer. E o que Pagot teria dizer? Tudo o que sabia sobre o órgão que dirigia. Como Cachoeira afirma, Pagot teria decidido “não dar um tiro no pé”.
Na ânsia de atacar a imprensa independente, os subjornalistas alugados pelos mensaleiros ensaiaram transformar Pagot num herói. Herói de quem? Os diálogos acima o provam.
Por Reinaldo Azevedo
REV. VEJA

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