quarta-feira, 23 de maio de 2012

Metrô: População de SP repudia greve absurda, abusiva e escancaradamente política. Governo de SP tem de divulgar os salários do Metrô; população paga a conta e o pato e tem o direito de saber. Vamos ver onde estão os “oprimidos”

Algo se move, e positivamente, na cidade de São Paulo. Os mercadores do caos perderam. Não tenho dados mensuráveis, confesso. Mas me parece que a reação à greve do metrô e de parte dos trens caiu muito mal, a julgar pelos protestos nas redes sociais. A população percebeu o óbvio: trata-se de uma paralisação que está de olho nas urnas de dois modos distintos, mas que se combinam: a) porque há eleições, então se supõe ser mais fácil chantagear o poder público; b) há, evidentemente, pessoas interessadas na sucessão na cidade que pretendem lucrar eleitoralmente com o caos.
E isso foi percebido de maneira que me parece inequívoca nas manifestações que tomaram as redes. Por mais que os perfis falsos do petismo, seu robôs e o tal MAV (o SNI petista que monitora a Internet) tenham tentado emplacar as suas teses, o resultado foi contraproducente.
O governo de São Paulo deveria dar início à lei de transparência tornando públicos os salários que se pagam no metrô. Cada um dos usuários do serviço poderá comparar com o seu próprio ganho e com a media nacional para que se saiba se a greve tem ou não um fundo ao menos legítimo. Não só os salários: divulguem-se também os benefícios.
Parte da imprensa paulistana, infelizmente, entrou de novo na chacrinha e passou a tratar os metroviários como o “povo oprimido” que reivindicasse “direitos essenciais do homem”. É um sestro, uma tara, uma preguiça intelectual e ética. Acham justo que verdadeiros burgueses do sindicalismo causem transtornos que atingem, diretamente, 4 milhões de usuários e, indiretamente, a cidade inteira. Tudo por quê? Porque alguns querem obter benefícios que não teriam não fosse o ano eleitoral, e outros, sair da irrelevância eleitoral.
Parece que um acordo está em curso. A Justiça do Trabalho propôs reajuste salarial de 6,45%. A proposta inicial do Metrô era de 4,65%. O sindicato pedia 20,12%. Pô, deveria pedir logo 100%, né? Quem quer o impossível não pode ser tão modesto nas pretensões… Tenham paciência! O Metrô sustenta que consegue chegar a 6,17%. O sindicato, que percebeu que está se indispondo com a população e que sua causa se tornou impopular, aceitou a proposta e vai submetê-la à Assembleia.
O governador Geraldo Alckmin, mais uma vez, está de parabéns por não ter tido receio de dizer a coisa certa. A população de São Paulo, afirmou ele, foi punida por decisão de um grupelho radical, numa greve obviamente absurda, abusiva e escancaradamente política.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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