Se me pedissem para apontar duas — apenas duas — características nefastas do petismo, seriam estas: a) desrespeito às instituições; b)
tentativa de transformar atos criminosos ou moralmente condenáveis em
categorias políticas de resistência. É o que partido traz de sua herança
da esquerda. Os partidos da direita democrática são, por fundamento,
legalistas. Identificados seus criminosos, não dispõem de arsenal
retórico ou teórico para perdoá-los. O DEM expulsou José Roberto Arruda e
deixou claro que expulsaria Demóstenes Torres, que pediu para deixar o
partido. O PT conservou todos os mensaleiros e, como se vê, para
defendê-los, é capaz de tudo.
Marco Maia
(RS) é deputado petista. Mas também é presidente da Câmara. A função é
tão importante que isso faz dele o terceiro homem na linha de sucessão.
Tão logo Dilma complete dois anos e um dia de mandato, caso ela e seu
vice sejam impedidos, por qualquer razão, de seguir na Presidência da
República, Maia sentará na cadeira até 31 de dezembro de 2014. Esse é
apenas um dos exemplos do seu peso institucional.
O PT tem uma
bancada gigantesca. Dispõe de parlamentares em penca para defender Lula
e, se quiser, atacar o ministro Gilmar Mendes. Maia poderia ter se
dispensado desse triste papel. Mas não se fez de rogado. Amesquinhou o
cargo que ocupa pondo em dúvida a palavra de Mendes e endossando a
versão espalhada pela assessoria de Lula sem ter, obviamente, elementos
objetivos para isso. Na Folha, lemos:
“Eu não acredito que o presidente Lula tenha expressado ou tratado o assunto como foi relatado pelo ministro. Eu tenho dúvidas sobre o comportamento do ministro que só veio tratar disso um mês após a reunião”.
“Eu não acredito que o presidente Lula tenha expressado ou tratado o assunto como foi relatado pelo ministro. Eu tenho dúvidas sobre o comportamento do ministro que só veio tratar disso um mês após a reunião”.
É um
absurdo! Em primeiro lugar, o ministro deixou claro que já tinha
comunicado o conteúdo da reunião a dois senadores, ao procurador-geral
da República e ao presidente do STF. Em segundo lugar, confirmou a
história, apurada pela reportagem de VEJA, porque a central de boatos e
calúnias contra ele continuou ativa.
Por mais que
Maia alegue falar apenas como deputado petista, o fato é que ele não é
apenas um deputado petista. Como se trata de um assunto de interesse
público, que diz respeito às instituições, opina como presidente da
Câmara — um cargo para o qual foi eleito, que traz consigo o sentido da
representação.
Trata-se de um inteiro e completo despropósito!
REV VEJA
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