domingo, 11 de março de 2012

Se é para mudar, que se use pelo menos a coerência.

O Brasil foi surpreendido, nesta semana passada, por uma enxurrada de ações pedindo a retirada de crucifixos de locais considerados públicos ou pertencentes ao estado.
O auge destas atitudes deveu-se ao senhor Wadih Damous, presidente da seccional da OAB-RJ, que bradou aos 4 ventos a boa nova de que a presença de um crucifixo na parede da Suprema Corte Brasileira é INCONSTITUCIONAL, visto ser este mesmo estado dotado de laicidade.
Existem sim, os defensores desta boba ideia, quando tantas outras coisas de maior importância exigem a intervenção de órgãos de representação, seja de classes, sejam os tais coletivos.
Eu classifico apenas como falta do que fazer.
A se julgar o estado brasileiro como laico, deveria ser considerado como também inconstitucional artigos da própria Constituição, dos nomes de vários estados do Brasil, de ruas, de monumentos e por que não dizer, da própria estátua do CRISTO REDENTOR, considerada uma das maravilhas do mundo e símbolo maior da própria cidade e, sendo ela uma representação da maior figura do catolicismo que é o filho de Deus.
Mas essa gente, lamentavelmente, se preocupa com filigranas.
Sendo assim, vamos entrar por este mundo incoerente da falta do que fazer de sério, e perambular pelo mundo das filigranas defendidas por gente que nada tem de mais importante a fazer, quando na verdade, tem muito de sério com que poderia se preocupar.
Agora, reparem no logotipo da OAB.


oab_logo
Sigamos.
Mas o que é a OAB?
Segundo a enciclopédia Wiki, trata-se do seguinte:


A Ordem tem então a sua criação prevista em 1843 pelo Instituto dos Advogados do Brasil, mas somente 87 anos depois foi instituída a Ordem dos Advogados. O ato decorreu do Decreto n.º 19.408, de 18 de novembro de 1930, da lavra do Chefe Executivo Nacional, Getúlio Vargas, então elevado ao poder pela recente Revolução de 1930, desencadeada um mês antes, em 3 de outubro.
A palavra Ordem, oriunda da tradição francesa, está vinculada à tradição da Idade Média, podendo ser entendida como um conjunto estatutário que determina um modo de vida reconhecido pela religião católica, tal como à Ordo Clericorum ou às ordens de cavalaria. O advogado era então uma espécie de cavaleiro das leis. Apesar de a Revolução Francesa ter extinto todas as corporações profissionais, a tradição manteve-se quanto à denominação da palavra Ordem, inspirando o nome de várias entidades corporativas relativas aos advogados em diversos países, inclusive em Portugal e no Brasil.
A Ordem dos Advogados do Brasil, assim instituída no plano nacional, é composta de Seções (Seccionais) instaladas em cada um dos Estados da Federação. É uma autarquia federal de caráter corporativista, tal como o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Êpa, quer dizer que a criação da “ORDEM” se originou na religião católica e, além disso, é um órgão federal que representa um estado que se pretende LAICO?
Tem mais.
O logotipo mostrado acima estiliza a letra “A” com um triângulo isósceles.
Pergunto: QUAL A SIMBOLOGIA DA FIGURA ESTILIZADA NO LOGOTIPO DA OAB?
No catolicismo a figura do triângulo isósceles signfica a trilogia PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, ou na ala mais conservadora do igreja, representa a tríplice natureza divina que é: CRIAÇÃO – CONSERVAÇÃO – DESTRUIÇÃO ou ainda, para usar um termo bastante mais conhecido, a SANTÍSSIMA TRINDADE.
São as TRÍADES SAGRADAS, não só do catolicismo, como de outras religiões, como por exemplo o budismo: Brahma-Shiva-Vishnu ou a tríade taoista Ying-Yang-Tao.
Segundo a 6.º edição do Dicionário da Língua Portuguesa de J. Almeida Costa e A. Sampaio e Melo, publicado em 1967 pela Porto Editora, o triângulo isósceles “esconde, por detrás da sua simplicidade aparente, toda uma significação, toda uma simbologia, que através das idades, dos séculos e das civilizações, o Homem nunca ignorou e sempre soube respeitar, consciente ou inconscientemente.
O simbolismo do triângulo cruza se com o do número Três. E Três é universalmente um número fundamental que exprime urna ordem intelectual e espiritual, em Deus, no Cosmos e no Homem.
Segundo os chineses, o número três é um número perfeito, chamado por eles de “tch’eng”, e é a expressão do todo acabado, exprimindo a noção de união e harmonia.
Saindo do mundo parafernálico das filigranas dos que não tem nada mais importante a fazer, embora tenham e muito, ouso perguntar ao reacionário caçador de crucifixos:

1) Quando começa a demolição do Cristo Redentor?
2) Quando começam as mudanças de nomes da várias cidades e estados LAICOS brasileiros?
3) Quando o senhor vai sugerir que a OAB mude seu logotipo?
E por fim:
QUANDO O SENHOR VAI ARRANAJR ALGO MAIS ÚTIL PARA FAZER?
DO GENTE DECENTE

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