quinta-feira, 1 de março de 2012

Chalita, este exemplo de cumprimento da palavra empenhada

O deputado Gabriel Chalita (SP), pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, já andou dizendo por aí que “bato” nele a serviço de José Serra, pré-candidato do PSDB. Errado! Eu não gosto é do que ele pensa, do que representa, da forma como, entendo, manipula uma faixa dos eleitores católicos. A maneira como entrou na campanha de Dilma Rousseff para tentar negar o que a própria então candidata havia afirmado sobre o aborto integra a história das manipulações sórdidas da verdade. O fato é que este senhor foi eleito representando, em tese ao menos, um conjunto de valores e os rendeu aos pés do projeto político petista, que ia em sentido contrário. De resto, não “bato” em ninguém; critico. Chalita convive mal com a crítica, já deu para perceber.
No Estadão de hoje, lá está ele a atacar José Serra porque deixou a Prefeitura em 2006 para se candidatar etc e tal. Já escrevi um texto a respeito dessa bobagem que tem marca: PT! Ora, é claro que o partido ficou infeliz com Serra em 2004 — porque tirou uma vitória considerada certa de Marta Suplicy — e em 2006: sem o tucano, Aloizio Mercadante teria sido eleito governador de São Paulo.
ATENÇÃO! Em 2004, Marta concorria à reeleição. De tal sorte contava em deixar a Prefeitura em 2006 que o partido pôs como seu vice ninguém menos do que Rui Falcão. Os petistas se recusaram a dar o cargo de vice para o PMDB porque consideravam que seria “entregar a Prefeitura para Quércia”. Qual é? Essa conversa toda é para idiotas desmemoriados. Agora voltemos a Chalita.
Em 2006, o sr. Gabriel Chalita se candidatou a vereador pelo PSDB. Foi eleito. Dois anos depois, deu uma banana para o eleitorado do PSDB, que faz oposição ao PT, e migrou para o PSB, que é base de apoio do PT. Passou, então, a ser lulista. No PSB, candidatou-se a deputado federal. Foi eleito. Mandou de novo às favas o eleitorado “socialista” e migrou para o PMDB de Michel Temer e José Sarney. Na comparação com Serra, note-se, ele perde feio, entre muitos outros, num quesito: respeito àqueles que o elegeram. Serra não mudou de lado. Nem de partido. Chalita mudou de lado e de partido. Fala com que autoridade? A propósito: os que o elegeram vereador pelo PSDB em 2006 não esperavam que ele cumprisse os quatro anos de mandato pela legenda? Ele não quis nem saber. Cumpriu só dois anos e se bandeou para as hostes dos antes adversários.
Ser “moralista” assim é fácil, não? Chalita fala as suas bobagens sem ser questionado pela imprensa porque, agora, ele passou a ser um “progressista”, entenderam? Antes, era tido como “conservador” — coisa que nunca considerei, é evidente. De “conservadores” como Chalita o inferno (é uma metáfora!) está cheio!
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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