quinta-feira, 8 de março de 2012

Assim como traiu o PSDB em 2010, agora Sérgio Guerra trai o DEM em Pernambuco. O negócio dele é o PSB.

Dada como certa desde a entrada de José Serra (PSDB) na disputa, a aliança entre PSDB e DEM na eleição à Prefeitura de São Paulo corre sério risco de naufragar por conta do desacerto entre as siglas em outras praças Brasil afora. É o que garantem lideranças do DEM, insatisfeitas que estão com a maneira como o presidente nacional tucano, deputado federal Sérgio Guerra (PE) tem tocado as negociações. O DEM considera fundamental para sua sobrevivência no cenário político eleger os prefeitos de Salvador (BA) e Recife (PE), onde pretende lançar como candidatos os deputados federais Antônio Carlos Magalhães Neto e Mendonça Filho, respectivamente.
A sigla cobra dos tucanos apoio nas duas cidades como contrapartida à coligação com Serra, na qual teria de aceitar a incômoda companhia do PSD, partido cuja criação, em 2011, lhe arrancou dezenas de deputados e centenas de prefeitos. Em Salvador, DEM, PSDB e PMDB, partidos de oposição ao governador Jaques Wagner (PT), conversam desde o ano passado sobre a possibilidade de estarem em uma mesma chapa. O PSDB levou à mesa a pré-candidatura do deputado federal e ex-prefeito Antônio Imbassahy. O PMDB ofereceu outro ex-prefeito, o radialista Mário Kertész. Nos bastidores, partidários de DEM e PMDB dizem que o quadro mais provável hoje é de que PSDB e DEM se acertem, Imbassahy deixe o páreo e os tucanos apoiem ACM Neto, enquanto o PMDB iria às urnas sozinho.
Na capital pernambucana a costura é ainda mais complicada. Segundo colocado na eleição municipal de 2008, Mendonça Filho (DEM) tem avançado nas conversas para convencer PMDB e PPS a apoiarem sua candidatura, mas com o PSDB a negociação travou. Sérgio Guerra prefere lançar o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) à disputa por enxergá-lo como um nome novo e com potencial para fazer frente ao candidato da frente PSB/PT, que domina as máquinas estadual e municipal.
Para demistas, a motivação de Guerra é outra: ele não quer se indispor com o governador Eduardo Campos (PSB) apoiando uma candidatura da oposição que tenha chances reais de vencer. Logo, prefere usar o pleito para dar visibilidade a um correligionário promissor, mas que não ameaçaria realmente os planos do governador e possível parceiro em 2014. Todo o imbróglio tem reflexos diretos na sucessão paulistana. Cortejado pelo PMDB para ficar com a vice na chapa do deputado federal Gabriel Chalita, o DEM lançou em fevereiro a pré-candidatura do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, mas a possibilidade de sua ida às urnas é dada como praticamente descartada no quadro atual. "As alternativas estão claras. Se o PSDB ceder e nos apoiar em Recife e Salvador, apoiaremos Serra. Caso contrário, aceitaremos a oferta de Chalita", afiança um líder do DEM.
Se unidos, DEM e PMDB terão outro desafio além de tentar eleger Chalita, cujos índices de intenção de voto variam entre 7% e 15%, segundo pesquisa do Datafolha. Vitimados pelo PSD, que arrancou vereadores de ambos, precisam recuperar espaço na Câmara Municipal paulistana. Atualmente, o DEM tem apenas três vereadores. O PMDB, nenhum. (Do Valor Econômico)
DO CELEAKS

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