Tal como um prédio com problemas estruturais, começa a implodir a partir de hoje a ligação pessoal entre a Presidenta Dilma Rousseff e o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, um dos mais queridos do ex Luiz Inácio Lula da Silva. A relação entre os dois azeda perigosamente, com repercussões para a luta por cargos entre o PT e o PMDB na reforminha ministerial, com a decisão apoiada por Dilma de parar com obras suspeitas de corrupção em hospitais federais no Rio de Janeiro.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, suspende hoje 37 obras nos seis hospitais federais no Estado. O Tribunal de Contas da União encontrou indícios de fraude e má gestão nos trabalhos. O problema é ratificado por um outro relatório de inspeções produzido pela Controladoria Geral da União, em setembro. A paralisação das empreitadas afeta diretamente a relação de Dilma com Cabral porque a maioria das construtoras que tocam as obras tem ligações umbilicais com o governador. Os dirigentes são seus amigos ou colaboram no caixinha de campanha do PMDB.
Cabralzinho pode ter mais problemas à vista e a curto prazo. Uma das maiores beneficiadas por obras federais é a Delta Construções. A empresa pertence a Fernando Cavendish um dos melhores amigos de Serginho Cabral. A Delta é uma das campeãs de obras no PAC (o Programa de Alavancagem da Companheirada, tradução mais apropriada que Programa de Aceleração do Crescimento). Só nos últimos cinco anos, a Delta recebeu do governo federal R$ 2,8 bilhões. Os números são do site Contas Abertas.
Caso se sinta prejudicado, de alguma forma, na briga entre Dilma e Cabralzinho, Lula deve se meter nela, na vã tentativa de conciliar. Aí é que o pirão pode desandar de vez...
Vada a bordo, Cabralzinho
Como de costume, sempre que ocorre alguma grande tragédia no Rio de Janeiro o governador Serginho Cabral Filho demora um pouco além do normal para se pronunciar.
Na queda dos três edifícios no centro da Cidade Maravilhosa não foi diferente, e Cabralzinho só falou sobre o assunto 17 horas depois do ocorrido.
Por isso, foi alvo fácil de internautas nas redes sociais – que o compararam até ao capitão que abandonou o navio em pleno naufrágio.
Cidadão parisiense
Sérgio Cabral voou para Paris pela TAM no último dia 19.
E retornou ao Brasil no dia 24 - também pela TAM.
Será que ele anda arrumando alguma boquinha para o PMDB lá na França?
Tem dúvida?
O que será que Cabral fará quando afundar de vez a relação entre Dilma e a cúpula de negociantes e fisiológicos do PMDB?
A presidenta já mandou avisar, pela mídia amestrada, que não aceitará as ameaças do PMDB na reforminha ministerial.
Dilma vai indicar e mexer em quem ela quiser, e o aliado terá de aceitar sem muito reclamar publicamente.
Botando banca
José Sérgio Gabrieli, que Dilma tirou da Presidência da Petrobrás só porque fofocou para o companheiro José Dirceu uma conversa privada, está botando banca.
Mesmo perdendo o empregão na estatal de economia mista, o futuro candidato ao governo da Bahia está calçado com um assento no Conselho de Administração da holding do Itaú-Unibanco.
Assim dá para esperar, com segurança, até a eleição de 2014...
Indicação pegando
Dez grandes investidores europeus e norte-americanos enviaram uma cartinha nada educada ao presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, o também ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Como investidores minoritários estrangeiros da Petrobrás, eles exigem que tenham o direito de indicar, sem interferências do governo, na próxima Assembléia Geral deste ano, o nome de quem vai representá-los.
Os gringos reclamam que foram forçados a nomear para o cargo, sem conhecer direito, Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e filho do falecido vice-presidente José Alencar.
DO ALERTA TOTAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário