sábado, 8 de outubro de 2011

Forças Armadas não são covil de ratos!

Em pouco tempo tem-se conhecimento das mortes por suicídio do Cel MB R/1 (PTTC), Tsuyoshi Harada, e do Sub oficial enfermeiro da Marinha, Nicácio (NICK), sem contar os suicídios de três generais no Haiti, Juiz de Fora e Brasília. Alguma autoridade do alto escalão das Forças Armadas tomou conhecimento ou se preocupou com as causas dessas mortes? Tudo indica que não!

É a consequência de sermos comandados por um bando de energúmenos, covardes e bajuladores, que estão destruindo a instituição militar. Esses vendilhões da pátria só estão pensando nos seus próprios interesses, se locupletando do erário e pensando em ganhar uma boquinha ao passarem para a reserva. A tropa que se lixe!

Esta semana as crianças da escola vizinha ao condomínio em que resido, desciam a ladeira, quando percebem que um roedor saiu do mato e correu para uma fenda, desaparecendo num buraco coberto por uma tampa de cimento. No local fica a instalação de uma rede de água. A criançada começou a bater na tampa, até que o animal saiu da toca e procurou ganhar a rua. Mas não foi feliz. Recebeu uma paulada e mais uma, ficando de dorso, com a barriga para cima. Não sei se pedindo clemência ou morrendo, em seus últimos estertores de vida. Ali permaneceu com os seus pequenos algozes a sua volta. O roedor era um gambá.

Não faz tempo e uma de minhas filhas encontrava-se no Novo Leblon, na Barra, na casa de uma amiga, quando percebeu no mato, a poucos metros de distância, que um gambá fêmea tinha sido morto atacado por um cão. Ao lado do animal pareceu que alguma coisa se mexia. Aproximou-se e viu dois filhotes que saíram da barriga da mãe. Sobreviveram ao ataque do cão. Rápido a garota pegou os filhotes de gambá e levou para dentro da casa. Os animais foram cuidados e depois apareciam em uma caixa de papelão conduzidos pela garota em minha residência, um apartamento. Cuidados e alimentação à base de miolo de pão e leite. E agasalho. Não demorava e os gambás se transformavam em animais de estimação, subindo na cama e dormindo enroscados nos cabelos da garota.

Queria dizer que há muitas maneiras de se dar atenção a um ser, seja uma criatura humana ou um simples roedor. Neste processo seletivo de zelo pelas coisas, algumas vezes os cuidados não estão presentes aonde deveriam estar por dever de ofício.

Imagine se um chefe militar tem esta preocupação com os seus comandados! Pelo visto não têm, não. A falta de humanidade está presente nos corações de pequenos seres em fase escolar, como a está no coração de um comandante de uma força militar.

Em recente reunião o ministro da Defesa, Celso Amorim, se disse preocupado com o descaso com o equipamento das Forças Armadas. A lembrança da situação remuneratória da tropa passou ao largo.

Na vida real, longe dos gabinetes dos chefes militares, corre a notícia do suicídio do Sub oficial enfermeiro da Marinha, Nicácio (NICK), que com dificuldade financeira, matou-se ingerindo uma quantidade de veneno. E não foi o último. Faleceu no final de setembro, dia 26, no QG da 5.ª RM - Curitiba, PR, o Cel MB R/1 (PTTC), Tsuyoshi Harada, Asp dez de 1974, nascido em 25/12/1050.

O Cel Harada suicidou-se no alojamento do quartel da RM no início do expediente, com um tiro na boca. Alguém procurou saber, por exemplo, as reais causas que levaram três oficiais generais ao suicídio, em menos de dois anos; no Haiti, Juiz de Fora e em Brasília? A história que veio à público não me convenceu. Seria humilhante para a instituição militar revelar que oficiais de alta patente se mataram por se verem em situação de extremo desespero, motivados por crises financeiras. Os nossos companheiros têm se matado para que as famílias possam usufruir de um pecúlio salvador!

Os chefes militares que estão em uma posição privilegiada, imunes a estes ’pequenos’ contratempos financeiros, pouco se lixam que a tropa ou velhos companheiros rastejem na porta de um banco implorando um empréstimo, muitas vezes negado em função da idade que não contempla um empréstimo consignado, a operação bancária em que o pagamento da dívida é descontado em folha de pagamento. O transtorno é generalizado.

A perda salarial acumulada já ultrapassa o percentual de 135 %. E daí? Dirão alguns. Militar tem que saber controlar as finanças e viver com o que ganha. O reajuste salarial quando sai, deixa de ser justo, pelas razões apresentadas pelo ex ministro da Defesa, Nelson Jobim. ‘Os militares pertencem à carreira de Estado, mas o efetivo é grande’, alegou o ministro.

A polícia de Brasília, as polícias rodoviária e federal que recebem da mesma fonte, o governo federal, não sofrem esta restrição, recebendo um delegado federal mais do que um general comandante de uma grande unidade, de um departamento, etc. Corrigir estas distorções não faz parte das preocupações de quem está no patamar da carreira, comandando uma Força.

Sabem porque um comandante do Exército, por exemplo, citando nominalmente o general Enzo Peri, não toma uma atitude pleiteando um aumento, por não querer se expor perante o governo. Faz-se de desentendido diante da roubalheira que grassa em todos nos níveis da administração pública. Não vê, não escuta, não fala!

Este senhor não difere em nada dos corruptos que comandam a nação. Veja-se o registro criminal de sua passagem pelo DEC e Instituto Militar de Engenharia. Quem tem o rabo preso não discute para não ser lembrado. Ele deveria ao menos ter um pouco de dignidade e pedir a exoneração do cargo. Mas repete o conselho do ex presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, o mais imoral e anti- ético mandatária da história republicana do país. Disse o chefe dos quarenta ladrões, assim apelidado por ex procurador da república: ‘O político tem que ter casco duro’, e resistir no cargo, sem pedir demissão!

Só vejo uma saída para tirar a tropa dessa situação de vexame. Invadir o gabinete do QG em Brasília, o ex Forte Apache, agora ‘pau de galinheiro’, destronado da Esplanada dos Ministérios e confinado nos fundos de uma favela qualquer do Distrito Federal; e arrastar pelo colarinho este comandante de merda, covarde, que está aí para enfeitar o cargo e ser esculachado pela presidente da república, que não admite que um oficial general adentre um elevador com a sua presença, ou assista a um desfile militar no mesmo palanque das autoridades civis. Ela é alérgica à presença de militar!

Os chefes militares por não se darem ao respeito passaram a ser tratados como uns cachorros. Não cães de estimação que são carregados no colo, e recebem todo o carinho!

Precisamos retomar o rumo dos acontecimentos, antes que seja irremediavelmente tarde! Quer um exemplo de como estamos dando um passo atrás? Uma ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, uma garotinha mimada que à época da revolução de 1964 ainda não havia nascido, desfila pelos corredores do Congresso Nacional exigindo a aprovação de um Decreto de Lei, denominado Comissão Nacional da Verdade, com o intuito de repetir o que vem ocorrendo na Argentina, Chile e Uruguai, onde militares estão sendo presos, julgados e condenados a trinta anos e, muitos, à prisões perpétuas. A pelutância é tamanha que determinou ao governador do estado de São Paulo que mandasse a polícia militar retirar de seu site, na página da ROTA, a frase alusiva ao dia 31 de março de 1964. Os briosos policiais da ROTA acovardaram-se e cumpriram a ordem!

Atualmente uma ordinária qualquer pisa no pescoço das Forças Armadas e da Polícia Auxiliar. Não surge nenhum militar ou policial de brio para enfrentar esta manda-chuva de meia tigela. Os nossos bravos defensores da pátria medraram, e capitulam diante da idiossincrasia de qualquer ordinária que se travesti de autoridade e se julga mais importante do que organizações militares e policiais centenárias.

Os nossos militares e policiais do passado devem estar se contorcendo de raiva em suas sepulturas, envergonhados dos seus sucessores que medram covardemente diante de uma vadia qualquer!

O sonho dourado dos ex terroristas e ex guerrilheiros de plantão é colocar em prática o seu revanchismo odioso. Submeter ao vexame e execrar quantos se opuseram à marcha em direção a formação de uma república do proletariado. Os comandantes militares aprovaram a ideia, na suposição de que a comissão irá apenas fazer um registro dos acontecimentos que giraram nos anos 64/74. Entregam os companheiros de farda em uma bandeja de prata!

Se não lutarmos, dezenas de companheiros serão massacrados com o consentimento tácito dos nossos falsos líderes militares! ‘Não fizemos parte da Revolução!’ E lavam as mãos.

José Geraldo Pimentel é Capitão Reformado do Exército Brasileiro. http://www.jgpimentel.com.br
DO BLOG ALERTA TOTAL

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