domingo, 24 de julho de 2011

Fala sério.

Hoje o Estadão publica dois absurdos: o primeiro é que o Brasil é o país onde existe a carga tributária mais alta do mundo sobre a folha de pagamento, quase 33%. O segundo é a solução proposta por quem patrocinou o estudo, a FIESP, de que as empresas deixem de pagar os 20% de previdência social, o que teria um impacto final nos preços da ordem de menos 1,81%, aumentando a competitividade do país em nível internacional. Por que os gênios da Paulista não lançaram esta idéia estúpida há alguns dias atrás, quando estavam homenageando Lula, o velhaco pelego sindicalista, que nada fez para mudar este quadro?

Mais grave no Brasil é o fosso injusto que separa um funcionário público de um reles empregado da iniciativa privada. É por aí que escorrem os bilhões e bilhões dos deficits do país. Por que a FIESP não assume uma campanha para acabar com planos de saúde estatais?  Pela criação de um novo plano de cargos e salários, reduzindo para um terço os salários na máquina pública? Pela eliminação da estabilidade de emprego? Pela isonomia entre os barnabés e os operários da indústria, para que todos se aposentem com a mesma faixa etária, o mesmo teto e o mesmo fator previdenciário? Por que a FIESP não coloca os seus técnicos a fazer esta conta? Não é justo que tenhamos a carga tributária mais cara do mundo por que 40 milhões de brasileiros carregam nas costas estas castas que não passam de 8 milhões, entronizadas nas repartições públicas. Ninguém quer tirar direitos adquiridos e não há quem não tenha um pai, uma mãe, um filho, um amigo, um vizinho que não seja funcionário público. O que se prega é começar do zero, já, para que daqui 30 anos o Brasil volte a ser um país viável. Ou será que num país com 200.000 advogados desempregados não aparecerão candidatos melhores do que o Toffoli para serem juízes, se o salário, em vez de R$ 10 mil, passar a ser R$ 3 mil por mês?
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ATUALIZANDO: Um comentarista lembrou, com propriedade, que funcionário público não tem FGTS. É verdade. O FGTS representa 8% sobre o salário, depositado mensalmente. No entanto, o empregado privado não tem licença-prêmio, que representa um ganho a maior de 5% sobre o salário, na medida em que a cada 120 meses trabalhados, o barnabé ganha 6 meses de folga, que ainda é contada em dobro na aposentadoria, se não for gozada.

Também lembrou que o funcionário público paga 11% de INSS, sobre o salário, enquanto o empregado privado paga um teto que chega em aproximadamente R$ 400,00. No entanto, um empregado privado se aposenta, hoje, no máximo com R$ 3.689. Se seguir os mesmos critérios de um funcionário público para se aposentar perderá, no mínimo, uns 30% deste valor, enquanto o barnabé se aposentará com vencimentos integrais e todos os benefícios incorporados, inclusive plano de saúde próprio, de alta qualidade. Portanto, não há comparação. O funcionalismo público no Brasil pode ganhar mal, pode trabalhar muito, pode ser injustiçado, mas, em relação ao funcionalismo privado, faz parte de uma casta de 20% sustentada pelo suor e sacrifício de 80% dos trabalhadores brasileiros.
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ATUALIZANDO 2: Outro comentarista afirma que o blogueiro anda puxando um fuminho. Vem comigo, imbecil, já que você diz que funcionário público ganha menos que empregado privado. A média salarial do Brasil é de R$ 1.742 mensais. Do funcionário público é de R$ 2.459, 41% maior. Neste bolo estão todos os funcionários públicos, pois se tirar os municipais a média dispara para cima. Os dados são de 2010, do Ministério do Trabalho. E aí, vai querer discutir? 
DO COTURNO NOTURNO

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