“Alguém mais tomou algum microfone hoje? Vou tomar aqui os microfones [e pega os microfones dos jornalistas]. Agora, quero pegar um gravador digital daqueles modernos. iPhone não tem aí? iPhone é melhor”.
Esse que fala acima é Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, tentando ser engraçadinho ao se referir ao episódio em que o senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancou o gravador da mão de um repórter e confiscou o cartão de memória.
Agora leiam isto:
“Acho que é um episódio que poderia não ter acontecido. É uma questão de temperamento, cada um tem o seu, e, evidentemente, essas coisas, às vezes, acontecem. O problema de temperamento acho que foi um atrito, mas não tem essa conotação de agressão à liberdade de trabalho e de imprensa, uma vez que é um episódio passageiro”.
“Acho que é um episódio que poderia não ter acontecido. É uma questão de temperamento, cada um tem o seu, e, evidentemente, essas coisas, às vezes, acontecem. O problema de temperamento acho que foi um atrito, mas não tem essa conotação de agressão à liberdade de trabalho e de imprensa, uma vez que é um episódio passageiro”.
Esse é José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, um PhD em censura à imprensa, como bem sabe o Estadão. A família Sarney só é um pouco mais sutil do que Requião, que se comportou como um brucutu. “Essas coisas, às vezes, acontecem”? Não, senhor! É evidente o esforço para minimizar a gravidade do fato. Como presidente da Casa, deveria, no mínimo, ter se solidarizado com o repórter. Ignorou a sua condição de representante de um Poder, da instituição, para dar amparo a seu parceiro.
Eis o comando do nosso Legislativo. Convenham: era só um senador tomando o gravador de um repórter, ameaçando dar-lhe uns sopapos.
“Essas coisas acontecem…”
REV.VEJA
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