Este ano a Bolsa Família está recebendo mais R$ 2,1 bilhões, fato comemorado pela ministra da Fome, Teresa Campello. A cada ano, é necessário criar novos impostos para sustentar estas sangrias e sobra menos capital para investir em saúde, educação, infra-estrutura e outros itens que podem gerar verdadeiros empregos e crescimento econômico. Hoje, em artigo na Folha de São Paulo, a ministra da Fome defende o slogan "país rico é um país sem pobreza", que deveria ser mudado para "país rico é país que não remunera a pobreza". Não há como diminuir a miséria dando uma "libreta" magnética para o povo, como em Cuba. O contingente de dependentes públicos, em pleno período de bonança e crescimento, aumentou, em vez de diminuir. Na próxima crise mundial, pois as crises são cíclicas, vai piorar e teremos mais gente sendo contratada pela Empresa Brasileira da Bolsa Família.
O resultado mais nefasto é que a estatização da miséria virou a mais poderosa arma eleitoral, única no mundo. Uma arma que ameaça e sufoca a democracia. Basta o presidente usar a máquina de mídia que tem em mãos para dizer que o adversário, se eleito, vai demitir o pobre da Bolsa Família que já arranca com 30 ou 40 milhões de votos de vantagem para a sua reeleição. Em matéria publicada hoje, na Folha, onde é feita uma análise sobre o fim dos partidos de direita no Brasil, o cientista político Fernando Abrucio, da FGV, afirma que o quase sumiço das legendas liberais resulta do "consenso social-democrata que se consolidou no país após os governos FHC e Lula". Segundo Abrucio, "hoje é praticamente inviável eleitoralmente defender abertamente bandeiras liberais, sobretudo se isso implicar cortes em gastos sociais"
Sentiram a armadilha? A direita, hoje, é associada imediatamente com o fim da Bolsa Família, graças à propaganda massiva que a esquerda fez e faz sobre o tema, fato, aliás, que decidiu as duas últimas eleições a favor do PT. E sabem quem é a direita no Brasil, hoje? É qualquer força política que se oponha ao PT. Portanto, se qualquer partido quiser almejar a presidência da República algum dia, precisa levar um tema muito mais importante do que tipo de voto para dentro da reforma política: uma regulação restritiva à participação do presidente, dos ministros e dos dirigentes de estatais nas campanhas eleitorais. Criar uma legislação anti-PT, com normas duríssimas e determinando o fim da reeleição para qualquer cargo no Executivo. A reforma política é a oportunidade única para que todos os partidos se unam contra o PT, voltando a ter alguma chance de chegar ao poder. De que adianta falar em financiamento público de campanha, se quem está no poder usa e abusa da máquina pública? A hora é agora. De outra forma, os 30 ou 40 milhões de funcionários públicos da miséria estatizada vão continuar reelegendo Lulas, Dilmas ou qualquer outro poste e adeus alternância de poder, o que é uma séria ameaça à democracia.
DO COTURNO NOTURNO
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